Capítulo 4.

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N/A: Amorecos, antes de tudo, não se esqueçam de deixar o seu votinho do incentivo, ok? Tenham uma boa leitura.

📚 Capítulo 4 - Parte um: Amar é como uma bela e delicada flor cheia de espinhos, Mas ter medo de se machucar é como viver em uma prisão cheia delas. 📚

Sehun rescrevia os diálogos dos personagens com cautela, e embora sua atenção estivesse literalmente focada no homem pequeno de pele extremamente branca à sua frente. Min Yoongi, - seu autor, hyung, e melhor amigo de infância - trabalhava arduamente em mais uma de suas obras, concentrado, alheio o suficiente para não reparar no olhar de admiração que o jovem rente à ele lançava em sua direção a cada cinco minutos.

Fora sempre assim.

O Oh se acostumou a olhá-lo de longe; à apreciar sua beleza em silêncio, e a esconder seus sentimentos com precisão, afinal, não queria perder o Min por culpa de um acidente impossível de ser desfeito.

Nunca havia sido sua intenção se apaixonar perdidamente pelos olhos pequenos ou pelas íris escuras de Yoongi; por seus cabelos pretos e escorridos como uma cortina, ou por sua bochecha lisinha e naturalmente corada; por seu narizinho de boneca de porcelana, ou por seus lábios finos e clarinhos como sua pele leitosa e absurdamente macia. Não estava em seus planos, de nenhum modo, se apaixonar por sua voz rouca e sonolenta, tampouco por sua personalidade exótica e aparentemente desinteressada por qualquer coisa que não pertencesse ao seu próprio mundinho.

No entanto, aconteceu, e mesmo que não pudesse tocá-lo como queria, beijá-lo como desejava, ou amá-lo como pretendia, se sentir louco, entregue, e submisso à Min Yoongi nunca fora deveras cansativo, pelo contrário, esse era um dos sentimentos que ainda o mantinha vivo, acordado, disposto à enfrentar o dia seguinte da melhor forma possível.

Porque Sehun era suscetível a desistências.

Ele não tinha uma família para chamar de sua, ou pessoas que o apoiassem. Não tinha amigos que não fossem seus colegas de trabalho, e sequer conseguia ser jeitoso com as pessoas de modo casual.

Sua vida inteira era resumida em trabalho, Min Yoongi, trabalho, Yoongi, e talvez, um pouco mais de trabalho do que de Yoongi. O que no fim das contas, o tornou alguém extremamente incapacitado de ter uma vida social ativa. Não por não querer, porque era muita as vezes que recebia convites para alguma festa, encontro e etc... Lidar com assuntos do trabalho era demasiadamente fácil para o ruivo, porém, quando se tratava de se relacionar e de construir novas amizades, Sehun conseguia ser, metaforicamente falando, uma porta. Possivelmente, o fato de ainda manter contato com o branquelo era mais devido o caminho parecido que tomaram, do que a amizade que tinham. Aliás, Sehun poderia passar por uma vida inteira apaixonado por seu autor, que de sua boca, uma confissão jamais se ouviria. Porque era ainda mais fácil admitir que era um covarde, - em relação as questões do coração - do que confessar-se e arriscar-se.

— Pode pegar um copo de água para mim, Sehun? Minha garganta está um pouco seca. — Pediu o Min, sem tirar os olhos cansados do esboço desanhado pouco a pouco no papel.

— Claro, hyung. — O mais novo se levantou, abandonando a folha e a lapiseira em cima da mesa.

O ambiente que até então estava silencioso logo foi quebrado pelos movimentos calmos de Sehun, que enxia um copo de água para o branquelo pacientemente, enquanto encarava-o por cima dos ombros largos. A cada dia que se passava, Min Yoongi ficava mais belo, mais apaixonante. Quase como se soubesse que quanto mais o tempo passava, mais loucamente apaixonado, Sehun ficava por si.

— Obrigado. — Disse num tom de voz fraco, puxando a mascara branca que cobria sua boca - e boa parte de seu rosto - para baixo, quando o Oh finalmente se aproximou e deixou um copo cheio do líquido transparente em cima da mesa onde estava outrora, trabalhando.

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