Capítulo 9.

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📚 Capítulo 9 - Parte dois: Entre as máscaras da perfeição, o reflexo de seu antônimo gera a verdade sobre nós. 📚

Taehyung sentiu os lábios aconchegantes encaixarem perfeitamente nos seus, enquanto sentia calafrios na espinha no exato momento em que Hoseok envolveu sua cintura com ambas as mãos. O ruivo colou seus corpos com uma delicadeza que o Kim ainda não conhecia, e moveu seus lábios com um carinho que ele jamais viu em seus outros relacionamentos. Não que ele não gostasse da brutalidade que normalmente estava acostumado a ser tocado, mas de alguma forma, o modo que o Jung o conduzia fazia seu coração bater como se a qualquer momento fosse deixar sua caixa torácica.

Quando suas línguas se encontraram, o Kim percebeu que todo seu peso estava sendo sustentado pelo maior, uma vez que suas penas pareciam simplesmente ter perdido à força. Seu interior explodia em um misto de sensações anestésicas,  outrora, ainda era como se estivessem o fazendo cócegas. Tanto, que poderia sorrir entre o beijo a qualquer momento. Estava feliz, era um fato a não ser descuido ou duvidado. Nunca pensou que estaria nos braços daquele homem um dia, tanto por sua personalidade quanto por sua forma de ver o mundo, os outros.

Ele se considerava um pecador, aquele que não merecia nada além de coisas ruins, no entanto, lá estava Hoseok e seus lindos fios laranjas pintando sua alma com as cores da galáxias. Taehyung se sentia infinito, e embora o infinito ainda pudesse partir, ruir, e tornasse cinzas, era como se tudo que pudesse quebra-lô, não fosse capaz de extingui-lô; de torna-lo um mero mortal condenado pela luxúria, inveja, cobiça...

Não entendia como ou porque havia se apaixonado por alguém só por apreciar seu sorriso, ou se aprofundar em seus olhos, não entendia como Hoseok o fez florescer, não entendia muita coisa que envolvia aquele sentimento incógnito que acorrentava sua aura, e o fazia se sentir liberto, porventura, entendia bem da dor que estava destinado às ter caso seu jardim não desse frutos, e suas flores não desabrochassem por causa de um amor falso. Entenderia porque, sim, o Kim sabia que estava fadado a pagar caro por seus pecados.

— Não chore... — A voz angelical de Hoseok fez com que seus olhos uma vez fechados se abrissem e, ao encontrar aquela expressão serena qual escondia a preocupação nas íris alheias, não pode deixar de perder o ar.

Porquê amar era exatamente isso. Esquecer-se de lições básicas como respirar, sustentar o próprio corpo ou até mesmo de falar. Amar era exatamente assim.

Se sentir-se nas nuvens mesmo sabendo do risco que corria, afinal, elas poderiam evaporar quando se menos estar esperando.

— Eu não estou. — Constatou em um sussurro, depois de receber um selinho rápido do ruivo, que ao ouvi-lo, deixou com que uma risada fraca fugisse de seus lábios.

— Não? — Ele levou uma das mãos até a tez corada, deslizando seu polegar contra sua bochecha suavemente.

— Não. — O respondeu, convicto, mesmo já tendo se dado conta da lágrimas gélidas que corriam por sua face.

Hoseok o fitou por longos minutos, e notando que era observado minuciosamente, Taehyung estava prestes a se desculpar por estar agindo de maneira tão esquisita. Ele não tinha razões explícitas para está se debulhando em lágrimas na frente do Jung, que provavelmente deveria acha-lô um complemento estranho, contudo, quando estava prestes a dar de ombros e fugir. Fugir de sua mesmo, e de sua verdadeira essência, os braços do ruivo novamente o envolveram; dessa vez, em um abraço caloroso e inseto de delicadeza. Era como se ele a qualquer momento fosse os fundir em um, de tão forte e possessivo que o agarrava.

— Ho-hoseok?

— Não chore por favor, vê-lo assim me machuca mais do que possa imaginar.

— P-por que? — Questionou, aninhando-se em seus braços. Não conseguia se afastar, não queria se afastar.

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