Epílogo.

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📚 Epílogo: Juntos aqui. 📚

O sorriso ladino, venenoso, que serpenteou seus lábios quando uma vaga lembrança de Minho e Jungkook conversando o atingiu fez com que ele cruzasse os braços sobre o peito, ao que foi impossível não tirar conclusões precipitadas após se lembrar da forma que o editor-chefe sorria para o mais velho a cada mísera palavra. Eles eram íntimos, claro que eram, mas o que congelou seu sangue fervente nas veias foi imaginar o quão próximos eles poderiam ser de fato. Sentiu as borboletas de seu estômago que outrora agitadas, fazerem uma imensa bagunça em seu interior à ponto de sentir ânsia de vômito assim que os imaginou juntos, numa relação onde trocavam toques e carícias, - o que somente o deixou ainda mais enjoado - e se aproximou, batendo de frente com Minho enquanto mantinha suas sobrancelhas juntas e lábios crispados ao que se negava em desfazer o olhar agressivo que trocavam.

— E o que você, está fazendo aqui? — Rebateu, num tom de voz mais baixo e incisivo, que imediatamente fez com que os olhos irritados o encarasse como se pudesse fulmina-lo apenas com a força de seu ódio.

O maxilar travado de Jimin se contorceu em incredulidade assim que viu Minho sorrir zombeteiro. Ele parecia certo de que tinha intimidade e direito o suficiente para exigir uma resposta imediata do que definitivamente não deveria ser de sua conta e, ao notar isso, pressionou veementemente os punhos, confuso com o sabor do líquido amargo que subia e descia sua garganta.

— Por que eu te responderia isso, garoto? Eu venho aqui a hora que eu quiser, e não te devo qualquer satisfação por isso! — Exclamou, e Jimin só queria calar a boca daquele homem com um soco. Não conseguia adimitir que as pessoas gritassem consigo, e vê-lo fazendo isso sem o mínimo de razão era quase como encurtar o tamanho de seu pavio aceso.

— Oras, então estamos completamente quites. Estou aqui porque posso vir aqui a hora que eu quiser, bem como o Jungkookie não tem que te dar explicações de nada! — Bufou, mas ao ver um sorriso cínico e indignado novamente nascer nos lábios de Minho, foi em passos largos em sua direção somente para arrancá-lo à força.

Estava cansado daquele homem à muito tempo, de qualquer forma. Além disso, não poderia ser demitido se o agredisse fora do trabalho, por motivos cem por cento pessoais. Óbvio que, no exato momento que pretendia atingi-lo, sentiu mãos fortes agarrar sua cintura a medida que teve o corpo completamente envolvido por àqueles braços que conhecia bem. Jungkook o afastou com precisão do corpo de Minho, e até pensou em se debater para se soltar se não tivesse se dado conta que estava o enfrentando e agindo daquela maneira em resposta ao ciúmes que gradativamente o enchia de inseguranças e isso, de certo modo, imediatamente o apavorou.

— O que esse garoto é, um selvagem? — Minho indagou, ciente de que se Jeon não tivesse o agarrado, muito provavelmente estaria sem a língua. Mas, ignorando o olhar repreensivo do moreno, e agora, o pensativo de Jimin, continuou com certa amargura na voz. — Mande-o embora, Jungkook, sei que trabalham juntos, mas você não precisa ter contato com ele fora do ambiente de trabalho. Já basta tudo o que esse garoto te fez passar. Não vai querer repetir o erro na...

— Chega Minho! — O moreno bradou, apertando Jimin ainda mais contra o peito depois que ele estranhamente se aquietou em seus braços. — Está agindo como se fosse meu dono desde que chegou aqui, e não vou admitir essa atitude dentro de minha própria casa! Aqui você é apenas uma visita, e não meu chefe, então ponha-se em seu lugar!

— Oh' você está defendendo ele, Jungkook? Mesmo depois de tudo, vai defender esse garoto?! — O mais velho o encarou, tomando o silêncio alheio como a resposta que aguardava. — Quando ele sumir e você voltar à ser uma criatura digna de pena de novo, não me procure, não irei te ajudar dessa vez.

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