Capítulo 7.

4K 432 117
                                    

📚 Capítulo 7 - Parte um: Um amor inacabado é um amor que não foi superado.  Um reencontro abrupto é um recomeço que pode ser moldado. 📚

Jimin se perguntava em como diabos havia ido parar na situação atual. No entanto, por mais que recapitulasse detalhadamente todos os acontecimentos, nenhuma resposta lhe surgia além de que seu próprio impulso o levou até alí; em sua própria sala, ao lado de Jeon.

Sua cabeça ainda estava muito confusa, e tê-lo tão perto de si era intimidador. Tanto quanto as palavras do próprio editor chefe, que insistia em reviver o passado que deveria na verdade ter sido enterrado. Eles não eram mais adolescentes para viverem naquele conto de fadas juvenil, até porque, Park não tinha mais o mesmo coração que pulsava a base dos próprios sentimentos profundos que guardava por seu Seonbae; que o preencheu quando o correspondeu na época.

Ele não queria viver uma história de romance, seu foco no momento era realizar suas ambições e capturar seus sonhos; além da imensa vontade de querer provar à todos que o insultaram, subestimaram e o caluniaram o quão independente, competente e experiente profissionalmente ele conseguia ser, claro. Uma relação só iria atrapalha-lo e  voltar a gostar de Jungkook só iria desgasta-lo mentalmente, afinal, durante todo aquele tempo, - em sua cabeça - o mais velho era o culpado por tudo que passou.

Saber que sua insegurança foi uma dos diversos motivos que o levaram à ser aquele alguém rancoroso, maldoso e orgulhoso abalaram suas estruturas. Foi sua própria incapacidade de lidar com os problemas de frente que o deixaram amargo como um copo cheio de Jägermeister. Foi a fraqueza do seu âmago que o machucou, que o desestruturou e arrancou de si a única pessoa que se importou consigo.

A culpa era sua. Somente sua. E olhar para Jeon e relembrar suas palavras era quase como um lembrete do quão sujo estava sua essência.

— Preciso que pare com isso. — O rosado murmurou, mas era como engolir um arame farpado falar com o tanto de pensamentos que se amontoavam em sua mente. — Precisa desistir dessa maluquice de recuperar meu amor por você Jungkook. Isso não existe. — Concluiu, quebrando todo o silêncio que para si era totalmente incômodo. Até porque, ainda não entendia o motivo de ter levando o editor chefe para dentro de seu apartamento.

Seus olhos estavam fixos na mesa de madeira, onde costumava trabalhar. Suas costas estavam apoiadas no sofá, e suas pernas dobradas em borboleta pareciam dormentes de permanecerem naquela posição à tanto tempo. Jeon, que estava ao seu lado, antes de fita-lo fixamente, tomou um gole do café que Jimin havia preparado assim que chegarem no prédio e suspirou, também aparentando cansaço.

— Por que?

— Como assim "por que"? — O rosado debateu, indignado, encarando incrédulo a feição vazia do Jeon. O que se passava na cabeça do moreno, afinal?! — É óbvio que isso não vai dar certo! Primeiro porque já tenho problemas demais e nós... — Apontou para o mais velho, depois para si mesmo. — Não combinamos em absolutamente nada. Segundo que... — Respirou fundo. — Já tentamos uma vez e não deu muito certo. Sinceramente, não quero repetir a dose, até porque, eu não gosto de você, não mais. A propósito, eu te odeio. Quando te vejo, sinto vontade de te enfocar, se é que me entende.

— Então... Você não gosta de mim? — O moreno perguntou mais para si mesmo do que para o rosado. E enquanto pressionava a xícara de café em suas mãos, Jimin o encarava, ainda muito confuso.

Gostaria que Jungkook entendesse de uma vez e parasse com aquelas investidas, contudo, ao mesmo tempo que desejava isso, ansiava secretamente que o moreno não o ouvisse, tampouco que ele fizesse o que o Park estava dizendo para ele fazer. Claro que, Jimin ignorava esses pensamentos conturbados e não admitia o óbvio. Não era tonto, sabia que sua pulsação descompassada sempre que o editor chefe se aproximava significava algo que ele não gostaria de descobrir. Sabia que o beijo que recebeu do outro havia mexido consigo, bem como suas palavras. Que sentir suas bochechas, - se não a face inteira esquentar - era um grande problema para si e seus objetivos.

Adorable Onde histórias criam vida. Descubra agora