Capítulo 5.

4.3K 536 207
                                    

📚 Capítulo 5 - Parte dois: A conversa é a base de um relacionamento, e a insegurança é a destruição dele. 📚

Jungkook tinha os olhos arregalados enquanto fitava o semblante nervoso de Jimin, que tinha o rosto inteiro sendo coberto pela cor vermelha que tomou primeiramente suas maçãs faciais para em seguida se espalhar completamente por seu rosto.

O coração do rosado batia como se a qualquer momento fosse deixar sua caixa torácica. Sua cabeça estava uma maldita bagunça, e ele não sabia como lidar com algo que há muitos anos atrás ele tentava desesperadamente superar. Jimin só queria poder ter se esquecido seu seonbae da devida maneira eficiente que o infeliz acidente que tirou boa parte de sua memória fez com que ele apagasse seu rosto e seu nome. Que ele arrancasse de seu interior a presença de Jungkook completamente de seu âmago, como ele havia arrancando de si a mulher que mais amou, - que mais ama - de sua vida.

De alguma forma, culpava o homem à sua frente por toda desgraça que sofreu em sua adolescência. Se ele não o conhecesse, se ele não estivesse o traindo, mentindo, enganando-o, talvez, Jimin não insistiria em sair da escola, não pediria para que voltassem para Busan. Não tivesse preocupado tanto sua mãe, à ponto de fazê-la deixar tudo para trás apenas para atender aos seus pedidos desesperados.

A existência de Jungkook simplesmente havia virado-o de cabeça para baixo, nunca pensou que poderia amar alguém como amou o mais velho, nunca pensou que se entregaria à alguém, como se entregará à seu seonbae. Ele era somente um garoto apaixonado que apesar de sua insegurança, não calou-se quando teve a chance. Não se escondeu como provavelmente faria. Sua súbita coragem fora sua ascensão, ao mesmo tempo que fora sua queda. Mas Park ainda não conseguia acreditar como um sentimento juvenil poderia ser tão destrutivo a ponto de modificá-lo completamente.

Por que doía tanto? Por que machucava tanto? Ele deveria mesmo continuar preso àquilo depois de tanto tempo? Seus sentimentos deveriam mesmo ter durado tanto tempo? Afinal, o que havia o hipnotizado tanto no rapaz naquela época? O atual Jungkook, apesar de muito bonito e inteligente, definitivamente, não faria com que ele se apaixonasse, como fora apaixonado antigamente.

Talvez porque não visse nada nele que o agradasse, ou que estivesse, contudo, cansado de ser alguém tão quebravel em um mundo tão violento e descuidado. Jimin admitia miseravelmente que sua versão mais nova era como uma boneca de porcelana que infelizmente foi entregue em mãos que no início pareciam macias, na verdade, elas eram mesmo muito macias, mas isso não fazia delas fracas ou gentis.

Como qualquer brinquedo delicado em mãos destrutivas, o Park quebrou-se em incontáveis pedaços. E quando sofrera o acidente que resutara em acontecimentos catastróficos em sua vida, notou chamas sucumbindo os últimos resquícios que poderiam fazê-lo superar as dores que o impediam de voltar à ser uma linda obra de arte feito à mão. Seus cacos de vidro derreteram, e se tornaram nada. Sua porcelana se desintegraram e tomaram-se apenas pó de algo que um dia foi belo. Jimin foi levado pelo vento, embora se sentisse pesado como uma rocha.

Ele não tinha se tornado uma pessoa ruim, mas estava longe de ser alguém bom. A raiva era sua fiel companheira, e era engraçado como ele se entregava facilmente à ela. Como um cachorrinho de rua em busca de um dono. Jimin era rancoroso, sim, vingativo até, no entanto, não era de pedra como achava que era, toda àquela situação provava-o de forma amargar que o fato de ter sido usado ainda o machucava muito; que ainda queimava como inferno saber que amou alguém que não fazia questão dos seus sentimentos, hoje mortos.

Mortos?

— J-jimin... D-do que você está falando? — Jeon finalmente questionou após longos minutos em silêncio. O semblante genuinamente confuso.

Adorable Onde histórias criam vida. Descubra agora