Depois de banho maravilhoso, saímos do banheiro e fomos nos trocar, Paula me ajudou a terminar de fazer a janta e em seguida fomos comer, conversamos sobre minhas disciplinas do novo período, sobre o trabalho dela, sobre nossas amizades enfim falamos de tudo um pouco, quando ela tocou no assunto do "acidente" foi bem difícil para mim lidar com aquele assunto embora tivesse se passado dois meses mais ainda estava vivo em mim as últimas palavras de Cristofer, lacrimejando disse a Paula que no dia seguinte ia atrás de Stella para saber em que cemitério da cidade Cristofer tinha sido enterrado, era devastador não saber os motivos concretos que o levarem a morte, eu queria pelo menos tentar diminuir a dor que eu sentia pela falta que ele me fazia. Paula levanta da cadeira ao lado e me abraça, eu nunca quis transparecer o quanto estava mal.
-" Bem, me desculpa eu ter tocado no assunto, eu sei que você não pode se despedir do seu amigo, se você quiser eu vou com você"
-" Não, não, não precisa isso eu tenho que fazer sozinha" respondo-a e me levanto, enchugo as lágrimas e pego as louças e ponho na pia, Paula começa lava as louças e eu digo a ela que vou pro nosso quarto pois não estava me sentindo bem; deito na cama e começo a lembrar de tudo o que aconteceu dois meses atrás, um filme começa a passar em minha memória, Cristofer e eu nos conhecemos quando eu tinha quartoze anos em uma ida na casa dele na época que eu fazia o ensino fundamental na mesma sala de Stella, embora eu já frequentasse a casa dele muito tempo antes, ele morava com o pai no exterior e só naquele ano veio morar com dona Cristina, me pego lembrando dos nossos momentos a sós, das nossas conversas, dos concelhos, enquanto as lágrimas correm soltas em minha face, Paula entra no quarto e me ver chorando, deita na cama e diz que com o tempo toda aquela dor que eu estava sentindo ia se transformar em boas lembranças, e eu respondo em minha mente 'que nunca mais vão ser realidade' e eu a abraço forte, me viro de lado dando de costa para ela, que pega o edredon e me embrulha junto a ela, e eu adormeço.
-" Bom dia meu amor, fiz seu café da manhã"
-" Não creio Bem, você tem sido tão dedicada como sempre" respondo-a ao vê-la com uma bandeja com café da manhã, o quão eu era abençoada de ter aquela mulher na minha vida numa das piores fases da minha vida ela esteve comigo, e eu sempre tentava retribuir com muito amor tudo o que ela fez por mim, eu nunca entendi porque meu coração não conseguia ama-la cem por cento e o porque Stella sempre foi dona dele embora distante, eu lutava todos os dias para matar aquele sentimento dentro de mim, mas era em vão. Naquele sábado de agosto me arrumei e me despedi de Paula com um beijo e fui para a parada de ônibus, fazia bastante tempo que eu não andava de ônibus, peguei um que passava no bairro onde Stella e sua família morava, chegando ao meu destino reparo um homem próximo a casa de Stella, usa um moleton que cobria a cabeça falando com Joaquim, quanto mais perto eu chego lembro me do dia do 'acidente' como se ele tivesse tido lá, quando ele leva a mão para cumprimentar seu Joaquim eu estou bem próximo e tenho uma leve impressão de ter ouvido sua voz parecia muito com aquela que ouvi antes dos disparos, corro em sua direção e dou-lhe um soco.
-" Seu filho da puta você que matou o Cristofer eu sei que foi você seu desgraçado, porque? porque?" Avançando pra cima do homem, seu Joaquim me puxa pelo braço e diz " calma Lara eu sei que esta sendo dificil pra todos nós mas nem por isso você tem que culpar todo mundo pela morte do Cristofer" o rapaz me olha com os olhos arregalados como se me reconhecesse, seu Joaquim aperta meu braço e diz "você viu quem matou Cristofer Lara?, porque você mesma disse a polícia que não se lembrava" com medo e me lembrando do que Cris me falou no dia em que morreu digo balançando minha cabeça negativamente que " não não lembro senhor Joaquim, agora o senhor pode me soltar estar me machucando" meio desconfiado ele me solta e eu saio correndo para a entrada da sala da casa de Stella, eu sabia que ele tinha alguma coisa a ver com o que ocorreu se não ele não tinha me tratado daquela forma. Lacrimejando bastante entro e vejo Stella no celular sentada na escada que dava acesso aos quartos do segundo andar, corro em sua direção e ela me olha sem entender, eu a abraço fortemente.
-" Você esta bem meu amor ?" Com um tom de preocupação pergunto a ela.
-" Nossa aconteceu alguma coisa Lara? Por que você esta assim preocupada? E sim estou bem."
-" Não aconteceu nada não, só estava preocupada, você esta meia distante"
-"É verdade mas nem tanto assim, você veio me visitar?" Ela pergunta.
-" Mais ou menos, eu vim pra ir no local onde o corpo do Cris foi sepultado eu não pude me despedir faz isso por mim por favor me leva la?" Lacrimejando falo e ela aceita me levar, seu Joaquim entra e me olhar com um olhar estranho mas eu desconsidero mas fico temerosa, Stella chama por Jane e ela sai do quarto onde era de Cristofer.
-"O que você estava fazendo no quarto de Cristofer?" Pergunto meio sem entender.
-"Lara você não esta sabendo não né? as coisas dele foram todas embaladas e estão no quarto que era seu e eu tô passando uma temporada aqui na casa de Stella e estou no quarto dele, mas enfim você esta bem?"
Um pouco mal falo que sim embora minha expressão facial fale o contrário. Stella pega a chave do carro e saímos, durante o trajeto percebo que aquelas pessoas que estavam comigo não pareciam ser as mesmas que eu conheci a tempos atrás, não se importavam comigo mesmo eu me doando pra elas, Stella não era mais a mesma parecia que algo tinha mudado nela depois que ficamos meses atrás, eu só me via pensando que eu queria um rumo pra minha vida, Stella estacionou o carro e me dei conta que tínhamos chegado, elas não falaram nada, desci do carro e fui procurar aonde estava o cara que tinha sido amigo, companheiro, irmão e que por um tempo eu digo que chegamos a nos amar um pouco como casalsinho, o cara que me protegeu da morte, que tinha junto consigo sonhos enterrados, vejo uma foto estampada em uma pedra e vou em direção a ela e vejo de quem é, me ajoelho e começo a chorar por horas, era a segunda vez que eu sentia aquela dor na alma, e comecei a perceber o quão eu o amava, eu queria muito voltar no tempo e falar que eu o amava diversas vezes o infinito. E a fixa começou a cair de que eu precisava ser forte e seguir minha vida e que minha mãe e Cristofer estavam em um lugar melhor, eu beijei minha mão e toquei a foto de Cristofer e disse "obrigada por tudo, eu sei que nos amávamos, você vai estar no meu coração sempre, e avisa mamãe que eu vou ficar bem" dou um sorriso de alívio em meio a tantas lágrimas e deixo junto ao seu túlmulo uma jaqueta jeans preta que Cris tinha me dado a um tempão atrás. Chego no estacionamento e peço para Stella me deixar no condomínio onde eu morava com Paula, seguimos sem falar nada. Ao chegarmos me despeço delas e vou para o apartamento, chego e abraço Paula, e ela me diz que eu preciso reagir mesmo sendo difícil.
Depois de uma semana Stella resolve aparecer, tomei um susto ao ver ela na porta do 'meu apartamento'.
-" Lara sou eu a Stella olha eu trouxe umas coisas pra nós almoçarmos e conversarmos se você quiser" ela fala antes de eu abrir a porta.
-" Oi amiga que bom que veio, eu estou sozinha sem quase nada pra fazer"
-" cadê Paula?"
-" Teve que sair cedo pra resolver assuntos da empresa" respondo.
Pego as sacolas das mãos de Stella e digo estar muito feliz por ela ter aparecido, começamos a conversar, ela e eu fazendo almoço, embora ela estivesse um pouco distante antes e tivesse mudado bastante eu não me incomodava nenhum pouco de te-la por perto afinal ela era o amor da minha vida embora ela me rejeitasse bastante e não fizesse tanta questão da minha amizade, na verdade era assim que eu pensava pois ela me tratava bem as vezes, mas era muito grossa e as vezes dava de entender que não se importava comigo, eu nunca conseguia entender esse jeito dela, mas mesmo assim eu continuava apaixonada por ela, nunca esqueci o dia que nossas bocas se conheceram, e eu sabia que nunca aquilo ia se repetir, ela era um tudo meu que não era realidade.
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Segredos de uma ECLÉTICA... (Parte I)
General FictionConta a vida de uma jovem repleta de desejos, cheia de segredos, e tabus que a sociedade ao seu redor lhes impõe, Lara Cleker vive uma vida conturbada entre sua familia, amigos e prazeres e precisa fazer algumas escolhas e por a prova seus amores, d...