Prelúdio- Luke.

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Havia alguém que conheci a muito tempo. Quando as chamas consumiam o campo de batalha em uma guerra interminável, entre os choros das honradas mães que clamavam pela volta de seus filhos, e as orações dos homens pela força para andar.

Não há tempo pior para se viver do que quando os homens vão a batalha, e os tambores vibram no fervor da luta. Eu o conheci nesse momento, por que foi para esse momento que ele nasceu. Seu sangue circulava para a batalha e seus braços se moviam para lutar.

Os homens sempre procuram um motivo para guerrear, é algo que os trás propósito. Eles buscam forças em suas memórias, em seus entes queridos, em preces aos deuses, porém nada pode impedir o homem de lutar pelo seus ideais. Não há força maior que o impeça de alcança-lo.

Luke Draco cresceu toda sua vida naquele quintal, onde ele arranhou pela primeira vez seu joelho, onde ele quebrou pela primeira vez seu braço, e onde ele deu seu primeiro beijo. Quando ele saiu daquela velha casa no interior para estudar, sua última memória foi ver aquele quintal se perder no horizonte enquanto o carro se movia. Ele sempre foi alguém inteligente, apaixonado pela literatura, sempre com um livro em sua mão, lendo página por página, devorando conhecimento e histórias jamais vívidas, decorando um sentimento que sentiu quando a olhou pela primeira vez.

A bela moça entrando na sala, com seu longo vestido cor de prata, o amor em que tanto acreditava surgindo naquele noite estrelada. Nem mesmo as grandes palavras que ele tanto lia, podiam narrar tal sentimento que surgiu entre ele e Betty naquela noite de verão. Enquanto ainda estudava na faculdade do Arizona, a paixão que compartilhavam logo deu a Betty seu primeiro fruto antes mesmo de se formar. Forçada a largar a faculdade, ela se conformou com a vida de dona de casa, esperando seu amado chegar. Momentos harmoniosos viveram juntos durante aqueles anos. Quando seu filho nasceu, o amor que antes forjou aquela família se dividiu em entre os três, crescendo pelos anos entre as dificuldades e alegrias do dia a dia.

Seus olhos castanhos e cabelos lisos se prolongaram em seu primogênito, dando vida a um belo garoto loiro.

Ele se mudou para Nova York assim que a criança completou 5 anos. Alugou uma bela casa com um vasto jardim ligado ao bosque, onde corria com o filho todo sábado. Ele se formou em literatura e publicou sua primeira história antes dos 30, porém não foi recompensado. A vida não era fácil, muito menos o poupava das dificuldades. Arrumar um emprego mais estável se tornou complicado. Betty saia toda manhã e sustentava a casa com seu próprio salário, e nunca reclamou da simplicidade.

Luke cuidava da garoto e trabalhava no escritório durante o dia, ele entrou em uma crise. Um bloqueio criativo o deixava acordado durante as noites que se passaram. Começou a ficar acomodado, preguiçoso, suas mudanças se tornaram evidentes, a depressão o consumiu durante aqueles anos, onde se sentiu parado, sem propósito. Betty viveu essa época difícil ao seu lado, mas nada podia restaurar sua felicidade.

Nós últimos anos, Draco começou a ficar estranho, agitado, assustado... Ele ficava mais quieto, acordava a noite aos berros e sentia inúmeras dores, porém sua depressão começava a se esvair, ele se sentiu mais inspirado, e apoiado por Betty voltou a escrever. O primeiro projeto demorou a sair, e começou a virar um sucesso. Um conto fantástico que se espalhou como um best seller aclamado e respeitado. Porém o sucesso já não mais importava para Luke, ele só se importava em dar início ao próximo livro, se consumindo durante o trablaho.

Betty começou a perceber suas distrações, como ele começava a treinar no bosque, ou sair na madrugada ao relento para olhar a mata vazia. Ele começara a ficar estranho com seu próprio filho, como se o garoto fosse já invisível enquanto caminhava pela casa. Começava a ignora-lo e passava dias trancado no quarto.

Mais 3 livros foram lançados, suas histórias viraram sua única preocupação durante aqueles anos enquanto ficou desligado. Ele perdera agora o ar alegre e descontraído, para dar espaço a alguém frio e perdido, apenas preocupado em retratar uma história fantasiosa sobre o papel. Betty chegava a noite cansada e se sentia sozinha, não havia mais um abraço acalorado nem um beijo molhado que antes a recebia em casa. Seu casamento entrava em colapso e estava prestes a desmoronar, se não fosse por aquela noite chuvosa que ecoava raios, e histórias não contadas.

Na manhã seguinte não havia mais nada. Betty esperou pelo menos 5 horas até começar a ficar desesperada. Não era tão raro Luke sumir na madrugada, porém daquela vez a história mudava. Draco havia simplesmente desaparecido entre a escuridão da noite. Seu carro ainda estava na garagem, as chaves ainda guardadas, e seu escritório ainda trancado pelo lado de dentro. Ela não entendia o mistério que tirara dela seu marido. Como pode ele sumir sem lhe dar motivo?

Por pelo menos 5 anos Betty esperou um telefonema, uma pista, um sinal de que ele não havia partido e a deixado sem esperança. Seu escritório revirado apenas guardava folhas em branco, e seu último trabalho parado pela metade.

O garoto chorou noites a fora pela volta de seu pai, esperando que pelo menos uma lágrima pudesse traze-lo de volta, assim Betty também acreditava. Mas suas lágrimas foram derramadas sem motivo, porque ele jamais retornara. Porém nem o passar dos anos a faz acreditar que ele havia a abandonado, que o formoso jovem sentado na cafeteria da faculdade, com seu livro descansando sobre a mesa, poderia machuca-la com aquele sentimento de solidão. Mas nem esse pensamento tirou a angústia de seu coração, porque a cada dia que se passava sem resposta era mais uma ferida não cicatrizada. Betty esperou por anos afim, por algo que nunca mais iria voltar, e eu mais que ninguém sinto me culpado por sua dor.

Eu conheci Luke Draco durantes os anos em que ele abraçou as trevas dentro dele por um bem maior. A guerra dá aos homens um propósito ou tira deles sua alma. Seu nome me era conhecido antes mesmo dele ser chamado, desde que sua missão o fora dado, no momento em que nascerá aquele garoto de olhos pardos, o fruto de seu amor pela mulher que havia se apaixonado. Ele entendera a missão que tinha sido dada a ele. Sofreu calado o que tentava deixar de lado, sobre difíceis decisões que havia tomado.

Cada homem leva sobre sí o fardo das vidas que leva, das chamas que ele fará consumir os palácios, e o dever que seu destino deve ter o dado. Luke passou anos no campo de batalha, e a criança o deu forças para enfrentar os desafios que se passaram, para tirar as vidas que tirou, e tomar para si o peso de acabar a batalha que nós havíamos começado.

Mas a verdade é que a guerra não havia terminado, e chegou a hora de seu filho escolher os ideais que irá guia-lo. Pois o império é poderoso, e sua guerra deve ser travada, esteja pronto, ou não.

 Pois o império é poderoso, e sua guerra deve ser travada, esteja pronto, ou não

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