WAR OF IMPERI - Uma guerra pela paz.

Capítulo 14- O rei dos sussuros.

A noite densa já pesava sobre a cidade de Marili, harmonizando com as luzes alegres que tomavam a cidade, protagonizando um contraste evidente junto a pobreza e sujeira que definiam a região. A metrópole era preenchida pelos sons da celebração, estourando nos céus os fogos iluminados, construindo magicamente maravilhosas imagens que sobrevoavam a província.

Em uma parte mais sortida e militar da cidadela, no subsolo de uma grande construção antiga de pedra e madeira, os homens da ordem Atheia se reunião, dominando o local com um silêncio aterrorizador, enquanto reservavam suas espadas e lanças nos suportes em suas costas. Os olhos assustados e poucas vezes até inocentes dos soldados observavam com tensão o ritual que ocorria logo a frente, mantendo a calmaria no lugar sombrio para que os espíritos mágicos circulavam no local dessem continuidade ao complexo processo de passagem.

Dois homens encapuzados realizavam a invocação, proclamando palavras mágicas e profanas, convocando poderes antes malignos que se alimentavam nas trevas que um dia já dominaram Dregens, e deram aos indignos o poder para conquistar o mundo. Vozes espirituais ecoavam no local, passando pelo lugar junto ao movimento do vento, subindo um arrepio gélido até mesmo no mais poderoso servo da ordem.

Um círculo esmeralda se abriu no chão, atraindo a pressão do ar, criando um pequeno redemoinho que logo ajudou a alimentar uma grande fonte de fogo. As labaredas verde escuras flutuaram sobre o círculo mágico, formando uma esfera condensada, transmitindo uma violenta brisa fertida que parecia
apodrecer tudo ao redor, enquanto afastava as coisas com o vento que corria.

As chamas começaram a crescer, atingindo os céus seguido por um estrondo. Os magos, revestidos com as grandes capas negras não cessaram o recinto da magia, movendo seus lábios ressecados e batendo seus dentes pobres enquanto observavam fixamente as consequências de suas palavras.

De repente, das chamas esverdeadas uma sombra negra emergiu, formando a silhueta de um homem, se aproximando lentamente ao fazer com que o rugir dos feiticeiros soassem como a trilha épica de sua entrada. Kafir caminhou lentamente, surgindo de dentro das chamas em direção ao grupo de homens a postos observando sua chegada.

As labaredas esmeraldas nem chegavam a queimar sua pele ou armadura, como se seu corpo repeli-se o calor profundo das chamas que o rodeava, deixando sua longa capa intocada, e apenas movimentada pela brisa da noite. Kafir estava ofegante, consequência do teleporte arriscado. Seu rosto pálido encarava apático os homens em sua frente, enquanto o fogo em suas costas se dissipava magicamente. Os soldados firmaram a postura, demonstrando um respeito imbatível diante a presença do superior. Os feiticeiros se ajoelharam, ainda com sua aparência fragilidade e animalesca.

— Quem é o líder dessa guarnição?- Kafir ponderou, ainda recuperando as forças do corpo ao tentar manter sua pose autoritária.

— Lord Kafir! General Oryin, comandante. Sou o líder da ordem em Marili, é uma estimada honra estar em vossa presença... – o soldado anunciou, se aproximando de Kafir com uma referência formal. O guerreiro possuía um grande escudo em suas costas, e uma espada longa em seu quadril. Seu rosto era escondido pela máscara negra da armadura, porém podia se ver os magros olhos verdes atrás da elmo, tremendo diante a presença do comandante.

— O garoto, sabe onde ele está?

— Perdão senhor. Nossos homens foram despistados pelo trio. Porém o resto dos serventes já estão a sua procura, vasculhando a cidade em todo lugar provável. As fronteiras estão fechadas, ninguém sai sem ser visto.

Kafir liberou um suspiro de desapontamento, virando seu olhar para a pequena janela, a única fonte de visão da cidade no local em que se encontravam. Kafir pode ver as luzes brilhando singelamente do lado fora, assim como pode ouvir os sons extravagantes que entravam no ambiente, atrapalhando seu raciocínio.