Capítulo 16- Pés no chão.

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Marili

Observar a imagem destrutiva de Marili era o que Guerad fazia aquela noite

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Observar a imagem destrutiva de Marili era o que Guerad fazia aquela noite. Ele se trancou em sua pousada junto de sua companheira, a abraçando contra o peito enquanto os gritos as lamúrias de mulheres e crianças percorriam a cidadela em meio as chamas, que consumiam as moradias amontoadas.

Podia se ouvir o som dos metais das espadas tilintando, orquestrando a gloriosa e violenta batalha que se estendia pelas ruas caóticas, simbolizando o duelo pela salvação ou deteriorização da cidade. O som do trotar dos cavalos trazia um angustiante pavor aos corações do casal, que temiam que a aproximação pudesse significar a chegada do exército Atheu,–que massacrava a região– rumo ao encontro deles.

De repente todo o escarcéu estrondoso da batalha parece ser calado pelo bramido violento que desce dos céus. Guerad abraça sua mulher ainda mais forte, sentindo seu corpo trêmulo e assustado despencar sobre o seu.

Uma gigantesca sombra cobre a cidade devastada. O simples passar de suas asas majestosas por cima dos focos de incêndio parece afugentar as chamas com os pequenos redemoinhos criados. Seu molde gigantesco e contorno divino passa por cima de Marili, seguindo até o pico mais alto da cidade, onde a batalha se intensificava.

Guerad vê pela janela a criatura descer sobre madame azul a suas chamas. A luz intensa se reflete na janela, e em seus olhos marejados que observa a pintura poética que se constrói. Tão rápido quanto chegou o animal castiga o palácio e se esvai pelos céus novamente, deixando sua passagem levantar clamores por toda cidade, gritos por misericórdia e um pensamento leigo de que os deuses escreveriam o fim de Marili.

Parecia que todos aqueles sons agonizantes da queda da cidade estavam se calando, caindo num eco choroso que sempre preenchia a terra cinza após uma guerra. Choros de mães e filhos abandonados, ainda presenciando a vida de seus amados e familiares sendo arrancadas em atos selvagens. É quando Guerad, o humilde proprietário da pousada no leste da cidade, ouve um alto estrondo balançar sua moradia.

Os estampidos do choque dos animais contra a madeira parece estar mais perto do que imagina. Descendo cautelosamente as escadas de seu estabelecimento ele chega finalmente até o pequeno estábulo, localizado na parte de baixo dos quartos.

Ele abre a grande porta de madeira, encarando a escuridão que é tomada pelo relinchar de desesperos dos equinos que tomam o local. Um som torturador, que o leva a tapar os ouvidos no desejo desabafar o barulho estrondoso que reproduzem os animais aflitos.

A égua de pelos platinados dá diversos coices em seu cercado, castigando a madeira fina da qual era feita sua baia. Outras duas montarias conduziam o mesmo comportamento selvagem, trazendo um clima de desordem para o pequeno depósito escuro.

Guerad após estampar espanto em sua face logo se recorda das ordens que recebeu, e das quais foi muito bem pago. Ele pesca sua lamparina dentro da pousada e invade o quarto vazio no qual antigos hóspedes já haviam se retirado.

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