Capítulo 05 | hora do lanche

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   O sol tava começando a realmente aparecer.

   Era em torno de umas 8:25am, estávamos ficando com fome e essa corrida até sair do território escolar só fez com que a fome aumentasse.

   Por sorte, mesmo que eu não queira, meus pais sempre deixam dinheiro comigo.

   Somamos com o que cada um tinha trago e fomos para uma lanchonete que tinha ali perto.

   Fizemos os pedidos e enquanto não chegavam, falamos sobre o que acabamos de fazer e em como aquele professor é maravilhoso.

   — Alguém sabe o nome daquele professor? — perguntou Diana ainda cansada. — Ainda surpresa com o que ele fez.

   — Ele não chegou a dizer — Pedro respondeu.

   E sim, ele segue sentado ao lado de Lia.

   — Natália!

   — Desculpa... Oi?

   — Sabe o nome daquele professor? — Verena percebeu que eu estava estranha, deu pra sentir no olhar.

   — Não me lembro dele ter me dado aula ano passado, então não sei. Desculpa.

   — Imagina... Mas e aí? Tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

   — Pois é... Você ficou quieta, diferente de como estava lá dentro — finalmente a Lia disse algo.

   — Não é nada... — É algo! Só não sei dizer o que. — É que lá dentro...

   — Lá dentro o que? — Lia tava mesmo querendo saber o que houve.

   — O LANCHE CHEGOU!!! — disse Pedro interrompendo.

   Provavelmente ele entende o que está acontecendo.

   — Vamos comer então!

   — Finalmente... — Diana pegou o lanche e deu uma mordida — TÁ UMA DELICÍA!

   — A fome já estava me consumindo.

   — Estou sem fome. — digo.

   Todas me olham, sabem que tem algo. Mas não sabem como perguntar, vejo isso em seus olhos. O que é bom, pois não saberia responder.

   Apesar de ter dito estar sem fome, peguei o lanche da mesma forma e estou rindo em minha mente por isso.

   Não há porquê ficar mal por algo que não entendo.

   — Essa música é muito linda! — disse Lia.

   Em seguida, começou a cantar a música que tocava dentro da lanchonete, enquanto isso Pedro levantou e foi saindo.
  
   — Onde você vai?

   — Precisamos voltar daqui a pouco. Mas antes preciso falar com a Natália.

   — Comigo?

   Percebi que as meninas estão olhando desconfiadas.

   — Sim. Vamos ali fora, é rápido.

   — Tudo bem. — sigo ele.

   Sentamos em um banco e ele começou a falar.

   — Disse pra você relaxar lá dentro, pra te testar.
       Agora vendo como você ficou mal, tenho certeza.

   — Que teste? Certeza do que?

   Agora estou mais perdida do que estava antes.

   — Que você é como eu! — respondeu-me sorrindo.

   Com os olhos quase lacrimejando, se levanta e segue falando enquanto anda em círculos.

   — Faz poucos meses que comecei a me entender. Vejo semelhantes em revistas, T.V, ouço músicas sobre isso na rádio. Mas é a primeira vez que conheço alguém pessoalmente.

   — Não estou te entendendo.

   — Natália... eu sou gay! — Uou, uou, uou... Estou em choque. — Bom, pelo menos eu acho.

   — Primeiro, obrigada por confiar essa sua parte à mim — finalmente disse depois de um tempo — Segundo, então você não estava dando em cima da Lia?

   — Não! Ficou com ciúmes à toa...

   — Não fiquei com ciúmes.

   — Sim, você ficou.

   — Então quer dizer que talvez eu seja... como você?!

   — Só que com garotas!

   — Como eu nunca percebi isso? — sigo em choque... — Aí minha deusa! O que pensarão de mim?

   — Isso não importa agora, estou tão contente! aaaaaaaaaa

   — Eu não posso ser lésbica, você não entende.

  — Natália, sei que é difícil. Mas há uma grande probabilidade... — continuou — de você ser lésbica!

   — Quem é lésbica?! — Perguntou Diana.

   Enquanto saía com as outras meninas de dentro da Lanchonete.

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