Capítulo 14 | notificação

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   Pedro entra em casa e fecha a porta devagar. Tenta não fazer barulho ao pendurar o casaco, mas sua mãe mesmo da cozinha, nota que chegou.

   Ele fechou a porta devagar, pendurou com calma o casaco, mas não tomou cuidado ao tirar os sapatos e sua presença foi notada.

   — Pedro? — questiona.

   — Sim mãe, sou eu — responde.

   Na ponta da escada prestes a subir. Para e presta atenção. Entende que sua mãe quer falar algo e ele tem que ouvir.

   — Porque voltou mais tarde?

   — Rolou algumas merdas... — é interrompido.

   — Já disse pra não falar comigo usando essas palavras.

   — Perdão. — seguiu — Algumas coisas aconteceram na escola, mas nada com que você deva se preocupar.

   — Ligarão pra mim? — pergunta Amanda.

   Sua mãe parece preocupada.

   — Ainda não ligaram? Agora penso que não irão ligar mais pra você.

   Desce da escada e vai até a cozinha.

   — E você? Tá bem? — pergunta.

   Da um beijo em sua testa. — Abraçaria se não estivesse com suas mãos ocupadas lavando a louça.

   — Eu vou ficar.

   Sua fala soa embargada, pra compensar, solta um sorriso.

   — Tudo bem — diz.
   Se precisar conversar, mesmo eu podendo não ser a melhor conselheira, posso te ouvir — sorri, dá uma pausa na louça e o abraça.

   É possível sentir a tensão em seus ombros.

   Olha atentamente para seus olhos e tenta pegar algo em suas muitas expressões faciais. Nada é captado além do estresse.

   — Sim, eu sei.

   O plano era chegar em casa sem ser notado e correr para o seu quarto. O que não funciona quando sua mãe tem um instinto milenar, passado entre as gerações e não dá pra ignorá-lo.
   Pode sentir quando algo está errado, ainda mais tratando-se do próprio filho.

   — Enfim, se tiver com fome, guardei comida pra você na geladeira.

   Desfaz o abraço e muda de assunto. Sente que ele não ficou confortável.

   — Quero agora não — diz.
   Eu posso terminar a louça, se quiser.

   — Isso seria ótimo! Bem, preciso ir dar uma olhada no aquário.

   — Tá bem — sorri.

   Sua mãe sai da cozinha, pois o aquário fica na sala.

   Enquanto lava a louça, lembra do professor e um tesão surge e dança com a tensão do seu corpo.

   Tenta distrair a mente pensando em outras coisas e falha de forma miserável.

   Sua mente o leva até o Gabriel e quando percebe, está indo pro banheiro pra dar uma aliviada. Na tensão & no tesão.

   — Porra, eu tô muito fudido... — pensa consigo.

   Quando enfim sai do banheiro, não encontra mais a mãe pela casa.

   Termina a louça e acaba quebrando um copo.
   Disse não querer comer, mas agora está tremendo, não só pela fome — após essa boa aliviada, isso era de se esperar.

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