Eu conto tudo o que quiserem saber
Apenas não me deixem jogado por aí
Aos pedaços.
Eu conto!
Eu conto que Marcinha não amava suas crianças.
Elas lhe lembravam do sangue que escorria pela perna e que escrevia seu futuro no chão como um sonoro "não" em meio as lágrimas
Pedindo para que parassem
(Todos eles)Não precisam me bater mais
Eu lhes conto tudo
Tudo o que quiserem saber
Eu conto que André nunca perdeu os dentes por vitória no baralho
Mas sim por pegar no caralho errado no banheiro do terminal.
O vendedor não estava brincando
Quando com tanta frieza pisou naquela boca seca até que se encharcasse da cor vital
(E ficasse como suas barrigas. Vazia)Por favor, não!
eu não aguento mais
Eu conto
Conto que não foi por mal que Renato espancou o garoto até que virasse homem.
E quando o tomou à força
Na esquina da XV com a consolação
Foi com convicção que gozou e implorou por mais paixão.
(Homens da rua aprendem a tomar à força desde pequenos)E por favor, piedade
Eu conto tudo o que quiserem
Só não me peçam mais uma vez para me abrir
Pois estou rasgado desde a última sessão
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Marte é Um Planeta: Vermelho (ou Poesia De Merda...)
PoetryNão tem sinopse. Só lê essa bosta e passa reto