lembrete

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Cacos de vidro nas pupilas
Meus olhos arrancados para tentar esquecer tantos rostos
Ácido nas orelhas
Dentro dos ouvidos para tentar apagar todos os sons das vozes
Brasas na língua
Queimando todas as papilas para tentar evaporar as palavras doces cuspidas à seco

Mas tudo continua preso
Manchado
Esfrego meu crânio exposto com alvejante
Na esperança de que alguma memória desapareça como  crianças negras

Na minha testa
São como baratas
Atraem escorpiões
Que sem predadores naturais nas grandes cidades,
Picam minhas bochechas e minha cabeça
Dói
Tudo dói
Incha
Minha traquéia fecha
Choque anafilático amigo
Me acolhendo com uma xícara de café
A filha da puta sabe que odeio coisas amargas
A mãe que agrada veste preto e não dá nada.
Apenas busca

Marte é Um Planeta: Vermelho (ou Poesia De Merda...)Onde histórias criam vida. Descubra agora