Os sonhos vem depois da meia-noite
Mas me mantenho acordado para sentir a avenida
Fecho os olhosNunca houve silêncio algum
e eu costumava gostar
Sentia que podia dormir tranquilo pois o mundo sempre manteria alguém acordado para cuidar da minha saúde
Os caminhões bufando, cansados
As sirenes gritando
(Junto comigo, talvez)Tudo é vivo depois que o sol se põe
Como um espírito velho e cansado que nunca dorme.
Nunca para.
Andando de um canto do mundo a outro
Como Prometheu
Toda noite a águia de aço e concreto desse do céu para comer seu fígadoMinha cidade é pobre
Ouço gansos, galos e cachorros
Todos gritando
Conscientes do abate por vir
Eu seria tolo se também não gritasse
Não sou um novilho, um cordeiro
Esse já se foi
Vermelho
Sou um porco
Guincho feito um bebê
Não para os outros
Mas dentro da minha cabeça
Talvez seja esse o zumbido que não me deixa dormir
Na esperança de que não me capem, meus ouvidos sangramE agora, a essa hora
A cidade canta
O vento canta
A brisa corta
A marcha fúnebre da nécropole desalmada
E mesmo assim, todos choram em silêncio
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Marte é Um Planeta: Vermelho (ou Poesia De Merda...)
PuisiNão tem sinopse. Só lê essa bosta e passa reto