Capítulo 13: Ainda está vivo

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Em uma trilha antiga que passava por um bosque, estavam duas carroças cobertas, cada uma sendo guiada por dois homens. As carroças pararam em uma entrada perto de uma montanha e os homens desceram. Foram para a parte de trás das carroças e puxaram um chicote de seus cintos. 

 _ Desçam logo daí! Seus inúteis _ Disse um deles, enquanto balançava o chicote. O som do chicote quando golpeava o ar era bastante alto.

De cada uma das carroças desciam 5 pessoas. Usavam mantos de trapos velhos, costurados como vestimentas e cobrindo o rosto com um capuz. Seus braços e pernas estavam expostos, tão magros que pareciam ser apenas pele e ossos. Usando correntes nos pulsos e pescoços, todas unidas em uma corrente só. Um dos homens pegou a corrente e seguiu puxando todos os escravos, outros dois ficaram acompanhando pelos lados e o último, ficou no final da fila.

 Eles foram seguindo o percurso até passarem por dentro da montanha. Ao saírem do percurso, um dos homens acorrentados caiu, era um garoto magricelo, com cabelos escuros. Os homens o rodearam, puxaram seus chicotes e começaram a chicoteá-lo e pisoteá-lo.

 _ Seu escravo inútil! Não serve nem pra andar direito! _ Diz um dos homens, enquato puxava o garoto pelos cabelos.

Dentro do quarto onde estava Fafnir, Ifrit, Hope e Connor conversavam bastante._ Estão vendo essas linhas? _ O doutor apontava para 2 linhas em seu monitor, uma vermelha e outra azul. A vermelha ondulava bastante, mas a azul estava parada.

_ O que elas significam, Connor? _ Questionou Ifrit, enquanto cruzava os braços._ A vermelha representa os batimentos cardíacos, por isso está em constante vibração. A azul representa as ondas cerebrais. Se ele estivesse sonhando com algo, ela começaria a vibrar também.
 _ O doutor dá um suspiro de descontentamento.
_ Ei doutor! Olha o monitor de novo. _ Hope aponta para o monitor, bem para a linha azul que começara a vibrar.
_ Parece que algo interessante está acontecendo aqui. Galera, o Fafnir começou a sonhar! _ Connor se afasta do monitor e vai até a câmara. _ Sinto que ele pode acordar quando esse sonho acabar.
_ Finalmente uma boa notícia. E aí? Tem como descobrir o que ele tá sonhando? _ Ifrit questiona, enquanto anda até Connor.
_ Aí você já está querendo saber demais. O cérebro é muito complexo, a tecnologia ainda não chegou nesse nível. _ Connor volta para a mesa onde ficavam alguns papéis.
_ Por isso mesmo que a magia é muito melhor que essa baboseira de equações.

A voz de Blair ecoa por todos os cantos do cômodo, até que a bruxa aparece pela sombra de Hope. Connor dá um suspiro de tédio, a chegada da bruxa era um incômodo para ele.

_ Coitadinho do Connor. _ Diz a bruxa, debochando do Doutor._ Nesse mundo nem tudo pode ser explicado por cálculos.
_ Não estou triste, só não queria ver a sua cara mesmo. _ Connor retruca enquanto volta a olhar o monitor.
_ Minha nossa! Parece que alguém ficou aborrecidinho... _ Diz a bruxa, dando pequenas risadas.

Ifrit só ouvia o diálogo entre os dois. Aquela troca de deboches e desaforos o fazia ver duas crianças discutindo. O dragão deu um soco em cima de uma mesa e o estrondo foi tão alto que ecoou pelo castelo.

_ Vocês dois já estão enchendo o meu saco!_ O dragão não tinha paciência para aturar aquilo, não no momento em que o assunto era sobre seu amigo. Ele logo direcionou o olhar para Blair. _ Bruxa, você disse que a magia podia mostrar o que Fafnir sonha. Certo?
 _ É isso mesmo... _ A bruxa respondeu com uma voz baixa, parecia um pouco assustada. Ela logo puxou uma varinha e a apontou na direção de Fafnir, recitando algum encantamento:

"Mirror of Dreams..."

Em algum lugar, Fafnir observava a si mesmo quando criança. Ele olhava para todos os lados, mas não via nada, olhou para as próprias mãos e só viu uma fumaça escura. Tentou falar, mas não tinha lábios, ele estava vazio.

Hope: A saga dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora