Capítulo 14: Novo problema

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_ Falkor ainda está vivo. _ Disse Fafnir.

Ifrit, que acabara de colocar um cigarro na boca, ficou tão boquiaberto que o deixou cair no chão. Fafnir observava, pronto para se levantar e fazer o amigo voltar ao mundo real, mas Ifrit logo se recompôs, e falou:
_ Tem certeza disso?
_ Absoluta.
_ E como você descobriu? _ Questionou Ifrit, enquanto pegava o cigarro que deixou cair.
_ Enquanto dormia, minha consciência ainda estava acordada, como um tipo de plano astral. Nesse tempo, fui recapitulando os acontecimentos passados e lembrei de que, quando derrubei o Falkor dentro do vulcão, a lava respingou em mim, mas eu não comecei a derreter nem fui queimado. Então, se eu não fui ferido pela lava, como Falkor foi? _ Questionou Fafnir, ainda pensativo.
_ Deve ser por causa da quantidade de lava, cara. Pa-
_ Aí que você se engana _ Fafnir interrompeu, antes que Ifrit dissesse mais alguma coisa _ Tirei essa mesma conclusão também, mas eu ainda estava inquieto, até que eu me lembrei de uma coisa... _ Fafnir olhava de um lado pro outro, procurando algo. _ Onde está a minha bolsa?
Ifrit foi direto para o armário ao fundo do quarto e pegou a bolsa de Fafnir.
_ Toma. 
_ Obrigado. Agora, onde ele está?.. _ Fafnir começou a revirar a bolsa. _ Achei! _ Ele puxou um livro velho, com a capa desbotada, deixando impossível de ler o título.
_ E o que esse livro velho tem haver com o Falkor? _ Ifrit questionou, curioso sobre o conteúdo daquele livro.
_ Achei ele na ala proibida da biblioteca do castelo, antes de se iniciar a busca por Falkor. _ Responde Fafnir, enquanto folheia o livro.
_ Ah não... _ Ifrit colocou a mão no rosto, demonstrando decepção. _ Você insiste em desrespeitar as regras...
_ Não vamos fugir do assunto! Esse livro contém relatos de um explorador, que conseguiu se infiltrar no nosso reino e observar as nossas vidas e nessa página o explorador diz que viu dragões se banhando em rios de lava, cara! _ Fafnir apontava para um parágrafo do livro, com muita intensidade.
_ Isso é fantasia... Espera, se esse livro estava na ala proibida...
_ Significa que isso realmente aconteceu. Aquela ala contém arquivos com informações dos outros reinos, além de ter informações que foram impedidas de serem espalhadas por aí. Nós não sabíamos dessa nossa capacidade, pois nunca tentamos. Acho que muitas gerações se esqueceram disso.
_ Falkor te enganou, mas como?
_ Ilusões. 
_ Mas ele nem era bom nisso.
_ Ele não, mas ele não estava sozinho. Um tempo depois da morte dele, eu fui atacado por um homem em um manto negro, ele me rodeou por chamas, mas eram ilusões. Quando eu consegui derrotá-lo, antes de conseguir fazer qualquer coisa, o corpo dele virou pó. Pensei que ele tinha usado alguma magia para se suicidar, mas acho que era outra ilusão.
_ Então ele está vivo e tem aliados. Parece que finalmente se tornou um líder, como tanto queria. _ Diz Ifrit, em tom sarcástico.
 "Líder? Ele não tem tanta inteligência pra isso..." _ Diz Belval, rindo, dentro da cabeça de Fafnir.
_ Acho que não, Ifrit. Isso parece muito bem arquitetado pra ter sido coisa do Falkor. Ele sempre se demonstrou ser mais do agir antes de pensar. _ Diz Fafnir, enquanto coça o cabelo.
_ Olhando por esse ponto... 
_ Ifrit, vamos sair um pouco. Quero esticar as pernas _ Diz Fafnir enquanto se espreguiça.

Em seu quarto, Blair observava uma jóia negra, em formato de crânio e com um brilho púrpura no centro dos olhos.
_ Nem acredito que consegui, depois de 5 anos de tentativas e falhas eu finalmente consegui! A joia do necromante está em minhas mãos! _ Blair colocava a pedra contra a luz do sol e sorria de alegria.
_ Também não acredito, Blair. _ Diz Helena, observando na entrada do quarto da bruxa. _ 
_ Helena! Eu já estava indo te contar a boa notícia, mas, como sempre, você está um passo na minha frente... 
_ Nem é pra tanto, eu simplesmente tive vontade de vir aqui. Tive sorte de chegar na hora em que você estava comemorando. _ Diz Helena, dando leves risadas.
_ Sortuda você, hein? Queria ter essa sua sorte. _ Retruca Blair, rindo também.
_ Eu posso vê-la? _ Questiona Helena, apontando pra joia.
_  Claro. 
Blair entrega a joia nas mãos de Helena, que a coloca contra a luz e fica observando em silêncio. O Brilho púrpura penetra nos olhos da cavaleira, que parecia estar hipnotizada. Blair chama pelo nome de Helena:
_ Helena? Helena? Ei, você está me ouvindo!? _ Blair segura no ombro de Helena, que logo volta à si.
_ Ah desculpe. Me perdi em pensamentos...
_ Sei como é. Essa joia é tão bela que até hipnotiza.
_ Tem razão. Quando você vai entregar pra ele?
_ Acho que no festival de amanhã.
_ No Festival da lua de sangue? Boa escolha.
_ Também achei. 

Hope: A saga dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora