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Depois de um bom banho com o Jungwoo vestimos roupas quentinhas e deitamos de conchinha na cama,eu era viciado em seu cheiro de cereja,então enterrei meu nariz nos seus cabelos alaranjandos.Ainda parecia surreal que a gente havia transado,toda vez que a lembrança do momento me vinha a mente,eu sentia um friozinho na barriga.

Beijei seu ombro.-Tudo bem?-Eu ficava perguntando de meia em meia hora,meu medo era de ter machucado ele.Ele assentiu revirando os olhos,eu sorri.-Ainda bem,tá pronto pra outra?

Jungwoo se virou pra mim e fez um carinho no meu rosto assentindo levemente.

-Bem como o Donghyuck disse...-O mais novo sabia do quê eu me referia,então me deu um leve tapa rindo.-É brincadeira amor.

Ele voltou a acariciar meu rosto perdido em seus pensamentos,como Jungwoo era lindo,eu queria tanto beijá-lo e assim fiz,ele ficou surpreso mas retribuiu,era suave e lento com gosto de creme dental.Os lábios do Jungwoo eram macios como os marshmallows que eu comia na minha infância.

Nada poderia estragar minha felicidade...

-Mas que pouca vergonha é essa!-Meu corpo todinho tremeu quando eu ouvi a voz do Sr.Kim,ele abriu a porta de uma vez nos pegando no flagra.-Eu sabia.

-Senhor...-Eu comecei a falar,mas o seu olhar de ódio me impediu,atrás dele estava a Soojin,com um sorriso vitorioso nos lábios vermelhos,nos dedos a chave extra do quarto.-Eu posso explicar.

-Eu não quero explicações!-O homem esbravejou.Jungwoo estava tão assustado quanto eu,segurei sua mão pra tentar acalmá-lo.-Vai embora da minha casa agora seu moleque!

"Não,não pode ser..."Eu tava sem reação,meu corpo parecia ter paralisado,reuni todas as forças que eu ainda tinha e me levantei,Jungwoo não queria largar minha mão.

-Solte ele Jungwoo.-O Kim mais velho disse entre dentes.-Eu já devia saber que isso aconteceria,devia ter te demitido na primeira oportunidade.

Eu só conseguia encarar meus próprios pés envergonhado.

-Meu filho gay?É pior coisa que poderia me acontecer.-Ele continuou.-Uma verdadeira vergonha pra família.

Não,ele não podia dizer aquilo,engoli a vontade de chorar e parei de frente pra ele o confrontando,não iria deixar ele dizer isso do meu namorado.

-Quem você acha que é pra dizer uma coisa dessas?-Devolvi no mesmo tom.-Idaí se ele é gay?Isso não muda o fato dele ser o garoto mais doce e incrível do mundo,eu amo ele,não sei porque tô dizendo isso pro senhor,não se importa e nunca vai se importar com ele,Jungwoo que deveria ter vergonha de ter um pai assim.

Suas mãos estavam em punhos,quase achei que ele fosse me meter um soco.

-Um moleque como você não sabe o que é amor.-E riu debochando.-Você quer apenas se aproveitar do estado dele,devia te denunciar pra polícia.-Eu não queria bater nele porque o mesmo me chamou daquela forma,mas sim por que ele duvidava que eu podia amar o Jungwoo.

-Vai em frente,eu não fiz nada de errado,somos namorados e nos amamos.

Ele não faria aquilo,o medo do escândalo,das pessoas comentando que o filho de Kim Inseong era gay,foi maior.Sinceramente,eu tinha nojo desse homem e pensar que ainda existia pessoas assim.

-É um insolente mesmo.-Soojin resmungou atrás dele e eu queria esganá-la.A culpa era dela,não tenho dúvidas.

-Essa pouca vergonha que você chama de namoro acaba aqui e você tem vinte minutos pra arrumar suas coisas e ir embora,você nunca mais vai ver o Jungwoo.-Dizendo isso saiu do quarto.

Encarei a mulher na minha frente.-Tá feliz agora?Conseguiu o que queria.

-Estou radiante querido,vou comemorar sua saída com um champagne maravilhoso.-Ela sorriu largo.-Vai querer um pouco Jungwoo?

Eu não conseguia nem olhar pro mais novo.

-Tenho nojo de você,eu sabia que aquela sua bondade toda era uma farsa,estava só esperando uma oportunidade pra me ferrar.

-Até que você não é tão burro Lucas,agora tudo vai voltar ao que era antes,aliás,já contou ao Jungwoo que você ia embora de qualquer jeito no próximo mês?-Soojin deve ter visto a cara de surpresa do mais novo,ela sorriu satisfeita.-Ops.-E foi embora quase dando pulos de alegria.

Fiquei paralisado perto da porta alguns segundos,antes de me virar e ver que o Jungwoo tava cabisbaixo chorando,sentei ao seu lado.

-Me perdoa por não ter contado...não queria que você ficasse triste,só queria aproveitar o tempo que ainda tínhamos juntos.-Ele me abraçou forte,enterrando o rosto no meu pescoço,as lágrimas molhando minha roupa.Não me segurei e comecei a chorar também.

Meu coração tava despedaçado,a última vez que eu tinha sentido essa dor de como se alguém tivesse arrancado uma parte de mim,foi quando meu pai morreu,a cicatriz foi aberta novamente.

Segurei seu rostinho molhado em minhas mãos.-Lembre-se do que me prometeu ok?Não fique triste por mim.-Ele mexia a cabeça de um lado pro outro em negação.-Você prometeu Jungwoo e eu vou cumprir a minha promessa,a gente vai ser muito feliz,eu não vou desistir nunca de você.

Beijei seus lábios rosados várias vezes,não importa,Jungwoo tinha que ser feliz,mesmo que não eu não estivesse perto.Eu o segurava tão forte,que achava que eu ia quebrar se o soltasse,mas tinha que fazer,tinha que ir embora.

-Eu sempre vou tá com você.-Apontei seu coração.-Eu te amo Jungwoo,você foi a melhor coisa que me aconteceu,você não tem idéia do quanto me faz feliz,de quanto sorrisos eu dei só de pensar em você,no seu jeitinho...eu te amo babe.

*

-Aqui está o seu pagamento.-O Sr.Kim segurava um envelope na minha direção,quase mandei ele enfiar no próprio rabo.

-Pode ficar com o seu dinheiro.-Eu disse ajeitando minha mochila nas costas.Olhei pra janela do quarto do Jungwoo,ele tava lá me olhando de longe com o cachorrinho no colo,pelo menos não estaria totalmente sozinho.Dei um sorriso sem graça pra ele.

-Esqueça que ele um dia existiu,se o procurar eu não hesitarei em chamar a polícia.-O homem disse e voltou pra dentro da casa.Soojin teve a audácia de dizer que iria cuidar muito bem do mais novo,as coisas não podiam ficar pior pra mim.

Ainda era madrugada,eu não sabia que horas eram tão pouco importava,eu tava devastado parecendo um morto vivo andando pelas ruas desertas,não conseguia nem sentir medo em ser atacado.Não tive nem tempo de trocar meu pijama,só a jaqueta me protegia do frio.

Eu caminhei sem rumo por um bom tempo até que fui parar numa rua conhecida,era a rua onde o Nakamoto morava,me arrastei até a casa dele e bati na porta várias vezes.

Era claro que eles estavam dormindo,o sol nem havia saído,quando pensei em desistir e voltar a andar sem rumo,Yuta abriu a porta.

-Lucas?O que aconteceu?-Ele perguntou preocupado.-Tá machucado?-Sua pergunta chegou a ser irônica.Sem responder nada,desabei a chorar em seus braços.-Ah não...ele te mandou embora.

Não foi uma pergunta mas eu assenti,Yuta fechou a porta e me guiou até o sofá,onde eu sentei abraçando meus joelhos.

-Sinto muito Lucas.-Ele disse me abraçando e fazendo um carinho nas minhas costas,nem isso me deixava melhor.-Eu vou fazer um chá pra você.

-Não precisa.-Eu disse num fio de voz.-Só fica aqui comigo...canta uma daquelas músicas que você cantava pra me alegrar,mesmo que eu não vá melhorar agora.

-Tudo bem.-Ele se ajeitou no sofá pra que eu pousasse minha cabeça em suas pernas.

Yuta fez o que eu pedi e ao mesmo tempo acariciava meus cabelos,não sei em que momento depois da minha crise de choro eu finalmente dormi.

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é isto a fic acaba aqui,não vou atualizar mais pq eu to triste a

ᵃⁿᵍᵉˡ / ˡᵘᶜᵃˢ;ʲᵘⁿᵍʷᵒᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora