Eclipse || CONCLUÍDA

23

Yoongi

Hoseok estava muito quieto.

Não era minha intenção, inicialmente, interromper sua conversa com o sujeito. Mas então notei como estava parecendo desconfortável, e também vi ao longe que seus punhos estavam cerrados. Foi a deixa para que eu me aproximasse, podendo ouvir as últimas palavras que aquele homem tinha dito a ele. Não precisei de mais nada para saber de quem se tratava, e não demorei para tirar Hoseok dali o mais rapido que pude. O problema era que ele não tinha falado nada desde então.

Um dilema sem fim estava tomando conta de mim. Falar sobre o assunto ou dar a ele o espaço que parecia precisar?

Era perturbador ver Hoseok daquele jeito, logo ele que sempre exalava uma luz própria capaz de iluminar o dia de qualquer um. Saber que aquele homem era o responsável por tirar o sorriso lindo que Hoseok tinha de seu rosto me dava vontade de voltar lá para fazer um monólogo, mas eu sabia que pessoas como ele eram imunes a raciocínio lógico.

Então caminhávamos calados, já fora do espaço de circulação que constituia o parque de diversões. Tae e Seokjin haviam nos deixado sozinhos e eu não sabia lidar bem com a tensão do ambiente.

- Então, você quer ir pra casa? - perguntei - Se quiser, posso te acompanhar.

- Não sei bem se quero ir pra lá agora.

- Por quê?

- Eu quero uma trégua - ele suspirou - Talvez seja egoísta pensar assim, mas eu só quero não ter que passar a madrugada ruminando sobre toda essa situação mais uma vez. Além do mais, eu quero ficar com você.

Eu não sabia bem lidar com o misto de sentimentos que estava conhecendo, mas sabia que gostava da sensação.

- Quer ir lá pra casa? - perguntei, finalmente.

- Se não for um incômodo pra você, sim.

Dei um sorriso e o abracei de lado.

- Claro que não vai ser incômodo, seu bobo. Eu só não quero ver você triste.

Percorremos o resto do trajeto até meu apartamento abraçados, e por mais que Hoseok dissesse que estava tudo bem, daquela vez ele não conseguia disfarçar tão bem.

Minha casa estava uma bagunça, como sempre, e senti um pouquinho de vergonha. Assim que abri a porta, sai catando as roupas que tinha jogado no sofá enquanto surtava mais cedo naquele mesmo dia, por não ter nada decente para vestir. Peguei o controle da TV e o joguei para Hoseok, que não parecia se importar muito com a minha zona.

- Se você quiser - falei, indo para o quarto guardar as roupas - pode procurar algo pra assistir. Enquanto eu tento dar um jeito nessa bagunça.

Senti ele me abraçar por trás logo depois, de surpresa, enquanto eu abria o guarda-roupa.

- Eu gosto da sua bagunça - ele riu fraco - Não precisa se preocupar com isso, Yoonie. A única coisa que eu quero é ter sua companhia um pouco.

- Você vai ter minha companhia a noite toda - tentei me soltar de seu abraço - Mas olha esse monte de coisa fora de lugar, é vergonhoso!

Ele começou a fazer cosquinha em minha barriga, me fazendo rir contra minha vontade e sem querer me soltar.

- Olha aqui, Hoseok - tentei falar alto, mas só conseguia rir - Isso é sério? Para com isso, não acredito que você tá fazendo cosquinha em mim.

Acabei ficando sem ar de tanto gargalhar, e Hoseok me virou em seus braços. Estávamos cara a cara, e ele tinha um brilho bonito no olhar.

Sem segundas intenções, nos beijamos calmamente. No meio de toda aquela bagunça, nós éramos um caos organizado a nossa maneira.

Distribuindo beijinhos por todo meu rosto, ele me levou até a sala, ainda me abraçando. Eu não podia fazer algo que não fosse sorrir.

Hoseok se deitou em meu sofá e me puxou até que eu também estivesse deitado por cima dele, com a cabeça apoiada em seu peitoral.

- Queria dizer que ouvi o que seu pai lhe disse - acabei deixando escapar - No caso, as últimas palavras. Você tem que saber que nada daquilo é verdade, Hoseok. Não tem nada de errado com você, muito pelo contrário. Em tão pouco tempo, você já me mostrou ser alguém que vale muito a pena, então não deixa ele entrar na sua cabeça.

- Tudo bem. Está tudo bem, Yoonie.

- Eu me preocupo, ok? Não gosto de ver ele falando essas coisas pra você.

A mão de Hoseok foi em direção a meu cabelo e senti ele afagar meus fios, num cafuné calmo, enquanto dizia que estava tudo bem. Eu queria continuar falando, porque tinha muito ainda que dizer, mas o toque sereno do loiro me fez adormecer em questão de minutos.

Notas Finais

Talvez alguns de vocês queiram me bater pelo capítulo minúsculo, desculpa por isso.

Prometo que vou voltar com algo mais satisfatório.

O que vcs acham que vai acontecer por conta do fudido do pai do Hoseok?

Até a próxima rs