♦ Capítulo 2 ♦

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Garoto:

1. diz-se de ou rapaz ou menino que brinca ou anda vadiando pelas ruas.

2. rapaz imberbe; adolescente, menino.


    "2019, que bela piada." Essa fora a primeira coisa que a garota pensou ao receber as instruções.

    A velha donuteria estava vazia quando havia chegado. O lugar estava longe de ser uma maravilha, mas era aconchegante e levemente familiar. As luzes amareladas vindas dos postes na rua deixavam o ambiente sombrio, e o fato de ser a unica pessoa ali complementava esse ambiente. Uma garotinha, sozinha, numa pequena lanchonete durante a noite. O pequeno sininho para chamar a atendente estava exatamente a sua frente, mas ela não se preocupou em chamá-la.

    Usava o um moletom vermelho grande demais para si, e uma calça jeans dobrada nos pés. Seus all star se mantinha os mesmos, balançando seus pés enquanto sentada em um dos bancos que ficavam no balcão. Agora seus fios acastanhados estavam mais arrumados, dessa vez em uma trança longa, eles chegavam a bater um pouco acima da cintura, e pareciam ressecados.

    Ela reconhecia aquele ano.

    Tinha memórias sobre aquela época. Não era a primeira missão que recebia que a mandava ir para 2019, na verdade já havia ido algumas vezes. Algumas delas traziam recordações dolorosas. Ainda assim, a chance de finalmente sair em campo depois de tanto tempo não seria desperdiçada, e ela iria se divertir. Afinal, precisava de pesadelos novos, não é?

    Levou a mão a pequena campainha metálica para chamar a garçonete, a apertando e tendo seus ouvidos preenchidos pelo seu tilintar. A mulher apareceu poucos segundos depois. Parecia já ter certa idade, e as olheiras em seus olhos denunciavam seu cansaço, mas mesmo assim ela lhe lançou um doce sorriso. Ajeitou o uniforme rosa e o avental que usava e se aproximou por dentro do balcão.

    — Olá querida, está esperando alguém? — A garota havia se esquecido por um momento que tinha apenas 14 anos, e que as pessoas não costumavam levar garotas de 14 anos a sério. Mas, talvez fosse por isso que era tão boa no que fazia. Ninguém nunca desconfiava das garotas de 14 anos também.

    — Ah sim, minha mãe esta vindo me buscar. — Mentiu descaradamente, dirigindo um sorriso alegre a senhora. No crachá dizia que seu nome era Agnes.

    — Vai fazer um pedido? — Ela assentiu.

    — Quero um donut de morango, você tem chá? — Agnes negou. — Então eu quero uma água. — Ela nunca se obrigaria a beber café. Era nojento.

    — Ok, querida. Aguarde um instante.

    Pennelope não sabia quanto tempo teria de ficar lá, mas ela sabia que o seu alvo estava próximo. Pelo menos, de acordo com as informações que havia recebido sobre o alvo, ele estava pela região. Haviam lhe oferecido o localizador dele para que pudesse o encontrar, mas Pennelope não era estupida. A primeira coisa que o ex-agente faria quando tivesse a chance seria destruí-lo. Vamos, ninguém é tão burro, não é? Ela tinha suas características e uma foto para conseguir identificá-lo, mas sentia que aquilo também não lhe serviria de nada. Agnes não demorou muito, logo trazendo o seu pedido, e avisando que estaria lá atrás caso quisesse algo.

    Poucos minutos depois, quando já estava finalizando seu donut, o sininho da porta indicou que havia entrado alguém no estabelecimento.

Mission Of The CopyCat ※ Number FiveOnde histórias criam vida. Descubra agora