♦ Capítulo 4 ♦

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Ajudar:

Prestar socorro, assistência; auxiliar, assistir.


    PENNELOPE ENCARAVA A FIVE COM uma expressão preocupada. Mesmo que as palavras do garoto soassem insanas e ela sequer conseguisse entender a situação por completo, os olhos dele a diziam que não haviam mentiras saindo por seus lábios. Era tão confuso entender tudo aquilo, e mesmo que quisesse engolir sua história, a garota ficava com um pé atrás. Afinal de contas, como acreditar em uma falacia daquelas?

    A garota encarou a irmã de Five, que parecia ter ficado estática com as palavras do garoto assim com ela. Se havia alguém que saberia se Five estava mentindo, essa pessoa seria um familiar. A pequena mulher engoliu em seco, respirando fundo subitamente.

    — Eu...eu vou fazer um café. — Ela disse, se levantando. Não ousou olhar para nenhuma das duas crianças enquanto saia em direção a cozinha. Pennelope acreditava que ela até mesmo havia esquecido de sua presença.

    A agente suspirou.

    — Você também acha que sou maluco, não é? — A voz de Five cortou o silêncio, a acordando de seus devaneios confusos sobre o que fazer. Pennelope o encarou, vendo-o a lançar uma expressão séria enquanto a olhava.

    — Talvez. — Ela murmurou, desviando o olhar. Tinha duvidas demais para serem respondidas, e o olhar dele não a ajudava em nada.

    A garota se perguntava, agora, não só da veracidade das palavras de Five. E se ele estivesse falando a verdade? Isso explicaria o porque dele fugir da Comissão, mas isso não significaria que a organização para quem trabalhava era a favor do apocalipse? Afinal, quem estava certo ali? Five não sabia que ela era uma agente, e não mentiria para própria família, porém a Comissão não omitiria tal fato de si, omitiria? Pennelope precisava de um tempo sozinha para definir suas prioridades naquele momento,

    Ela se levantou, pensando em seguir para cozinha e ajudar a irmã de Five. Ela tinha que decidir o que fazer, mas o olhar repleto de dor e medo que Five deixava escapar enquanto pensava a deixava confusa. Fazia Pennelope querer acreditar que o que ele dizia era verdade. A tentava a ficar ao seu lado. Quando estava saindo, Five a interrompeu.

    — Realmente não acredita em mim? — Agora ele não a olhava mais. Se mantinha concentrado em suas próprias mãos. Pennelope estalou a língua.

    — Tsc...acho que só não estou pronta pra acreditar. — E finalmente seguiu corredor a dentro.

    A irmã de seu alvo parecia atrapalhada enquanto colocava a água para ferver e fazer ao café. Ela era um pouco mais baixa que Pennelope, o que era engraçado, e suas mãos tremiam levemente enquanto abria aso armários em busca do pó de café, o qual estava colocado sobre a bancada da pia, ao lado de duas canecas. A garota se aproximou calmamente, pousando a mão sobre seu ombro. A mulher pulou, se virando bruscamente. Parecia assustada. Pennelope a lançou um sorriso fraco a fim de acalmá-la. Apontou para o pó de café sobre a bancada, e quando a mulher o notou, se encolheu levemente, envergonhada.

    — Você tem chá? — A garota perguntou. Não importava qual, ela só precisava de uma boa xícara de chá quente para poder pensar claramente. Odiava café.

    — Eu acho que ainda tenho chá de hortelã no armário debaixo. — A mulher apontou, e Pennelope assentiu. — Você...você acredita nele?

    A garota suspirou. Quem ela era pra acreditar em algo?

    — Você o conhece a mais tempo do que eu, o que você acha? — A irmã de Five parecia cabisbaixa.

Mission Of The CopyCat ※ Number FiveOnde histórias criam vida. Descubra agora