♦ Capítulo 3 ♦

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Comum:

Que é usual, habitual.

    PENNELOPE NUNCA IMAGINOU que se veria naquela situação.

    Number Five a encarava profundamente, esperando que ela lhe desse alguma justificativa plausível pra que ele a deixasse ir consigo pra onde quer que ele estivesse indo, enquanto estava apoiado em um carro que aparentemente era seu. Bem, isso não seria estranho, se esquecêssemos o fato de que o garoto provavelmente tinha 13 anos e não houvesse acabado de matar quatro assassinos profissionais.

    — Vamos, eu não tenho o dia todo. — Ela suspirou. Five era irritante quando fingia ser seu superior.

    — Ok, o que acabou de acontecer lá dentro não é o suficiente? — Ele revirou os olhos ao vê-la indignada. Aquilo era um não. —Ta bom, vou te dar algumas justificativas!

    — Estou esperando. — Ela queria muito socar a cara dele. E, se pensar bem, ela poderia o matar ali e naquele momento, mas não seria tão divertido, não é?

    — Primeiro, você acha mesmo que eles não me viram? Segundo, quem garante que eles eram os únicos e não vão vir atrás de mim? E terceiro, mas não menos importante, EU TE VI MATAR UM CARA?! VOCÊ NÃO PODE SIMPLESMENTE AGIR COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO, SEU PIRRALHO DE MERDA! — Pennelope se achava inconsequente, mas aquele cara era completamente estupido! Ele cruzou os braços, parecendo notar que ela estava certa. — É o suficiente? — Ela forçou um sorriso sarcástico. Ele revirou os olhos, queria que ela calasse a boca. 

    — E porque eu não deveria matá-la então? — Dessa vez quem sorria era ele. Ela mordeu o lábio inferior. Hora de fingir.

    — Porque é sua culpa. — Ela olhou para seus próprios pés. Sua voz soara baixa e rouca. Bem, não era mentira. — E eu não quero morrer. — Dessa vez, sua voz estremeceu. Ela não tinha certeza se funcionaria, mas quando o ouviu respirar fundo, ela soube que funcionou.

    — Ok. Vamos antes que você decida gritar mais alguma coisa comprometedora pro resto do mundo ouvir. — Ela ergueu o olhar, dando um sorriso fraco. Quando estava prestes a abrir a porta do carro, ele a impediu. — Mas, se você me atrapalhar, eu te mato. — Ela assentiu, e Five finalmente a deixou entrar.

    Os dois se mantiveram em silêncio enquanto o garoto dava a partida, seguindo para sabê-se-lá-onde. Pennelope sequer conseguia controlar a ansiedade de finalmente voltar a ativa, e por isso controlar o sorriso era levemente complicado. No fim, as coisas estava indo melhor do que esperava, e ela não podia se deixar enganar. Aquele garotinho era perigoso, e por mais que custasse admitir, ele seria um alvo complicado de enganar. Mas Pennelope nunca havia deixado de completar uma missão, e aquele pirralho não seria a sua primeira.

    — Então...— Ela começou, se virando para olhá-lo em frente ao volante. — Quantos anos você tem?

    [...]

    Five havia a levado para um prédio não muito grande. O edifício era velho e mal iluminado, além de ser quase sombrio, com o brilho das luzes amarelas nos postes da rua contrastando com a pintura escura e as sombras noturnas.

    O caminho havia sido regado a perguntas feitas por si, e quase sempre sem respostas vindas do garoto ao seu lado. Em 20 minutos de trajeto Five apenas garantiu que era muito mais velho do que parecia — o que ela já havia notado —, que o nome dele era Five (ela não deixou de fazer piadinhas sobre isso), e que nada mais que ela quisesse saber seria importante o suficiente para ele querer responder. Pelo menos não naquele momento.

    Quando desceram do carro, o garoto seguiu direto para o prédio, parando em frente a sua porta. Rapidamente segurou Pennelope pelo pulso e uma luz azul os envolveu. Ela pode sentir seu corpo inteiro ser puxado e, quando parou para olhar, estavam em um pequeno apartamento. O lugar era meio apertado, e estava completamente escuro. Aquele lugar era onde ele morava? Bem, não parecia ser. Estava mais pra invasão a domicílio.

Mission Of The CopyCat ※ Number FiveOnde histórias criam vida. Descubra agora