Robô:
Máquina, autômato de aspecto humano, capaz de se movimentar e de agir.
PENNELOPE NÃO TEVE SINAL ALGUM DE FIVE durante o dia todo. Havia o procurado por todo lado, perguntado a Pogo, mas o garoto com certeza não contou a ninguém. Ela não estava surpresa, afinal já imaginava isso, mas isso não a deixava mesmo frustrada. Como o garoto podia simplesmente sumir quando quisesse? E, no fundo, Pennelope se sentia um pouco culpada pelo sumiço dele.
A garota sentia que, se não tivesse tido o surto na noite anterior, ele não teria simplesmente desaparecido na manhã seguinte. Talvez a tenha achado fraca e estupida demais, por isso não a quis por perto. Era estranho para garota ter se aberto tanto assim para alguém depois de tanto tempo, e agora que o garoto simplesmente a deixou de lado ela só conseguia pensar que foi porque não controlou a sua maldita boca.
Ainda assim, sabia que iria socá-lo quando o visse novamente.
Estava farta dos sumiços repentinos de Five, e depois de tê-la deixado sozinha naquela casa que parecia ter ficado presa nos anos 90, ela só queria sair daquele lugar. Era uma atmosfera gélida e massante demais para qualquer um querer se manter lá dentro. Por um momento, pensou em apenas sair dali e procurar pelo garoto, mas ela não conhecia nada na região. Nunca chegou a realmente viver aquela época.
Próximo ao meio dia, quando ela notou que não encontraria Five, Pennelope decidiu explorar mais a casa. Andou por todos os cômodos, corredores e escadas, entrou em quartos demais para serem contados, e conheceu um pouco mais da vida naquela enorme mansão. Era tudo vazio demais para ser considerado, de fato, uma casa. Imaginou o quão triste poderia ser crescer entre aquelas paredes, e concluiu que não queria saber de verdade.
Durante algum período da tarde, ela encontrou a Pogo pela casa, e decidiu passar algum tempo com o primata. Fez perguntas, o seguiu, reclamou, e sentiu falta de poder fazer o mesmo com Five, mas ela apenas se despediu e voltou a andar pela casa. Quando se cansou, se sentou de frente para as grandes estantes da sala de estar e decidiu ler um pouco. Ela pensou sobre continuar a ler o livro de Vanya, mas mudou de ideia. Algo a fazia se sentir mal quando o lia.
Quando já estava começando a anoitecer e o sol estava sumindo aos poucos, Pennelope ouviu a porta da frente se aberta. Ao olhar, ficou levemente desapontada ao não ver Five. Vanya e Allison entraram, conversando de forma descontraída e amigável, como se realmente fosse irmãs. Ambas seguiram até a sala, e a garota se levantou, guardando o exemplar de O Fantasma de Centerville, de Oscar Wilde, na prateleira novamente. Quando as garotas a olharam, ambas sorriram.
— Hey Pennelope! — Vanya disse, e essa talvez fosse a unica vez que ela realmente parecia um pouco feliz. — Como vai?
— Bem. — Ela sorriu de volta para as duas. — Estava lendo um pouco. E você?
— Ah, eu estou bem. — Respondeu, lançando um olhar singelo a garota. — Onde está Five? — Pennelope soltou um riso nasalado, negando com a cabeça enquanto seguia para um dos sofás.
— Se descobrir pode me contar também. — Ela bufou, e Vanya a olhou confusa. — Ele fica sumindo sem avisar. — Explicou. Allison comprimiu os lábios.
— Ele faz isso o tempo todo, desde quando eramos crianças. — Disse a atriz.
— Acho que ele sente que outras pessoas o atrapalham. — A pequena mulher concluiu, e Pennelope apenas suspirou.
— De qualquer forma, eu estou puta e pretendo quebrar o nariz dele da próxima vez que o vir. — Ambas as mulheres riram, negando.
— Olha a boca. — Allison repreendeu, se sentando ao lado dela. — Acho que Luther já esta chegando com o resto. — Vanya a olhou.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Mission Of The CopyCat ※ Number Five
AdventureApós ser promovida a supervisora e passar anos sem receber missões de campo, Pennelope, The Copycat, recebe a difícil e estranha tarefa de executar um ex-agente. Ela só não esperava que essa se tornasse a única missão que talvez não fosse capaz de c...