♦ Capítulo 8 ♦

768 85 5
                                    

Tristeza:

Qualidade ou estado de triste; estado afetivo caracterizado pela falta de alegria, pela melancolia.


KLAUS NÃO ERA TÃO RUIM QUANTO PENNELOPE imaginava.

Mesmo que, por momentos, ele não falasse nada com nada, e em outros parecia estar delirando com os próprios pensamentos, a garota tinha que admitir que, de todos os Hargreeves que viera a conhecer, ele era o único que se havia a cativado de verdade. Claro que havia Vanya, por quem Pennelope havia adquirido um carinho estranho, e Five, o qual ela não conseguia compreender muito bem, sem nem falar da maneira com que havia conhecido Allison (e a garota se sentia levemente arrependida pela maneira com que havia a conhecido), mas Klaus era humano de uma maneira que nenhum dos outros conseguia ser.

Eles haviam ficado ali, na frente da Meritech, por quase meia hora, jogando conversa fora.

— Como foi passar a infância com ele? Porque em dois dias eu nunca passei tanta raiva. — Klaus riu.

— Ele não era muito diferente não. A gente costumava discutir muito. — Ele respondeu, sorrindo. — Mas nada se comparava com ele brigando com papai. Ah! Maus tempos...— Mesmo que ele falasse coisas ruins, agia como se fossem doces recordações.

— Seu pai?

— Sim sim, Reginald. Foi um gênio ricasso, mas, cruzes, foi um pai bem burro. — Pennelope o encarava enquanto ele falava. Mesmo com um sorriso no rosto, sua voz soava levemente amargurada. — Ele conseguiu ferrar com sete crianças? Você acha que isso é possível?! Mas convenhamos que o velhote é o mais acabadinho. — Ela riu. Sabia que ele falava sobre Five.

— Vocês são em sete? — Ele assentiu.

— Eu sou o Number Four. — Ela franziu o cenho.

— Vocês todos tem números? Achei que seu pai só tinha cansado de escolher nomes, por isso o Five. — Pennelope murmurou.

— Bem, que maneira melhor de lidar com sete crianças do que fazer um Ranking? Acho que Five nunca considerou isso como um Ranking, de qualquer maneira. — Ele falava aquilo com naturalidade, não como se fosse algo cruel e estranhamente frigido, e isso deixava a garota triste. Isso dizia bastante sobre os irmãos que havia conhecido até o momento. — Era um saco, mas ainda é incrível ver o One e o Two discutindo. É como ver uma batalha de egos ambulantes! — Era curioso, mas Klaus divagava bastante enquanto falava.

— Qual é o lugar da Vanya? E da Allison?

— Ah, você já conhece as duas? A Vanya eu acho que é  Seven.  A Allison Tree. — Isso dizia muito sobre ambas, na realidade, e fazia muito sentido. — Já conheceu o Luther e o Diego?

— Não. Eu conheci a Vanya ontem a noite, e a Allison...bem, hoje cedo. O que sabe sobre ela? — Klaus a encarou.

— Allison? — Ela assentiu. — Já fazia muito tempo que eu não via ela. Acho que ela tinha casado, ou separado. Foi um dos dois, mas eu esqueci. — Ele riu. — Ah, e ela tem uma filha, a Claire, mas eu nunca conheci. Acho que só, não costumo saber muito das coisas. — E mesmo que Klaus risse, a garota sentiu pena. 

— Por que não? — Klaus a encarou por alguns segundos antes de desviar o olhar.

— Por que você acha? — Murmurou. — Estou faminto. — Ele disse, subitamente, se levantando. — Como não tenho grana, vou pra casa. Quer carona? — Ela se levantou também.

— Acho que vou pra sua casa também. Ele vai acabar indo lá de qualquer maneira. — Klaus assentiu, retirando as chaves do carro em que haviam vindo de seu bolso. Ela o olhou confusa, tinha certeza que estavam com Five. — O seu irmão não tinha levado? — Klaus riu. 

Mission Of The CopyCat ※ Number FiveOnde histórias criam vida. Descubra agora