♦ Capítulo 5 ♦

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Ideia:

Representação mental de algo concreto, abstrato ou quimérico.

Conhecimento, informação, noção.


    O PRÉDIO DA MERITECH ERA ESCANDALOSAMENTE grande e chamativo. O lado de fora era coberto com vidraças que refletiam o sol da manhã, e com o grande logo da empresa indicando exageradamente que aquele era o lugar. Haviam seguranças na entrada, e Pennelope tinha certeza absoluta de que haviam dezenas de câmeras e alarmes espalhados pelo grande edifício. Mas, a pergunta era, quem roubaria uma empresa que fabrica próteses corporais, afinal? Pennelope tinha certeza de que, além do garoto ao seu lado, algumas pessoas sequer pensariam na possibilidade. Algumas nunca imaginariam que aquele tipo de lugar existia.

    Five não havia lhe explicado o que pretendia, e haviam passado a madrugada inteira juntos naquele carro, esperando que o lugar abrisse finalmente. A garota havia notado o quanto o ex-agente era metódico e precavido, mas ele também era temperamental e extremamente teimoso. Além de, claramente, não fazer ideia do que era um trabalho em equipe.

    O lugar havia sido aberto às 7 AM, e Pennelope tivera que convencer a Five de que talvez não fosse uma boa estratégia simplesmente aparecer logo quando o lugar havia sido aberto e que algumas pessoas estranhariam duas crianças aparecendo às 7 da manhã sem nenhum responsável. E, depois de muita luta, ela fez com que Five fosse a uma cafeteria ao lado comprar um café para acalmar os nervos. Quando ele voltou, parecia ter ficado mais impaciente ainda, e sequer aguentou ficar ali até as 8:30. 

    Ambas as crianças saíram do carro, lado a lado, e seguiram até a entrada do edifício.

    — Então, o que pretende fazer? — Pennelope perguntou quando chegaram a recepção do lugar. Five a olhou de canto.

    — Eu vou lá e peço pra descobrirem quem é o dono. — Ele disse, simplista. A garota revirou os olhos.

    — Olha, cara, não sei se percebeu, mas parecemos duas crianças. — Ela começou, enquanto se dirigiam até a recepção do lugar. — E, por experiencia própria, ninguém leva crianças a sério. — Five bufou, e Pennelope notou que ele não se importou com nenhuma palavras que ela disse. — Ok então, senhor não-preciso-de-ajuda. Faça sua magica. — Ela cruzou os braços. — Depois não venha dizer que eu não avisei. — Pennelope seguiu para o balcão, pronta para observar o fracasso de Five de camarote.

    Na recepção estava uma moça simpática que, ao ver Pennelope se aproximar, a lançou um sorriso, mas não a dirigiu uma palavra, assim como Pennelope esperava. Adultos não acham que crianças pensam, mesmo que ela pensem mais do que eles. O garoto olhou em volta, em busca de alguém que pudesse o ajudar. Vindo de um corredor a esquerda, um homem de jaleco saiu, notando o olhar perdido de Five, e se aproximou do garoto. Five, quando o notou, se aproximou também.

    — Ãn...posso ajudá-lo? — O homem perguntou, olhando para o garoto com confusão. Five pegou a prótese, a mostrando.

    — Preciso saber a quem isso pertence. — Pennelope deu um risinho. Ele é direto demais. Pensou.

    — Onde conseguiu isso? — O homem parecia confuso, mas a garota não o culparia. 

    — O que te importa? — A defensiva do garoto fez Pennelope bufar. Ele, realmente, era um ex-agente? Quando viu o olhar surpreso do homem, Five abrandou. — Eu achei...no parquinho, na verdade. Deve ter apenas...saltado pra fora. — A parte mais absurda de tudo aquilo que a garota estava presenciando, era que Five não soava nem um pouco como uma criança. E isso deixava tudo mais engraçado também, porque ninguém parecia notar além dela. O homem de jaleco sorriu. — Quero devolver pro dono.

Mission Of The CopyCat ※ Number FiveOnde histórias criam vida. Descubra agora