Manequim:
Figura tridimensional, por vezes articulada, que representa o corpo humano, feita de materiais diversos e destinada a confecção, prova e exposição de roupas, ou, em pintura e escultura, estudo de poses e panejamentos.
AS ENORMES ESTANTES NA SALA DE ESTAR estavam repletas de livros distintos. Pennelope levou um tempo para encontrar o livro de Vanya meio a tantas obras, algumas que nem mesmo tinha ouvido falar antes, mas quando o achou não demorou a começar a ler. Na capa havia a imagem de uma garotinha, e seu titulo era "Extraordinary, minha vida como Number Seven". Seguiu até um dos sofás, se sentando com o livro em mãos e suspirou. Aquilo talvez fosse uma boa maneira de passar o tempo na espera da chegada de Five. Ao abri-lo, leu a dedicatória.
Pai, eu pensei: por que não? V.
Pennelope sentiu, por alguns segundos, receio de ler. Era difícil ler a autobiografia de alguém que ela já conhecia, principalmente Vanya. Ela não se sentia pronta para desbravar o ponto de vista da triste mulher sobre a sua melancólica vida, principalmente ao ver a maneira com que ela era tratada. A fazia sentir medo de se arrepender. Mesmo assim, a garota respirou fundo e começou, tentando se concentrar na obra. As palavras ali estavam cheias de tristeza, como imaginava que estariam.
Já fazia pouco mais de meia hora que estava lendo quando Pennelope ouviu passos, e pela força das pisadas a garota soube que eram duas pessoas diferentes. Uma parecia mais pesada, com passos altos e barulhentos, e a outra parecia estar se saltos. Eles vinham do andar de cima, e pareciam estar exatamente sobre si. Pouco depois, ouviu a porta da casa abrir e mais passos, agora mais leves e apressados, subindo. E, logo em seguida, ouviu vozes.
— Five?! — Pennelope reconheceu a voz. Era de Allison. — O que aconteceu com você? — A garota se levantou rapidamente, colocando o livro sobre o sofá e seguindo até a escada.
— Você está bem? — Agora era uma voz masculina, a qual ela não se recordava de já ter ouvido antes. Chegando ao pé da escada, ela viu Five no topo segurando uma enorme bolsa preta. — Podemos te ajudar? — Ela não sabia quem estava lá em cima, mas o dono da voz pareceu se aproximar de Five para tocá-lo. O garoto segurou o pulso do homem que havia feito a pergunta, e Pennelope subiu correndo.
— Não há nada que possa fazer. — Ela nunca havia visto Five daquela maneira. Ele não estava bravo ou sendo grosseiro como costumava. Parecia cabisbaixo. Sem esperança. — Nada que nenhum de vocês possa fazer. — Quando se aproximou mais pode ver a imagem de um homem extremamente musculoso, a quem Five segurava o pulso. Parecia preocupado com o garoto.
Five, por outro lado, estava com uma expressão vazia, cansada e sem esperança. Ele estava relembrando, assim como fizera na casa de Vanya. Mas, naquele momento, ele parecia relembrar do pior momento de sua vida. Algo tão doloroso que o tirava todas as forças. A garota sentiu seu coração se apertar e ela suspirou, andando até o garoto.
— Five. — Ela chamou, colocando a mão sobre o ombro do garoto. Ele se virou bruscamente, parecia assustado demais, como uma criança. — Ei, o que foi? O que aconteceu? — Pennelope perguntou, e ele assumiu uma postura séria novamente.
— Nada. — Five se virou novamente, seguindo corredor a dentro. Ela revirou os olhos, voltando seu olhar aos dois parados a sua frente. — Sabem de algo? —O homem a encarou, confuso.
— Quem é você? — Perguntou ele.
— Eu vou conversar com ele. — Allison disse, pronta para segui-lo, mas Pennelope a interrompeu antes que o fizesse.
— Não, eu vou. — Disse rápido, olhando para o homem mais alto. — Diego ou Luther? — Ele franziu o cenho.
— Luther. Como s- — Ela continuou, interrompendo ao mais alto.
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Mission Of The CopyCat ※ Number Five
AdventureApós ser promovida a supervisora e passar anos sem receber missões de campo, Pennelope, The Copycat, recebe a difícil e estranha tarefa de executar um ex-agente. Ela só não esperava que essa se tornasse a única missão que talvez não fosse capaz de c...