Lost brother

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Boa leitura.

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Capítulo que podem apresentar gatilhos emocionais.
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Mark Lee nunca foi uma pessoa de muitos amigos.

Até por que não restou tempo para fazer amigos com a vida difícil que teve desde muito pequeno. Com três anos foi deixado em um orfanato pelos seus pais de origem desconhecida, e desde então, passou por diversas famílias que o machucavam psicologicamente e fisicamente.

Na primeira família, sua mãe adotiva tinha dificuldade para ter filhos, um ano depois de o adotar a mulher conseguiu engravidar e devolveu Mark ao orfanato de onde um dia o tirou.

Na segunda família Mark já tinha cinco anos, ficou com eles por dois, mas não o faziam bem. A família era agressiva e ausente demais. O serviço social o tirou de lá no seu sétimo ano de vida, infelizmente não a tempo de serem deixadas cicatrizes. As que você pode esconder com roupas e as que te perseguem até mesmo onde deveria ser seu refúgio.

A mente.

Na terceira família as cicatrizes foram ainda mais profundas, pois foi quando Mark fugiu do orfanato. Ficou apenas meses morando na rua, até ser "adotado" por um homem.

Mark acredita que querendo ou não, esse homem que deixou cicatrizes tanto em sua memória quanto em sua pele, foi o mais perto que conheceu de um pai.

Foi com ele que aprendeu a se virar sozinho na rua, a bater de volta quando o machucavam, a ser respeitoso com as pessoas, a trabalhar duro pelo oque queria. Foi com ele que Mark Lee descobriu ser quem era.

Mas tudo mudou depois que Mark viu o primeiro fantasma.

Ele tinha apenas doze anos quando aconteceu. Uma mulher, roupas rasgadas e cabelo bagunçado. Quando ela apareceu em seu quarto em uma noite de quarta-feira, Mark pensou que estavam sendo roubados. Gritou seu "pai" que apareceu no quarto e o acalmou.

"─ Está tudo bem Mark, não tem mulher nenhuma aqui, fique calmo."

Demorou um tempo até Mark entender que só ele a vi. Ela sempre aparecia assim, do nada, não falava nada, só ficava parada com um olhar quase triste.

E para Mark uma criança de doze anos, era assustador, ele ficava encolhido na cama olhando para ela encostada no canto da parede, esperando que fosse embora logo. Ela sempre ia, mas sempre voltava.

Até que em mais um dia em que ela voltou, não voltou calada. Mark não entendeu de primeira, nem de segunda e muito menos de terceira. A mulher sussurrava palavras desconexas e estranhas que para Mark não faziam sentido nenhum, só o assustavam.

Quando ele finalmente entendeu, ficou mais assustado ainda e foi a primeira vez que falou com a mulher de volta, ele a mandou ir embora aos gritos. Pois ela havia dito o nome de seu pai.

Depois desse dia ela parou de aparecer por um tempo, e voltou mais mórbida que o normal, foi nesse dia que ele descobriu que além de conseguir falar com eles, podia toca-los.

Ela continuava gritando o nome de seu pai loucamente pela casa, com raiva e desespero e Mark gritava para ela parar. Até que a mulher se irritou e jogou Mark em direção ao espelho do quarto.

A mulher pareceu preocupada por ter feito isso, e foi na direção de Mark o tocando, perguntando se o mesmo havia se machucado, mas assim que ouviu a porta se abrindo a mulher desapareceu outra vez.

Depois desse dia Mark começou a frequentar a igreja.

Todas as noites e no domingo de manhã, achou que aquilo ajudaria, e realmente ajudou. Já faziam duas semanas que a mulher não o visitava. Mark estava em uma missa de domingo.

VOID •Jikook•Onde histórias criam vida. Descubra agora