- Então, a partir de agora, pode acontecer a qualquer momento. - O médico avisou Callie e eu a olhei em expectativa. - Me ligue a qualquer sinal, tudo bem?
- Certo. - Callie respondeu, sorridente. - Muito obrigada, Dr.
Já estávamos em fevereiro. A barriga de Callie estava a ponto de explodir. Ela havia me chamado para ir ao médico com ela, já que Ian tinha uma reunião importante com um cliente e não podia desmarcar.
Saímos as duas do consultório. O sorriso enorme não saía de seus lábios.
- O que acha de encerrarmos o trabalho por hoje e irmos tomar um café? Depois eu vou com você buscar Elissa na escolinha.
- Por mim, tá ótimo. - Sorri enquanto esperávamos o Uber em frente a clínica. - Eu vou avisar ao Harry que não precisa me buscar.
- Quando você vai aprender a dirigir, hein? - Callie me olhou em expectativa e eu dei de ombros.
- Não precisaríamos estar usando Uber, você podia ser minha motorista particular no fim da gravidez. - Ela riu e eu a acompanhei.
- Amiga, eu realmente não tenho vontade. Me viro bem com Uber, taxi e com caronas. - Sorri convencida e ela rolou os olhos. - Ali, vamos.
O carro se aproximou e nós duas entramos no banco de trás. O caminho até a cafeteria não foi longo e eu agradeci mentalmente por isso, porque estava com muita fome.
Assim que entramos no café, logo fomos nos sentar. Callie pediu um suco e um pedaço de bolo e eu pedi um cappuccino e um waffle.
- Como estão as coisas com Harry? - Call perguntou, tomando um gole de seu suco.
- Ótimas. - Sorri sincera depois de soltar minha xícara na mesa. - Não poderia estar mais feliz.
- Isso é muito bom de ouvir. - Ela respondeu. - Vocês têm feito planos?
- Falamos sobre o futuro no seu casamento. - Contei, comendo um pedaço do waffle. - Mais pra frente, quem sabe...
- Eu o ouvi conversar com Ian. - Callie contou e eu arregalei os olhos. - Calma, não é o que você tá pensando. - Ela riu e eu suspirei, aliviada. - Ele disse que não consegue mais imaginar ficar sem você e Elissa, e quer construir um futuro com vocês duas.
- Eu o amo tanto, Call. - Confessei ao ouvi-la, suspirando apaixonadamente em seguida. - Eu realmente achei que estava fadada a ficar sozinha pra sempre, sabia?
- Sabia. - Callie riu. - Você disse algo do tipo na primeira vez que saímos. Mas era só porque você ainda não tinha conhecido Harry.
- Sim. - Concordei, comendo mais um pouco do waffle. - Ele é incrível.
- Ai, ai... Quando te conheci naquele vagão de trem, nunca imaginei que você namoraria o irmão do meu marido.
Sorri ao lembrar do dia em que nos conhecemos. Incrível pensar que já estava perto de fazer um ano que me mudei. Antigamente, quando me visualizava morando em Londres, eu imaginava que minha vida mudaria, mas não que as mudanças seriam tão rápidas. Nunca cresci tanto como no último ano, nunca me senti tão bem e tão amada, rodeada de pessoas incríveis. Eu não tinha do que reclamar.
Tomei mais um gole de meu cappuccino e peguei meu celular, checando o horário. Acabei vendo que havia uma mensagem não lida de Harry, avisando pra eu não me preocupar que ele buscaria Elissa e eu podia ir direto para casa.
- Harry vai buscar Elissa. - Contei a Callie assim que guardei o aparelho na bolsa. - Quer fazer mais alguma coisa?
- Preciso passar no shopping comprar algumas coisas pro bebê. - Call deu de ombros. - Vamos comigo?
Rapidamente balancei a cabeça em confirmação e assim que terminamos de comer, já saímos em direção ao shopping, que era bem próximo. Fomos andando e em menos de cinco minutos já estávamos andando pelas lojas.xxx
Assim que abri a porta de casa, encontrei Elissa e Harry sentados no chão da sala, com alguns cadernos e livros espalhados na mesa de centro. Ele provavelmente a ajudava a fazer a tarefa de casa. Panqueca veio até mim, esfregando-se nas minhas pernas.
- Mamãe! - Elissa praticamente berrou assim que me viu abrir a porta de casa, levantando-se.
Harry fez o mesmo e os dois andaram em minha direção.
- Ei, ursinha. - Disse assim que soltei minha bolsa em cima da mesa, mantendo uma mão escondida atrás de meu corpo. Harry se aproximou para me dar um selinho. - Oi, amor.
- O que você tem escondido aí? - Elissa perguntou, tentando espiar atrás de mim. Ela deu alguns pulinhos, praticamente pulando em cima de mim e eu ri.
- Nat? - Harry quis saber, também rindo.
- Trouxe Burguer King! - Mostrei a sacola com os lanches e Elissa gritou empolgada. - Mas...
- Eu já terminei tarefa, eu já terminei! - Ela avisou, batendo palmas empolgada. - Papai me ajudou.
Olhei para Harry e ele confirmou com a cabeça. Sorri para os dois.
- Pra cozinha, então!
Mal tinha terminado de falar e minha filha já corria em direção a cozinha. Harry riu e se aproximou. Passou seu braço por minha cintura, me puxando para perto e juntando seus lábios nos meus em um beijo rápido.
- Como foi seu dia? Tudo bem com Callie? - Ele perguntou, me encarando.
- Um pouco cansativo, mas tudo certo. - Sorri, dando mais um selinho nele antes de me afastar para irmos até a cozinha. - Callie tá bem, o bebê pode nascer a qualquer momento. E o seu?
- Consultório cheio. - Harry sorriu. - Não posso reclamar.
Quando entramos na cozinha, encontramos Elissa já sentada na mesa, esperando por seu lanche. Panqueca estava na cadeira ao lado dela e ela falava baixinho com ele.
- Você não pode comer, mas eu te dou um pouq... - Ela parou de falar quando nos viu e abriu um sorriso forçado, disfarçando. - Tô com fome!
Eu quis gargalhar, mas me contive. Coloquei os lanches na mesa e abri, rapidamente entregando um para cada um. Jantamos ouvindo histórias de Elissa e logo depois fui ajudá-la a tomar um banho. Enquanto eu a colocava para dormir, Harry organizou as coisas na cozinha. Cerca de vinte ou trinta minutos depois, eu voltei para a sala, encontrando-o sentado no sofá. Me aproximei devagar, tocando seus ombros em uma massagem leve.
- Ei. - Ele virou a cabeça, sorrindo levemente. - Tô um pouco cansado. Se importa se eu dormir em casa hoje? Preciso dar atenção pro Bóris e pra Leia também.
Balancei a cabeça em negação e me abaixei, aproximando meus lábios da bochecha dele, depositando um beijo por ali, sem interromper a massagem que eu fazia.
- Eu estava pensando... - Ele voltou a falar. - Eu passo mais tempo aqui do que no meu próprio apartamento...
Franzi o cenho e cessei a massagem, dando a volta no sofá e me sentando ao lado de Harry.
- O que você acharia de morarmos juntos?
Arqueei as sobrancelhas em surpresa e arregalei um pouco os olhos, pega desprevenida pela proposta.
- Você não acha que esse apartamento é pequeno pra nós três, dois gatos e um cachorro? - Perguntei e ele riu, balançando a cabeça.
- Quem disse que íamos continuar aqui? Pensei em uma casa. - Ele deu de ombros.
- Você tá falando sério? - Perguntei um pouco incrédula.
- Sim! - Harry afirmou e levou suas mãos até as minhas. - Não precisa responder agora. Pode pensar.
Estreitei os olhos, um pouco desconfiada, como se estivesse pensando.
- Eu topo.
- Já pensou? - Harry gargalhou, puxando-me para o seu colo.
Coloquei uma perna de cada lado de seu corpo e passei meus braços por seu pescoço.
- Mas vamos procurar com calma, ok?
- Ok. Não tenho pressa. - Ele sorriu antes de unir seus lábios aos meus em um beijo intenso que nos deixou sem fôlego ali mesmo, no sofá da sala.
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A Place To Call Home
RomanceUma mãe solteira, de apenas 22 anos, resolve mudar de cidade para começar uma vida nova com sua filha de três anos, após sua mãe, que era quem a ajudava com tudo, perder a batalha para o câncer. Sua vida começa a mudar já no trem a caminho de Londre...