O restante do mês de fevereiro e metade do mês de março passaram muito rápido. Agora fazia exatamente um ano que eu e Elissa havíamos nos mudado para Londres, e, nossa, como o tempo havia voado. Eu vinha ajudando Callie com o bebê, além de também estar tomando conta de algumas coisas no escritório, afinal, agora faltava pouco mais de seis meses pra eu me formar, e eu não via a hora. Anne já estava no fim de sua gravidez, sua filha chegaria a qualquer momento e estávamos todos muito ansiosos para conhecer a nova integrante da família.
Depois de mais um expediente de trabalho, eu havia vindo com Callie para a casa dela até que desse o horário de buscar Elissa na escolinha, já que agora minha filha estava fazendo balé como atividade extracurricular, então nas segundas e sextas feiras ela saía um pouco mais tarde. Harry estava viajando para um congresso de psiquiatria e chegaria só a noite, então, para que o tempo passasse mais rápido, decidi vir fazer companhia a Callie e Thomas.
- Amiga, no que posso ajudar? - Perguntei a Callie, observando enquanto ela trocava a fralda do bebê.
Thomas já estava com pouco mais de um mês de idade, e a cada dia ele crescia mais e mais. Por sorte, ele era um bebê super calmo e, pelo que Callie contava, ele costumava acordar poucas vezes durante a madrugada apenas para mamar, e logo voltava a dormir. Quem dera Elissa tivesse sido assim...
- Só joga fora a fralda pra mim, por favor? - Ela pediu e eu concordei, logo realizando a tarefa. - Agora eu dou mamá e logo ele dorme, aí podemos conversar.
Assisti quando Callie aconchegou Thomas em seu colo. Depois, abaixou a alça de sua blusa e ajeitou seu seio, levando-o até a boca do bebê, que logo abocanhou e começou a mamar.
- Vamos lá na sala? Quando ele dormir, coloco ele no carrinho. - Ela perguntou e eu concordei.
Saímos do quarto e descemos a escada, caminhando até a sala de estar. Empurrei o carrinho para perto do sofá e nós duas sentamos lado a lado. Observei o pequeno Thomas, de olhos fechados, mamando, e não pude deixar de sorrir.
- Ele é tão lindo. - Comentei baixinho. - Nunca vou cansar de dizer isso.
Callie desviou o olhar de seu filho para mim balançou a cabeça em confirmação.
- Ele é. - Ela sorriu, acariciando brevemente o cabelo dele. - Ontem eu tava pensando... - Ela disse e eu a observei, atenta. - Você se deu conta de que já fez um ano que você se mudou pra cá? Um ano que a gente se conheceu?
- Na verdade, faz um ano esse fim de semana. - Confessei e sorri. - Harry disse que tem uma surpresa pra esse fim de semana, então vou esperar ele pra jantarmos. Acho que é pra comemorar isso, não sei...
Callie arqueou as sobrancelhas e abriu um sorriso convencido, desviando rapidamente o olhar para o filho antes de mudar de assunto.
- E como anda a procura pela casa?
- Ah... - Meu sorriso murchou e eu dei de ombros, um pouco desanimada. - Mais difícil do que eu achei que seria. A que mais gostamos, que é aquela aqui perto da casa vocês, é muito cara, e a segunda opção é muito afastada de tudo...
- Não aceito vocês morarem muito longe daqui, não. Tenho certeza que Elissa e Nick vão odiar também. - Callie riu e se levantou, aproximando-se do carrinho.
Ela colocou Thomas e cobriu-o com uma manta e depois voltou a sentar ao meu lado.
- Também não quero muito longe, amiga.
- Logo vocês encontram alg...
A fala de Callie foi interrompida pelo toque de seu celular. Ela atendeu rapidamente e arregalou os olhos, levantando-se. Eu fiz o mesmo e a encarei, apreensiva, enquanto ela trocava palavras rápidas com a pessoa do outro lado da linha.
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A Place To Call Home
RomanceUma mãe solteira, de apenas 22 anos, resolve mudar de cidade para começar uma vida nova com sua filha de três anos, após sua mãe, que era quem a ajudava com tudo, perder a batalha para o câncer. Sua vida começa a mudar já no trem a caminho de Londre...