4.

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Desde aquele dia, Donghyuck não queria estar mais perto de Mark e ele fez questão de o dizer, deixando o mais velho indiferente. Ou então, nem tanto.

Agora, na aula de Biologia, Donghyuck fazia dupla com uma menina e pela primeira vez, alguém não ficou na ponta da mesa com medo que o menor pudesse ter uma crise de ansiedade e desatasse para ali a chorar. A menina estava super animada por estar fazendo dupla com o moreno e bem, ele também estava.

— Muito bem! – a voz da professora ecoou pela sala toda, chamando à atenção dos seus alunos. – Vamos dar uma pausa nos trabalhos e acabamos na aula de quinta feira! Podem arrumar as coisas.

A menina despediu-se de Donghyuck com um sorriso e o moreno fez o mesmo, apesar de ainda estar um pouco de pé atrás com ela.
Mark por outro lado, tinha feito dupla com um menino de óculos e cabelos pretos, esse que acabou por revelar o seu nome durante o trabalho, Jeno. Bem, Mark não tinha ligado nenhuma para o que o seu colega havia dito.

Estava focado demais em algo, ou melhor, alguém para o ter ouvido.

— Ei, Minhyung! – Jeno tocou no seu ombro. – Posso passar o intervalo contigo?

— Você não tem amigos? – o mais velho o olhou de alto a baixo e calculou que não, ele não tinha amigos.

— Você acha que, uma pessoa como eu, tenha amigos? Quem me dera, até. – dum uma risada nervosa.

— Então, vamos! – deu um sorriso e saiu da sala com o outro Lee ao seu lado.

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SunGi seguia pelo corredor – um pouco apressada, – quando avista a diretora sair de sua sala com o seu marido. Juntos sorriam e estavam de braço dado, como um verdadeiro casal. Passou por eles, dizendo apenas um “Boa noite!” e continuou o seu caminho para a sua sala.
Entrou e trancou a porta, se encostando na mesma e dando um longo suspiro.

— Está tudo bem, Mrs. Sun? – Donghyuck encarava a mesma com um semblante confuso.

— O que fazes aqui a uma hora destas? – perguntou indo até ao garoto.

— Eu vinha lhe contar como foi o meu dia de hoje, mas parece que vim numa má altura, né?

— Não! Conta-me!

— Bem, – sorriu mínimo. – Hoje na aula de Biologia, pela primeira vez alguém não ficou com receio que eu tivesse alguma crise de ansiedade e ficamos amigos!

— Isso é bom? – sorriu também e apertou devagarinho a mão do menor. – E quanto ao Mark?

— E-Ele... – suspirou. – SunGi, eu não sei porquê, fico muito nervoso quando estou perto dele. Eu gaguejo sempre mas quando estou bravo com algo ou até mesmo com ele, pois ele às vezes não diz coisa com coisa, eu não gaguejo!

— Bem, isso é um bocado estranho mas... Talvez tu possas estar a começar a sentir, no mínimo, algum afeto por ele.

— Eu não sei o que realmente gosto, SunGi...

— Mas o que você sente quando está perto de garotos?

— O meu coração acelera, fico tímido e nervoso, as minhas bochechas ficam muito quentes, fico com vontade de lhes abraçar e dar uns beijinhos nas suas bochechas. – confessou. – Mas quando estou perto de meninas, é totalmente o contrário! Eu não fico nervoso quando estou perto delas nem sinto as minhas bochechas ficarem quentes.

— Talvez estejas confuso, mas com o tempo, tu vais descobrir quem realmente és. – sorriu. – E eu vou apoiar-te, sempre.

— Obrigada! – sorriu. – Alguém da minha família ligou hoje?

— Sua avó. – engoliu em seco. – Ela...

— O que tem a minha avó, Mrs. Sun?

— Ela... – era difícil dizer aquilo. – Bem, aconteceu algo mau.

— O que aconteceu? – o garoto perguntou, com um timbre meio apavorado. – Mrs. SunGi?

— Ela ligou para eu te informar que, a sua mãe... Ela não resistiu, os tratamentos já não ajudavam nada...

— A minha mãe... morreu? – as lágrimas, começaram a descer pelo rosto do menino e SunGi ficou de cabeça baixa.

— Sinto muito pela perda, Donghyuck.

O menino nada disse, levantou-se e seguiu para a porta. Destrancou-a e saiu, caminhando lentamente e em silêncio para o seu dormitório.

Entrou no dormitório, porém, não esperava o encontrar ali Mark. O mais velho estava encarando os desenhos que Donghyuck havia desenhado num caderno de folhas brancas.

— Saía! – disse ao tirar o caderno das mãos do mais velho e virou-se de costas para este. Ele não queria que o outro o visse chorar.

— Eu vinha falar com você, Hyuck. – aproximou-se um pouco do mais novo. – Sabe, eu quero me desculpar por causa do outro dia e-

— M-Mark... – chamou o mais velho.

— Não precisa dizer nada, eu só quero me desculpar-

— MARK! – gritou e virou-se para o mais velho, dando a este a visão da sua face encharcada. – Saí daqui agora! Eu não te quero ouvir, não estou com cabeça.

— Oh... Aconteceu algo?

— Aconteceu! Aconteceu a pior coisa do mundo e eu quero que você saía. Agora.

Mark nada disse, apenas abraçou o mais novo com força, deixando a sua cabeça apoiada no ombro do menor. Donghyuck tinha sido apanhado de surpresa, mas logo retribuiu o abraço e deixou-se chorar ali naquele abraço que transmitia imenso conforto e paz.

— Chore o quanto quiser... – falou num timbre baixo. – Não importa se me vai deixar a roupa molhada, só chore. Eu estou aqui.

Ditou e essas palavras estavam deixando o menor mais calmo, porém, ainda chorava.

— Eu não sei o que aconteceu, mas eu espero que não se deixe ir abaixo com isso. – afastou-se do mais novo. – Você é forte, você consegue.

Mark olhava – quer dizer, tentava. – nos olhos de Donghyuck e este, desviava o olhar para não ter muito contato visual.
Beijou a bochecha direita do mais novo e saiu do cômodo deste.

— M-Mark... – sussurrou, olhando para a porta fechada do seu dormitório.

Ele estava arrependido por ter gritado daquela forma muito rude com o mais velho, pois esse, tinha ficado ali a ouvi-lo chorar e reconfortá-lo. Estava muito grato e sentia-se em dívida para com o mais velho.

written in the stars ▫ markhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora