5.

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Donghyuck caminhava para as aulas sorrindo pequeno mesmo que a sua vontade fosse ficar deitado na cama enrolado nas cobertas e chorar até mais não pela perda. Ele estava esperando alguém da sua família o vir buscar para ir ao enterro de sua mãe.

Entrou na sala e a mesma se encontrava com a sua colega de trabalho de Biologia. A menina sorriu empolgada mas Donghyuck não conseguiu retribuir, mesmo querendo.

— Ei Hyuck! – pronunciou-se. – Tudo bem com você?

— S-Sim Haruka! – respondeu. – Podes me deixar sozinho agora, por favor?

— Ah claro! Não queria incomodar, desculpa!

— V-Você não incomodou, é só que... Eu quero estar um pouco sozinho, entende?

— Mas se quiser desabafar, não hesite em ir ao meu quarto, 52 F!

— E você, caso também queira... 34 M.

Haruka sorriu e foi se sentar no seu lugar, que era exatamente, lá na frente nas primeiras filas. Donghyuck suspirou e deitou a sua cabeça na mesa, fechando em seguida os olhos. Hoje era um dia encoberto, havia previsão de chuva e Donghyuck não conseguia sorrir.

— Lee Donghyuck? – uma voz masculina o chamou.

O Lee levantou a cabeça e olhou na direção da porta, onde estava o homem da portaria acompanhado pela diretora.

— Eu! – respondeu e o homem fez um sinal para que ele fosse com ele, para não sei onde.

O mais novo seguia o caminho atrás do homem, esse conversava algum assunto sobre o internato com a diretora, essa que vez ou outra olhava para atrás, checando o garoto. Chegaram na sala da diretora e entraram, dando a Donghyuck a visão de sua avó, sentada de costas para a porta.

— Avó! – chamou a mais velha e essa de imediato, levantou-se para receber o neto e o abraçar.

— Meu querido, como você está crescido! – sorriu enquanto abraçava o menor.

— Bem, senhora Lee e Donghyuck, podem sentar-se para dar-mos início a este tema. Sim? – pronunciou-se a diretora com um sorriso simples no rosto.

— Bem, Senhora diretora, como eu falei à uns minutos atrás, eu gostava de levar o Donghyuck para ir ao enterro da mãe e ficar lá durante uma semana. Se não for um incômodo, é claro. – ditou a senhora, enquanto agarrava a mão do menino levemente.

— Não é incômodo nenhum! Parente é parente! – deu um sorrisinho. – Mas depois, o nosso caro aluno Donghyuck, terá que fazer trabalhos extra para compensar a semana perdida. – olhou para Donghyuck. – Tudo bem para você?

— S-Sim! – concordou.

— Então, pode ir aguardá-lo na entrada do internato, pois ele ainda vai ter que ir ao seu dormitório, com certeza. – a diretora levantou-se e apertou a mão, educadamente da senhora Lee.

Donghyuck saiu da sala da diretora e fez o caminho de volta, porém agora iria para o seu quarto. No meio do trajeto, acaba vendo Mark apressado fechando a porta do cômodo. Sorri fraco. Como aquele hyung era trapalhão! – pensou.

— Ei Donghyuck! – cumprimentou o mesmo, porém estranhou. – Não devias estar nas aulas?

— Não... Eu vou para casa!

— Como assim vai para casa, Hyuck? – ditou com os olhos um tanto arregalados.

— Eu vou ao enterro da minha mãe e vou ficar em Jeju durante uma semana.

— Sinto muito pela perda... – por um momento, o Lee mais velho sentiu-se abatido pois ele também havia perdido a sua mãe e sabia como era mau e quanta dor sentia em seu peito. – Eu entendo tudo o que estás a sentir...

— Não entendes...

— É claro que entendo! Eu perdi a minha mãe num acidente de carro, é claro que sei o quanto isso te está a afetar. – ditou meio bravo.

— Desculpa, eu não sabia...

— Ninguém sabe, só a diretora e agora tu. – suspirou. – Mas, tens telemóvel?

— Na minha casa, sim.

— Então, eu vou te passar o meu número e vamos falando. – sorriu e voltou ao seu quarto para pegar algo.

Donghyuck o esperava, encostado na parede do lado de fora do dormitório desse. O mais velho saiu e colocou nas mãos do garoto mais novo um papelinho colorido. Tão clichê! – pensou o menor.

— Me avise quando chegar a casa! Se quiser ligar, ligue! – sorriu e começou a se afastar do menor. – Eu adoro ouvir a sua voz...

O mais velho sumiu do campo de visão de Donghyuck e este sorria bobo com o que o comentário do mais velho e com as bochechas coradas. Continuou caminhando até seu quarto e entrou.

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Depois de dois anos naquele internato, Donghyuck estava de volta a casa, mesmo que fosse apenas por uma semana. Retirou os seus tênis, os deixando à porta e sentiu o aroma de morango que sua mãe tanto gostava. A casa estava silenciosa, ao ponto de Donghyuck ficar triste.

Seu pai, com a grande perda recente, estava se deitando tarde por causa do trabalho, estava se dedicando demais à sua profissão e isso estava lhe fazendo mal. Mas nesse dia, o homem havia ficado em casa para recuperar os dias mal dormidos.

— Seu pai deve estar dormindo, Hyuckie! – sua avó falou, pousando a sua mala no sofá.

Donghyuck assentiu e começou a subir as escadas, mesmo que lentamente. Abriu devagar a porta do quarto dos seus pais e reparou que o mesmo dormia serenamente.
Entrou no cômodo e foi se aproximando da cama, até estar de frente para a mesma.

— Pai... – chamou o mais velho num sussurro.

Seu pai se remexeu e abriu os olhos lentamente, dando de caras com a sua cria de joelhos no chão o encarando.

— Quando chegou? – falou baixo, pois havia acordado agora.

— A cerca de uns minutos, pai! – deu um sorrisinho.

— Senti muitas saudades suas, Donghyuck! – pegou na mão do menor e fez um carinho sigelo nela. – Está tudo a correr bem lá em Seul? Tem tirado boas notas?

— Sim e sim. – sorriu. – E o senhor?

— Ando cansado! Mal durmo, só trabalho. – suspirou. – A sua mãe faz-me muita falta...

— Faz-nos a todos, não é mesmo?

— Sim. – levantou-se da cama e foi direto para o banheiro. Donghyuck sentou-se na cama antes ocupada. – A diretora me contou que você fez um amigo recentemente...

— Ah sim, ele chamasse Mark!

— Mark, hm! Ele é bom moço?

— Ele aparenta o ser, por isso eu acho que é.

— Tudo bem! – saiu do banheiro. – Você... Gosta de meninos, não é?

— Como sabe?

— Sua mãe antes de morrer me deixou uma carta a falar de tudo o que não conseguiu e lá estava essa informação. – deu um sorriso. – De primeira, eu não aceitei mas eu agora estou aceitando porque se é o que te faz feliz eu não vou te impedir disso, não é?

— É. – sorriu. – Eu vou no meu quarto, pai.

— Sim, vá.

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Já deitado e coberto com as suas mantas super quentinhas, o mesmo pensava se devia ou não mandar mensagem para o mais velho. Quer dizer, ele próprio disse para ele o fazer né.

— Ok... – suspirou e abriu o aplicativo das mensagens.

You|
Ei!! Sou eu, o Donghyuck! :)

•••

Notas: para não ficarem na dúvida, eu queria dizer que os números e as letras são o número do quarto e as letras significam Feminino e Masculino.

comentem o quanto quiserem! ♥

written in the stars ▫ markhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora