13.

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Dias foram passando e uma grande confusão se instalava no internato. As próximas duas semanas seriam cheias de provas e os alunos viam-se encurralados, não estavam suficientemente preparados para isso.

Donghyuck estava ciente que tinha muita coisa a estudar, por isso, adiantou-se e agora a sua rotina era dormitório, comer e biblioteca. Nenhum dos seus amigos, incluindo Mark, se atreveram a desviá-lo disso pois sabiam como o Lee era teimoso e, talvez, podia ficar chateado com todos.

Com um monte de livros e cadernos abertos à sua frente, com os óculos que tanto usava para ler e com um pirulito nos lábios, Donghyuck se encontrava nas mesas junto á porta da biblioteca, concentrado. Nada podia tirar a sua atenção dos estudos, nem mesmo a bibliotecária chata que vivia lhe contando histórias da sua vida.

— Boa tarde, Lee Donghyuck está aqui? – Mark perguntou à mulher, que via algum programa de entretenimento no computador.

— Ali! Está à horas imerso nos livros!

— Obrigada! – fez uma reverência e foi se aproximando da mesa em que o menino estava.

Mark encostou-se na prateleira de madeira com bastantes livros e ficou admirando a forma que Donghyuck estudava. Achava fofo quando os óculos caíam e ele tinha que os ajeitar e também achava fofo quando Donghyuck se enganava e enchia as bochechas de ar. Mas os lábios de Donghyuck, agora vermelhos por causa do pirulito de cereja, estavam lhe chamando muito à atenção. Eram carnudos e perfeitinhos, a seu ver.

— Como estão a correr os estudos?

— Bem! – respondeu-lhe, sem desviar os olhos dos livros e cadernos.

— Há quanto tempo está aqui dentro? Digo, estudando.

— Muito tempo.

— Hm. – sentou-se na cadeira vaga na frente do garoto. – Nunca o tinha visto de óculos.

— Só os uso para estudar ou em algumas aulas. – deu de ombros.

— Ficam-te bem! – levantou o polegar positivamente.

— Obrigada mas, – olhou na direção do canadense. – Podia sair daqui? Estou a estudar.

— Posso ficar mas sem falar, certo?

— Mark, – riu. – Você não aguenta ficar muito tempo calado! Por isso, saía!

— Ok! – levantou-se e arrumou a cadeira. – Vejo-te mais logo?

— Vou pensar nisso. – piscou o olho e voltou a concentrar-se.

Mark saiu da biblioteca e seguiu para o dormitório do mais novo. Porém no meio do trajeto, acaba encontrando dois garotos até então desconhecidos, discutindo. Não falavam tão alto, mas os gestos explicavam tudo.

Passou reto e adentrou no dormitório alheio. Sentou-se na cama do outro Lee e ficou olhando ao redor. O cômodo era limpo, arrumado e o melhor de tudo, o cheiro de melancia que Mark tanto adorava. Levantou-se e começou a observar tudo nas prateleiras com atenção até, que um caderninho de cor vermelha meio escondido entre vários livros lhe chama à atenção.

— Hm? Diário de Haechan? – ficou confuso. – Quem é Haechan?

— Eu! – Donghyuck falou. Ele mantinha uma expressão chateada, tinha os braços cruzados e estava encostado na porta fechada.

— Há quanto tempo está aí? – falou assustado. Colocou o caderno no sítio e encarou o mais novo. – Haechan?

— É um dos meus apelidos! – foi na direção da prateleira onde estava o tal caderno. – Isto é como se fosse o meu diário! Escrevo aqui todos os dias.

written in the stars ▫ markhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora