Don't Touch《Frerard》

《13》Bom Dia

Sinto uma respiração leve contra minha nuca, abro os olhos não acostumado com aquela sensação. Com as costas da mão, coço meus olhos tentando focar minha visão em alguma coisa, assim que o sono começa a ir embora, vejo as cortinas em frente a janela balançarem de acordo com o vento, permaneço deitado ainda incapaz de raciocinar alguma coisa com clareza.

Um sorriso toma conta dos meus lábios ao sentir as mãos do mais velho me apertarem um pouco mais contra seu corpo, ele ainda dormia, então teria que tentar fazer o mínimo de barulho se quisesse levantar, mas no momento eu não tinha tanta pressa. Eu sentia minha cabeça doer um pouco e estava confortável ficar nos braços de Gerard, não estava tão preocupado assim em sair dali, apesar dos meus pensamentos ainda não me darem paz completa, não mandei nenhuma mensagem ao velho Iero ontem a noite, nem mesmo dei sinal de vida, eu odiava me importar com essas coisas, ele não estava nem um pouco preocupado comigo, enquanto eu sempre martelava isso na cabeça.

Volto a fechar os olhos tentando me concentrar em apenas uma coisa, para poder esquecer o dia de ontem, já que a noite foi interessante para mim. Depois de nos recuperarmos, eu acabei pegando no sono, Gerard aproveitou o meu cochilo para tomar um banho, já que quando acordei no meio da noite, escutei o barulho do chuveiro. O resto da madrugada foi resumida em nós dois dormindo juntinhos como a proposta inicial.

Com cuidado, retiro as mãos dele da minha cintura, ele se move um pouco para o lado e penso que o acordei, mas diferente de mim, ele tinha o sono pesado. Me sento na beirada da cama sentindo minha cabeça rodar um pouco, normal de todas as manhãs, abraço meu corpo quando o vento invade o quarto, estava só com a minha boxer, e mesmo estando no verão, o ar era gelado. Ao levantar, minhas costas estalam e procuro por algum sinal das minhas outras peças de roupa, encontro apenas uma camiseta, julgando pelo tamanho, era de Gerard. Não me importo em pegar a mesma e vestir, ando para fora do quarto tentando fazer menos barulho possível, do lado de fora respiro fundo colocando uma das mãos contra minha cabeça, geralmente essas dores passavam assim que eu começava a me mexer, mas agora ela só estava aumentando, devagar vou a procura de algum remédio e um copo de água.

Desço as escadas ainda sentindo o sono dominar quase todas as partes do meu corpo, era cedo, o sol já estava tomando conta da cidade, através da porta de vidro que tinha próximo a sala, posso ter a visão das nuvens meio amareladas e o céu em um tom alaranjado, junto com isso vem a brisa gelada de todas as manhãs.

-- Bom dia cara dos gemidos -- escuto a voz de Mikey vir do outro lado, olho para aquela direção e o vejo parado atrás do balcão, preparando o café.

Meu rosto cora quase de imediato quando ele me olha por cima dos óculos, o sorriso brincalhão estampava seu rosto.

-- É brincadeira, não ouvi nada, mas pelo visto estava certo -- ando até ele e me apoio no mármore, Mikey estava só com uma calça moletom e meias.

-- Bom dia -- é minha primeira fala da manhã, então minha voz sai meio rouca e falha -- Talvez tenha acertado.

-- Eu sei que acertei, dava para sentir a tensão sexual de vocês de longe -- ele se vira para pegar as xícaras na pia, então serve o líquido em cada -- Se quiser, posso fazer um chá.

-- Não precisa… Acho que preciso de algo mais forte hoje para encarar meu pai -- ele me olha franzindo o cenho.

-- O que o velho fez agora?

-- Muita merda, depois eu te conto… -- ele assente me dando a segunda xícara e agradeço -- Tem algum remédio para dor de cabeça?

Mikey sorri levantando uma das sobrancelhas, vejo ele ir até o armário que ficava do outro lado, então tirar de lá uma caixinha branca e a trazer até o balcão.