Don't Touch《Frerard》

《9》Amor

*se quiserem, escutem "apocalypse - cigarettes after sex"

boa leitura :)

[-X-]

Correr é uma habilidade para poucos, e eu diria que eu não era tão ruim assim, já que eu passei a semana toda correndo e fugindo de Bob. Após aquele final de semana onde os irmãos Way pisotearam sem dó meu coração, as coisas pareceram melhorar muito entre eles, depois disso Mikey pareceu mais sorridente na segunda, Gerard me avisou que tinha saído da equipe de emergência do hospital, para poder passar mais tempo com irmão, diminuiu a carga horária na área clínica e aceitou o cargo de cardiologista no lugar, já que essa era sua área principal, ele estava se planejando melhor nos horários para poder ficar mais tempo em casa, isso fez com que a ficha do mais novo caísse de uma vez e ele perceber que estava realmente acontecendo. Desde segunda-feira eles estavam vindo juntos ao colégio, eu e Ray zuamos Mike por isso, como melhores amigos que somos, mas sabíamos do significado daquilo e estávamos felizes por isso, e foi desde de segunda também que eu e Bryar começamos um jogo de gato e rato, onde eu era o rato.

O garoto não me deixava em paz nem um segundo nos corredores, foi quando eu decidi usar a minha bela habilidade de fugir dos meus problemas, que era baseado em eu, literalmente, correr deles ou simplesmente me fingir de desentendido, que modéstia parte eu fazia isso muito bem. Não tinha me preocupado tanto assim com Bob, os meninos não haviam mais procurado ele para fumar e então achei que estaria livre da presença dele, mas como sempre, eu estava enganado. Patrick e James estavam mais quietos nesses últimos meses, ainda implicavam com Mike e Ray, mas não passou disso, a "brincadeira" de Daniel foi descoberta pelo sr. Petterson alguns dias depois e seus pais foram à escola, fazendo o grandão pedir desculpas aos dois, isso sim foi um marco.

Saindo um pouco das lembranças, no momento eu me encontrava escondido atrás do meu próprio armário tentando chegar até a porta de saída do colégio sem ser visto por Bob, a que ponto eu havia chegado? Os dois filhos da puta que eu chamava carinhosamente de amigos já estavam do lado de fora, apenas presenciando o meu sofrimento na tentativa de sair. Quando o corredor fica um pouco mais cheio, corro para o meio das pessoas torcendo para não encontrar ninguém no meu caminho, eu estava quase na porta, faltava exatamente 5 passos para eu chegar até os seguranças e mostrar a minha identificação, mas como tudo na minha vida é questão de sorte e eu jogava no time oposto a ela, acabei derrubando a merda do meu cartão junto com meus livros ao tentar tirar da mochila com pressa, levo alguns minutos para encontrar e recolher todo meu material, minutos suficientes para que Bob me localizase na saída e fosse até mim. Quando finalmente encontro o cartão e o vejo se aproximar, me levanto do chão e me viro, fingindo que nem havia notado sua presença, mas para a minha infelicidade, ele me alcança bem na hora que chego.

-- Fugindo de mim? -- ele pergunta parando na minha frente, suspiro fundo passando as mãos no rosto.

-- Totalmente impressão sua -- digo em um tom irônico perceptível apenas para mim aparentemente -- E você? Me perseguindo?

-- Claro que não, estamos todos indo na mesma direção -- ele diz ficando ao meu lado e me deixando andar.

-- Engraçado como a gente tem ido muito pela mesma direção ultimamente, né? -- ele engole a seco notando meu tom cínico.

Mostramos nossos cartões quando saímos e guardo o mesmo com raiva, por culpa daquele pedaço de plastico me encontrei com quem menos queria, eu estava indo tão bem, havia se passado mais uma semana, eu tinha até conseguido outro parceiro na educação física para não ter que interagir com ele, agora todo o meu esforço tinha ido pelo ralo, parei nas escadas quando Bob segura em meu braço me forçando a parar de andar, ele fica um degrau abaixo e me olha por alguns segundos, a minha vontade era de empurra-lo escada abaixo e sair como se nada tivesse acontecido, meus amigos já estavam no jardim e observavam a cena rindo da minha cara em vez de vir me ajudar, o garoto de pele clara volta a falar e minha atenção vai para ele novamente.