2- A rotina começa.

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"Casar-se significa duplicar as suas obrigações e reduzir a metade dos seus direitos." [ Arthur Schopenhauer

      

       Meu alarme começa a tocar às seis em ponto. Me viro para o lado e o Mark nem ao menos se mexeu. O sono dele é igual ao de um urso em hibernação.
Levanto da cama aos tropeços por ainda está sonolenta e vou direto para o banheiro fazer minhas higienes. Com uma toalha enrolada no corpo vou até o roupeiro e apanho uma blusa de mangas compridas azul marinho e uma calça preta que combina com o salto baixo fechado. Arrumo meu cabelo ruivo claro em um rabo de cavalo e volto para o quarto a fim de colocar meus instrumentos de trabalho dentro da bolsa: Notebook, celular, chaves do carro, bloco de notas, gravador e caneta.

— Já está indo? — escuto a voz rouca e preguiçosa do Mark vindo da cama.

Ele podia chegar no trabalho a hora que bem entendia ja que era o chefe. Mas eu não. Infelizmente, sou apenas uma colunista de um jornal aqui em São Francisco.

Sento ao lado dele na cama e acaricio seu cabelo e dou um beijo rápido na sua temporã.

— Tenha um bom dia hoje, amor.

Ele se ergue deixando seu tronco nu expostos e segura minha mão.

— Quer que eu te faça um café? — pergunta.

Sorriu.

— Não precisa, sempre tomo café na redação. Volto mais tarde, ok? Te amo.

(...)

  O caminho da minha nova casa até o prédio que abriga o jornal é de vinte cinco minutos. Por pouco que não cheguei atrasada, caso contrário, teria que ouvir um sermão do editor-chefe. Entro no prédio de 40° andares e subo direto para o 20°. Assim que entrou na redação, cumprimento alguns colegas, vou para meu cubículo escrever minha coluna de notícias urbanas e políticas.

  Ser jornalista sempre foi minha paixão e trabalhar com isso me faz sentir poderosa o suficiente para escrever a verdade para o público.
No cubículo ao lado está meu amigo, Chris Baker. Ele tem uma coluna voltada para o esporte, mas às vezes ele se torna meu cúmplice em missão secretas de jornalista-ivestigativa.

— Bom dia, Elizabeth Nicen Cornell. Mais conhecida como Sherlock Holmes — Saúda.

Ele tem um senso de humor digno de um piadista que conta apenas com três pessoas como platéia. E todos são surdos, cegos e mudos.

— Bom dia, Baker. O que tem hoje para sua coluna? — Pergunto.

Ele ergue a sobrancelha grossa e escura para mim, seus olhos redondos de cor âmbar denuncia que ele está preste a me pedir algo.

— Você bem que poderia me ajudar a dar mais humor a minha coluna, não que eu não seja engraçado, mas por que é sempre bom ouvir mais trocadilhos. Certo?

Ligo meu computador enquanto rio incrédula.

— Sem essa, Chris. Você vai ter que procurar outra isca. Não sei se você lembra mais tenho o senso de humor de um bicho preguiça.

— Como assim?

— Quando termino a piada todos já deram o fora.

Ele ri.

— Vou usar isso.

— E eu te processo por direitos autorias.

Recém casados.Onde histórias criam vida. Descubra agora