Recém casados.

33 - Mark Cornell

O destino baralha as cartas, e nós jogamos.

– Arthur Schopenhauer

  Desligo meu celular assim como o Soft55. Eu não consigo fazer mais nada além de ficar em casa esperando que a Elizabeth volte e possamos seguir nossa vida.

Mas isso não vai acontecer.

A Elizabeth nunca fala nada por falar.

Ela é uma mulher de palavra e todo esse tempo que estamos juntos nunca a vi voltar com ela. Sempre foi firme e imperativa. E eu sempre fui fraco perto dela. Ou melhor, somos a mistura perfeita mas o meu erro acabou sendo o agravante dessa situação.
Eu sempre fui uma pessoa na minha esperando só o momento para ascender, nunca demonstrei minha opinião se não tivesse um método de personificar ela. O sucesso veio para mim e me subiu a cabeça, entendo isso. Mas não imaginei que havia subindo tanto a minha cabeça para deixar de lado a minha pessoa preferida de lado, meu arco-íris.

Agora estou desesperado, triste e me sentindo ainda mais perdido que o normal. Não consigo fazer nada além de ficar sentado no chão da sala dessa mansão idiota bebendo para tentar preencher o vazio no peito... Pelo menos distrair essa sensação.

Droga. Eu não consigo nem mesmo focar na minha empresa, deixei tudo nas mãos do Carl e do Robin depois de ter simplesmente surtando após os rumores sobre o término do meu casamento está acabando. Sei que foi a Hailee, ela mais do que ninguém tem motivo para isso. Às ligações e os assédios ficaram horríveis e insuportável, então simplesmente me tranquei em casa como um cachorro abandonado que não toma banho há três dias e não faz nada além de beber.

Nem sei se estou sóbrio.

Tudo que consigo fazer é beber e olhar o álbum de fotos onde as fotos tiradas por mim da Elizabeth estão emolduradas com nossas assinaturas e declarações. Fizemos esse álbum quando começamos a namorar. Passo o dedo pela caligrafia da Beth tentando imaginar o seu sorriso tão presente como o da foto e meu coração aperta.

Eu tive uma jóia rara nas minhas mãos, mas não dei o valor devido.

Pego meu celular em alguma parte no chão e resolvo agir como um homem. Não posso deixar a mídia ir atrás da minha esposa como ela mesmo disse mais cedo. Ligo para o Carl que atende no segundo toque.

— Mark, cara você está bem?

Passo a mão no rosto.

— Quero que você convoque o time de relações públicas e peça para eles darem um jeito no assunto sobre meu casamento. Não quero que a Elizabeth seja alvo de tablóides!

Posso ouvir o Carl suspirar.

— Negamos todas às afirmações mas não está adiantando. A impressa quer uma declaração de vocês dois. Nosso time já fez uma declaração e está pronta para publicar assim que você permitir, nela você está negando todos os fatos. Devo continuar?

— Sim, é claro.

— Mark... Sobre o quê estão dizendo da Elizabeth e o tal editor-chefe?

— O quê quer dizer com isso?

— Vou mandar para você. Espere só um segundo.