Bônus: Aquela noite

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Vida é brisa passageira, então faça valer a pena.

PS. Eu Te Amo



     Embora eu e o Mark tenhamos começando a namorar rapidamente, o processo para aumentar nossa intimidade foi longo e ele foi a pessoa mais paciente que eu poderia esperar. Demorou cerca de dois anos para que eu conseguisse dormir com o Mark e não foi por falta de vontade e sim por questão da forma como fui criada.
   Sempre vi minha mãe como um exemplo ser seguido e meu pai como um esposo ideal que eu sempre quis conhecer no futuro. Na minha adolescência, logo depois da minha primeira menstruação, minha mãe sentou e conversou comigo sobre garotos.

Ela disse " Por mais incrível e divertido que pareça ser ficar com vários garotos, no final você vai se sentir frustrada por ele não ser o certo. Então, teste a paciência de um antes de qualquer outra atitude."

Em resumo, fui uma garota bastante cortejada que perdeu o bv aos vinte anos. Quando conheci o Mark e nosso relacionamento só ia para frente... Um dia ele foi além de beijos e por mais que eu quisesse continuar, eu não conseguir. Lembro dele ter perguntado se fez algo de errado e então expliquei sobre minha situação. Ele não me olhou com espanto ou luxúria quando eu disse que era virgem. Eu tinha 21 anos e era bastante cortejada, mas ele tampouco duvidou. Invés disso, continuamos a namorar por dois anos sem avanços sexuais, em compensação conhecemos tudo o que tínhamos para conhecer do outro.

  Nossa primeira vez aconteceu em uma fazenda do avô dele. Foi no mesmo dia que ele sumiu e ninguém conseguia entrar em contato com ele. A mesma coisa tinha acontecido no ano passado e sempre no seu aniversário, no primeiro ano quando eu o encontrei eu não quis perguntar porque ele estava agindo daquele jeito. Mas no segundo quando eu o encontrei chorando perto do lago e se machucando com às próprias mãos eu não pude mais ignorar.

Estava chovendo mas eu o abracei e ele chorou até soluçar nos meus braços por um longo tempo. Quando eu o conveci a entrar para dentro da casa simples e pequena de dois andares e cuidar dos ferimentos no seu punho ele obedeceu sem dizer uma palavra. Ele estava ensopado e se eu não agisse ele ficaria doente. Por isso o levei até o andar de cima, tirei seu casaco e camiseta junto com os sapatos o deixando só com a calça jeans e o coloquei de baixo da água morna. Eu ainda conseguia ver suas lágrimas se misturando a água do chuveiro.

Encontrei algumas roupas masculinas limpas e o deixei se trocar; fiz um café quente e subir para o quarto onde ele estava sentado na cama com o olhar perdido. Segurei sua mão e o abracei.

" Sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? " Sussurrei o abraçando forte.

Ele ficou um tempo em silêncio até começar a falar.

" Eu tinha um irmão gêmeo. Joe. Ele era mais novo e vínhamos aqui com frequência. Quando tínhamos sete anos nosso avô saiu para comprar algumas coisas e nos deixou brincando aqui. Lembro de ter pedido para ele brincar longe do lago, mas ele nunca me dava ouvidos... Então, eu o deixei lá e fui buscar algo para beber, quando eu voltei só conseguir ver ele levantando os braços pela última vez antes de afundar... E eu não conseguir ajudar porque fui pegar uma bebida idiota. Se eu estivesse lá... Se eu tivesse sido mais persistente. Meu avô, meus pais pediram para que eu cuidasse dele e eu o deixei morrer!".

Sinto suas lágrimas na pele do meu pescoço e eu simplesmente o abraço mais apertado.

" Você não teve culpa, Mark. Foi um acidente. Se dependesse de você eu tenho certeza que você daria sua vida pela dele. Por favor, não se culpe!"

Ele ergueu o rosto até o meu e eu pude enxergar sua dor, seu sofrimento e agonia. Então eu simplesmente chorei com ele. E ele me abraçou como se eu fosse algo que pudesse sumir a qualquer instante.

" Por favor, não se culpe mais, Mark... Eu te amo tanto".

Foi a primeira vez que disse a ele que o amava em dois anos de relação. Ele me olhou de volta e seus olhos demonstraram um brilho novo.

" Como você pode amar alguém como eu?" Perguntou.

Segurei seu rosto e o olhei bem no fundo dos seus olhos.

" Se você pudesse se ver através dos meus olhos saberia como eu te amo. Eu te amo tanto que te ver sentindo dor dói em mim. Se você também me ama então não se culpe mais. Estamos juntos e eu não quero carregar uma culpa que você não tem junto a você. "

Ficamos nos encarando durante um tempo. Eu enxuguei suas lágrimas e ele às minhas. No meio desse processo aconteceu um beijo singelo que se aprofundou até o Mark está por cima de mim na cama. O quarto estava com pouca claridade, então eu apenas sentir sua respiração ofegante e suas mãos nos botões do meu vestido. Ele olhou para mim e eu voltei a segurar seu rosto, ergui meu rosto para beijar seus lábios como uma forma de consentimento.

Fizemos amor pela primeira vez naquela noite e nunca vou esquecer de como atencioso, gentil e carinhoso ele foi comigo. A cada toque, beijo e carícias trocadas foram consentidas e apaixonadas.
 
O Mark me respeitou de tal forma que ele passou um ano se esforçando para ganhar um concurso de invenções tecnológicas ( o famoso despertador conjunto). Ele se esforçou bastante e guardou todas suas economias para comprar nossas alianças, dar entrada em uma casa e fazer uma pequena cerimônia.

Eu nunca vou esquecer de como ele me respeita e me ama. E: como ele abriu todo seu coração para mim naquela noite.

Recém casados.Onde histórias criam vida. Descubra agora