39 - Vida

306 19 13
                                    

Na vida e no amor, não temos garantias... Portanto não procure por elas... viva o que tem que ser vivido... Sem medos ... O medo é um dos piores inimigos do amor e da felicidade...

– Arnaldo Jabor

     Acordo sentindo uma máscara de oxigênio no meu rosto e pequenas pontadas de dores na região da minha costela direta e das costas. As luzes fortes sobre meus olhos me fazem ficar confusa.
Olho para o lado encontrando minha mãe sentada sobre um sofá com a cabeça baixa... Orando. É então que imagens começam a surgir na minha mente e a lembrança do Mark levando um tiro por mim surge como um relâmpago.

— Mark! — Começo a me debater tirando a máscara de oxigênio.

— Elizabeth!

Olho desesperada para minha mãe que tenta me conter.

— Mark! Onde está o Mark? — Grito com desespero.

Todo meu corpo está doendo agora e eu mal consigo respirar, mas meu desespero por lembrar do rosto do Mark recebendo um tiro no meu lugar me perturba.

— Filha, por favor você está se machucando. Não se mexa!

Seguro seu braço e a olho desesperada.

— Onde está o Mark, mãe? Por favor! — Imploro.

Vejo os olhos da minha mãe encherem com lágrimas e logo depois meu pai entrar no quarto, ele olha para a situação.

— Vou chamar uma enfermeira!

Continuo me debatendo tentando me soltar das mãos da minha mãe porém o aperto dela é firme e desesperado. Seu olhar deixa claro que algo aconteceu. Algo grave.

Deus, por favor!

Uma enfermeira entra no quarto junto a um médico, eles injetam algum tipo de tranquilizante no soro pois sinto minha mente se desligando e sem forças para continuar me desvencilhar das mãos da minha mãe.

— O bebê... — Murmurou antes da minha mente escurecer.

(...)

—... Elizabeth?... Elizabeth?

Abro os olhos com dificuldade encontrando minha mãe, o rosto dela está mais calmo.

— Mark... O bebê? — Pergunto.

Meu pai está atrás dela com o rosto nitidamente aliviado. Minha mãe segura minha mão com firmeza.

— Os dois estão bem, graças a Deus. Não se preocupe.

Sinto lágrimas descendo pelo meu rosto enquanto coloco a mão sobre meu ventre. Olho para ela suplicante.

— Onde está o Mark? — Pergunto.

Minha mãe vira o rosto ao mesmo tempo que meu pai aperta o ombro dela e toma sua posição. Meu pai nunca mentiria para mim, qualquer coisa que sair da sua boca sei que é a verdade.

— Querida, você foi atacada por um serial killer, ele espancou você e estava pronto para atirar contra você quando o Mark chegou a tempo e conseguiu conter o assassino, mas... — Meu pai aperta minha mão — O Mark foi atingindo e precisou de uma cirurgia de emergência, mas ele está bem agora. Os médicos disseram que ele está fora de perigo.

Recém casados.Onde histórias criam vida. Descubra agora