Recém casados.

17 - Mudanças.

E amanhã não seremos o que fomos / nem o que somos

- Ovídio.

Está quase na hora do jantar que marcamos para comemorar a chegada do Eric, mas o Mark ainda não saiu do trabalho ou atende minhas ligações e visualiza às mensagens.
Estou sentada sobre a cama rodeada com os papéis de informação que reuni sobre Alícia Hong. Fecho a tampa do notebook e arrumo todos os papéis guardando na gaveta do criado-mudo. Tento ligar para o Mark outra vez mas só cai na caixa postal.
Tomo banho e me arrumo, mando outra mensagem para o Mark enquanto caminho até o carro, mas não tenho respostas.
Meu irmão está louco para ver o Mark desde que chegou hoje mais cedo mas o Mark sumiu e não deu nenhuma notícia desde que saiu para trabalhar de manhã. Entro dentro meu carro e dirijo até o bistrô onde reservarmos uma mesa para quatro pessoas, estamos prontos para comemorar a chegada do meu irmão em um grande estilo.
Foi o Mark que reservou um bistrô de alto nível e eu esperava que ele estivesse aqui, mas pelo visto, ele não vai estar.
No momento que estaciono o carro meu celular começa a tocar com uma chamada do meu marido, atendo imediatamente.

- Mark! Está tudo bem? Onde você está? Mandei várias mensagens e te liguei diversas vezes...

Ouço o som de turbinas no fundo e um certo falatório.

- Querida, sinto muito mas não vai dar para mim ir no jantar. Estou em San Diego para um encontro importante com um desenvolvedor de sistemas. Por favor, se desculpe com sua família por mim.

- Você está em San Diego? Por que não avisou antes?

- Não tive como. Meu celular estava descarregado e fui de reunião em reunião até me dá conta que estava dentro de um avião. Assim que aterrissamos vi suas mensagens. Sinto muito mesmo. Não se preocupe com nada, já pedi para a senhorita Less cuidar do restaurante. Peçam o que quiserem e se divirtam.

Mordo meu lábio inferior meditando rapidamente em como vou dizer ao meu irmão que seu cunhado preferido não vai estar com ele porque está ocupado de novo.

- Quando você chega? - Pergunto.

- Amanhã, no final da tarde.

Droga Mark.

- Se cuida.

Desligo o celular e saio do carro a caminho do luxuoso bistrô italiano. É no segundo andar e, pelas duas mensagens do Eric, eles já estão aqui. Entro no salão bem iluminado e com uma música clássica no fundo, várias mesas se multiplicam na minha visão enquanto procuro minha família.

- Boa noite. Em que posso ajudar? - Pergunta a recepcionista.

- Hum, uma reserva no nome de Mark Cornell.

Os olhos verdes da atendente brilham e ela me guia até um espaço vip onde só existe uma sala bem decorada com uma mesa quadrada de cinco lugares.
Às portas se abrem revelando minha família bem vestida e sentada a mesa com taças de vinho.
O sorriso no rostos deles aumentam quando eles me ver.

- Finalmente ela está aqui! - Exclama o Eric.

Agradeço a recepcionista e vou até o meu irmão abraçá-lo antes de me sentar ao lado da cadeira vazia ao meu lado.