olho vivo.

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-olha se não é a lá!- diz a voz irritante da Marmitex do morro, ela dorme com o mandante do morro e mais outros trinta acompanhando suas amigas lindas que estão com um short minúsculo e olhando com deboche para mim.- a nerd rabugenta.
-pelo menos eu sei quanto que é 1+1 retardada.- digo pegando meus livros da minha faculdade e peitando brusca em seu ombro.-valeu tia do açaí!
    Grito e recebo um sorriso da senhorita que tanto gosto. Sou ayla mas todos me chamam de lá por causa que moro na rua lá do último lugar no morro perto da boca
Morar no complexo do Bangu é difícil, mais ainda sim gratificante, sou ajudando do traficante pai deste morro, ajudo a fazer as projeções de cada cúbico daqui, e a distribuição dos " produto" em questão que nós tornou tão famoso.
Subo o morro com receio de olhares de garotas sobre mim, novatas que não me conhece...
-fala aí.- jogo minha bolsa na cadeira e olho para Matheus bebendo algo em um copo grande.- chamou pra que?
-temos trutas de gravata e gente grande de olho em você baixinha.- ele se levanta e eu vou até a poltrona confortável e me sento jogando as pernas na mesa.
Eles me respeitam aqui dentro por causa de meus conhecimentos e minha amizade de moleque com o Matheus.
-oque quer dizer?- abro uma balinha colocando na boca e sorrindo para ele.- que teria que trabalhar mais?
-nunca minha luz, mais que se a coisa continuar assim eu não vou conseguir te esconder por muito tempo.
Ergo as sobrancelhas na hora, dou de ombros e me coloco de pé indo em seu rumo.
-sabe que pode, e vai... Pelo seu bem e o meu.- dou um abraço e sinto o cheiro do Bak dele Me fazendo afastar levantando o dedo feio.

esboço de meu mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora