Quem sabe...amigas?

Ultimo dia de loucara nas férias

Capítulo 1: Último Dia com as Amigas

Meu nome é Mikaele, tenho 15 anos, e ultimamente sinto que minha vida está prestes a mudar. Tenho 1,65m, sou parda, com cabelos longos e ondulados que me dão trabalho todos os dias.

Minha família é pequena, mas cheia de personalidade. Minha mãe, Júlia, é firme, mas amorosa; meu pai, Ricardo, é sério, mas engraçado quando quer. Tenho um irmão mais velho, Miguel, que estuda em um internato chamado Monte do Carmo. Ele sempre me diz que lá é uma "prisão de luxo", mas acho que ele gosta de estar lá porque sempre parece entusiasmado quando volta nas férias. Nós brigamos às vezes, como qualquer irmão e irmã, mas ele é meu ponto de apoio quando as coisas ficam difíceis.

Ah, e tem o Spake, meu cachorro Golden Retriever. Ele é como um irmão mais novo, sempre me seguindo pela casa ou dormindo aos meus pés. É difícil ficar sozinha quando se tem Thor por perto.

Hoje é um dia importante. Eu e minhas amigas vamos nos reunir pela última vez antes de as aulas começarem. Meu futuro está incerto: meus pais estão pensando em me transferir para o mesmo colégio interno do Miguel, e a ideia de deixar tudo para trás, minha escola, minhas amigas, minha rotina, me deixa ansiosa.

Música: (Quando você chegou em casa eu te tratei naturalmente quando fiz amor contigo a noite inteira...)

Droga de despertador! Ele tocava sempre às 6 horas da manhã, mas... espera! São 10 horas! Como assim?
Pulei da cama em um susto. Eu deveria ter saído às 9 para a casa da Camilla. Estava muito atrasada! Hoje era o nosso último dia juntas, e talvez o último por muito tempo. Existe a chance de eu mudar de escola para outro bairro.

Corri para me arrumar. Peguei minha blusa regata preta e um short jeans, os primeiros que encontrei.

- Mãe, tô indo pra casa da Camilla! Prometo que volto por volta de uma da tarde! - avisei, sorrindo enquanto saía apressada.

- Tá bem, Mikaele, mas não se atrase! - respondeu minha mãe com firmeza. Ela se chama Júlia e, sinceramente, somos muito parecidas.

Quando cheguei à casa da Camilla Brito, todas as meninas já estavam lá: Hillary, Rute, Camila Silva e Ana Vitória. Somos um grupo unido na escola, mas hoje seria diferente. Hoje seria a despedida.

- Amigas, hoje é meu último dia com vocês. Como sabem, eu provavelmente vou mudar de escola - falei com tristeza.

- Ah, miga... vou sentir tanta falta de você - disse Rute, com a voz decepcionada.

- Ai, Rute, para de drama. Ela só vai mudar de escola, não morrer. - Hillary rebateu, com o tom sarcástico de sempre. Tinha inveja de mim porque eu recebia muita atenção.

- Na verdade, ainda não é certo. Meus pais estão decidindo. Pode ser o colégio interno Monte do Carmo, onde meu irmão estuda - expliquei, tentando dissipar as dúvidas.

- Já vai começar amanhã? - perguntou Camilla Brito, curiosa.

- Se for pra lá, sim. Preciso organizar tudo.

Ana Vitória, sempre fofa, sugeriu:
- Vamos ao parque perto do bar do pai da Hillary.

- Boa ideia! Só vou em casa pegar meu skate. Camilla, quer que eu leve algo?

- Dinheiro, só pra garantir - ela respondeu. Achei estranho, mas peguei mesmo assim.

Em casa, não encontrei meus pais, o que foi um alívio. Se estivessem lá, com certeza perguntariam para que era o dinheiro. Peguei meu skate e o dinheiro do cofre e voltei para o parque. De longe, avistei as meninas conversando com o primo da Camilla Brito, Rodrigo. Ele era lindo, tinha 19 anos e um sorriso irresistível. O irmão dela, de 18 anos, também era bonito, mas comprometido.

- Oi, Rodrigo - cumprimentei, tentando disfarçar meu nervosismo.

- Oi, Mika - respondeu, sorrindo.

Camilla Brito me puxou para um canto.
- Tenho um presente pra você, Mika. Uma pulseira da sorte. - Ela colocou no meu braço, e percebi que era daquelas de cores vibrantes: vermelho, amarelo e verde, como as do Bob Marley.

- Obrigada, Camilla. Nem sei como agradecer - menti. Não gostei muito da pulseira, mas a intenção era o que valia.

Voltamos para as outras meninas, e Camilla Brito anunciou:
- Gente, trouxe uma caixa de cerveja!

Eu e Camila Silva trocamos olhares incertos. Nenhuma de nós bebia muito. Mesmo assim, topei experimentar. No bar próximo, compramos algumas coisas para comer. O dia foi passando, e, antes que eu percebesse, exagerei. Já não estava sóbria.

- Que horas você tem que ir pra casa? - perguntou Ana Vitória.

- Às 13h. Por quê?

- Mika... já são 14h - alertou Camilla Brito.

Rodrigo completou, rindo:
- Na verdade, são meia-noite.

Olhei para o céu, confusa:
- Olha o sol ali!

- Mikaele, aquilo é a lua. Já está de noite - ele disse, divertido.

Desesperada, pedi que ele me levasse para casa. No caminho, no carro, perguntei:
- Você gosta de mim, né? - Perguntei olhando no fundo dos olhos de Rodrigo

- Gosto, mas você é muito nova - respondeu, sério.

- Não me importo com isso, eu quero me envolver com você - rebati e, impulsivamente, o beijei. Ele interrompeu.

- Vamos parar por aqui. Você precisa ir pra casa, e estar bêbada, talvez em outra ocasião - falou com firmeza.

Cheguei em casa e encontrei meus pais furiosos. Era óbvio que tinham percebido o cheiro de álcool.

- Pro quarto, agora! - gritou meu pai.

- Pai, tô passando mal. Quero vomitar... - admiti, arrependida.

- Que cheiro de cigarro é esse? - perguntou minha mãe, com desgosto.

- Não é meu, juro! - me defendi. Apesar de tudo, eu não tinha fumado.

Subi para o quarto com a cabeça pesada, tanto pela ressaca quanto pela culpa. Amanhã seria um novo dia, e talvez um começo completamente diferente.

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Primeiro Capitulo

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