Capítulo 22 - Seja forte

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  - Vá embora por favor! Nos deixe em paz! - bradou Georgia em desespero, segurando forte a mão de Lexi e tentando levantá-la

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  - Vá embora por favor! Nos deixe em paz! - bradou Georgia em desespero, segurando forte a mão de Lexi e tentando levantá-la.

- O que você quer conosco? Por que está aqui? - indagou a ruiva, olhando fixamente em meus olhos.

Permaneci em silêncio e as fitei rapidamente.

- Vamos fazer um trato. - sorri de lado e dei continuidade com minhas palavras. - Se vocês conseguirem ultrapassar aquela linha. - apontei para uma linha vermelha esticada entre as árvores a alguns metros de nós. - Vocês estaram livres. Eu não escostarei um dedo sequer em vocês caso consigam, palavra de escoteiro! - coloquei a mão sobre o peito e observei a reação das duas.

- É uma armadilha. - murmurou Georgia para a amiga ferida.

- Trato feito. - proclamou Lexi com uma seriedade nunca vista antes.

Cautelosamente a cacheada colocou as mãos nos ombros da ruiva e tentou erguê-la, tentou deixá-la de pé.

Gargalhei alto ao ver a cena.
Elas não haviam entendido minhas palavras.

- Por que está rindo?

- Vocês acharam mesmo que seria fácil assim? Lexi terá que se levantar e caminhar sozinha se quiser sobreviver.

- C-como? Seu desgraçado, você não viu como está a porra da perna dela? Ela não vai conseguir caminhar, ela não...

- Cala a boca Georgia, eu não preciso que responda por mim. Eu vou me levantar, e vou até aquela linha de merda. Eu vou conseguir ok? Nós vamos sair daqui.  - com uma enorme dificuldade e com a expressão de dor em seu belo rosto, a ruiva pôs-se de pé.

Sangue escorria por toda a extensão de sua perna, e de alguma forma desconhecida, a garota conseguiu se livrar da armadilha que a prendia.
Era uma vadia forte e corajosa.
Mas não seria por muito tempo.

- Temos quanto tempo para chegarmos até lá? - perguntou Lexi, enquanto rasgava uma parte de sua camiseta e amarrava o pedaço de pano em seu ferimento.

- Eu vou contar até 20. Vagarosamente, não terei pressa alguma. Isso lhes dará alguns minutos para fugirem. - arqueei a sombrancelha e percebi o olhar de repulsa das garotas sobre mim. - Agora!

1...2...3

Mancando e em uma velocidade incrivelmente baixa, Lexi tentava correr, a cacheada corria e em poucos tempo já havia ultrapassado a linha.

4...5...6

Do outro lado, Georgia tentava encorajar a amiga, tentava ajudá-la psicologicamente já que não poderia ajudá-la de outra forma.

7...8...9

- Lexi você precisa aguentar! Você precisa chegar até aqui, precisamos pedir ajuda! - a cacheada observava a ruiva com os olhos marejados, seu sofrimento parecia ser maior que o da própria.

10...11...12

- O que você ainda está fazendo aqui? Você conseguiu sair, vá embora! Não me espere mais. - com lágrimas escorrendo por suas bochechas rosadas, Lexi parou de caminhar por alguns segundos.

13...14...15

- Você não pode parar, não pode! Eu não vou a lugar algum! - em uma atitude leviana a cacheada correu até a amiga. Tentou ajudá-la.
Ela não ouviu minhas palavras.

16...17...18

- Vocês acabam de jogar suas chances de saírem vivas daqui fora. - empunhei minha faca e caminhei calmamente em sua direção.
Eu continuei a contagem.

19...

- Nós vamos sair daqui.
Nós vamos conseguir. - sussurrou a ruiva, tentando se movimentar da forma mais rápida possível.
Inútilmente.

20

- Vocês perderam. E eu? Bom, eu ganhei. - frizei meus olhos nas coxas de Lexi, e arremessei minha faca em sua direção.
A lâmina cravou em sua pele pálida, fazendo-a cair.

- Merda... - a garota se contorceu sobre a grama, era como se o ferimento causado pela armadilha nem lhe causasse mais dor. - Sai daqui Georgia, sai!

- Eu disse que não iria te abandonar, e eu não vou! - a cacheada abaixou-se e pegou uma grande pedra. - Esse maldito não vai nos matar tá entendendo? Não vai! - a garota se aproximou, e arremessou a pedra em mim.
Era pesada, era sólida, eu senti sua textura quando ela acertou minha barriga.

- Ah docinho. Você não tem noção da merda que acaba de fazer. - balbuciei tentando diminuir a dor.
Aquilo doeu, mas eu me havia me tornado um apreciador da dor.

- Vamos! - Georgia pegou os braços de Lexi e a arrastou pela grama, deixando um rastro de sangue. - Eu vou tirar a gente dessa.

- Pare! Eu já não aguento mais. Por favor, me deixe aqui. Você consegue fugir, é a sua chanc... - um líquido vermelho saiu de sua boca em grande quantidade.

- Lexi?

Havia uma faca em sua cabeça. Emaranhando-se meio a suas madeixas e ao sangue que escorria sem pausas.
Minha mira era realmente boa!

- Não! Não! - Georgia fechou os punhos, suas lágrimas caiam sobre o corpo da amiga morta.

- Admita, foi um bom show. Mas as brincadeiras acabaram boneca. Acabam aqui, e agora!
- vendo a mesma paralizada, soquei seu rosto, fazendo-a cair desmaiada.

Agarrei os pés das duas com as mãos e as arrastei até um lugar distante.
Uma espécie de esconderijo.

O tempo estava limpo e o sol brilhava, clareando meus passos e escurecendo a vida das amigas.
Resta apenas uma.

Uma semana depois...

- Olha só, a bela adormecida acordou. - sorri com escárnio.

- O-que aconteceu? - pude ver a confusão presente em seus olhos.

- Aquilo aconteceu. - apontei para o corpo de Lexi, pendurado no centro da sala.
Com o rosto rasgado por lâminas e com uma enorme abertura na barriga, o cheiro pútrido de seu corpo já em decomposição incendiava a sala.

- Seu desgraçado. - a cacheada virou o rosto, recusando-se a ver o cádaver de sua melhor amiga. - E-eu... Estou com fome. - murmurou com certo receio.

Ah, aquilo estava dando certo.

- Você já ouviu falar em canibalismo? Comer carne humana? - ela assentiu com a cabeça. - Lexi está aqui por isso, minha despensa está vazia boneca. Ela é a única opção de alimentação que você tem. Se você quiser comer algo, bom... - coloquei uma pequena faca e um garfo ao seu lado.

- Bon appétit!



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