Capítulo 14 - Playground

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   A melodia calma emitida pelo coro causou arrepios por toda a extensão de meu corpo

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   A melodia calma emitida pelo coro causou arrepios por toda a extensão de meu corpo.

Os garotos nos fuzilavam com seus olhares sádicos e penetrantes,Rick paralizou-se ao presenciar tal cena.
Entrelacei nossos dedos e encarei com firmeza o grupo a nossa frente.

-Não demonstre medo. - sussurrei calmamente,na tentativa de encorajá-lo.

-Eu nunca te disse,mas não sou muito fã de palhaços White. - confessou trêmulo,juntando ainda mais nossas mãos gélidas.

Em passos rápidos e sincronizados o círculo formado á nossa volta se desfez,mas ainda podia sentir o peso de seus olhares sobre nós.

-Todos dizem que crianças são anjos, e eu acho injusto dois pequenos e doces anjos viverem em um inferno como esse não acha Sarah? - proferiu um dos garotos com os olhos fixados nas duas garotinhas.

-Por que estão fazendo isso? - arqueei as sombrancelhas e mantive a dureza em meu olhar.

-Vamos apenas devolvê-las ao céu. É lá que os anjos moram não é? - murmurou Phill retirando a máscara de seu rosto, e exibindo a cicatriz em sua face pálida.

-Deixe as em paz, são apenas crianç... - minhas palavras foram interrompidas quando senti algo grudar em minha pele fria.
Era sangue.

A cena logo á minha frente era grotesca.
Era repulsiva.
Era inácreditavelmente assustadora.

A garotinha mais velha caída sobre a grama úmida, completamente ensanguentada com um machado cravado em seu estômago.

Foi tudo tão rápido, tão frio e tão insano que o único som emitido pelos ali presente era de risadas abafadas.
Eles se divertiam com aquilo, apontavam para o cadáver e gargalhavam como se estivéssem ouvindo a mais engraçada das piadas.

-Façam o trabalho direito rapazes,não podemos decepcionar nossa pláteia. - proclamou Phill, com um sorriso diabólico em seus lábios sem cor.

O bebê em seus braços chorava incessantemente, lágrimas escorregavam por seu pequeno rosto.

As palavras pareciam ter sido roubadas de minha boca, estava em choque com tudo o que eu acabara de assistir.

-Nós vamos sair dessa. - murmurou Rick com os olhos fixos nos meus.

Com nossas mãos coladas e nossos corpos abraçados fui tomada pelo medo de perdê-lo.

O medo de vê-lo morrer em minha frente e não poder fazer nada, se tornou imenso.
Ele não merece algo assim, eu não mereço.
Aquela garotinha também não merecia isso.

Mas o mundo não é justo, nunca foi e talvez nunca será. Enquanto assassinos vagam livremente pelas ruas pessoas inocentes têm suas vidas roubadas.
Isso não era certo, muito menos justo.

O que realmente me importava ali naquele momento era que nós ainda estávamos vivos, vivos e juntos. Se quisermos continuar assim, precisamos agir com cautela, ser cuidadosos e agéis com cada passo que dermos.

{···}

O sangue espalhado pelo chão se tornou algo incrivelmente interessante para os mascarados que ali estavam. O corpo sem vida da pequena garota se tornou uma obra de arte aos olhos doentis dos internos de Chernobyl Center.

Um dos garotos rasgou uma parte do pequeno vestido da criança e observou durante um bom tempo o estrago que o machado causou em seu corpo frágil.

O bebê ainda chorava, desesperada e melancólicamente.

-Você vai visitar sua irmãzinha anjo. - exclamou um dos garotos, retirando o bebê dos braços de Phill e o arremessando no chão.

-Não... - sussurrei, me senti impotente por não poder fazer nada diante daquilo, eu me senti culpada por tê-las deixado sozinhas naquela rua.

-Vem Sarah. - murmurou Rick, me puxando para fora dali. Os garotos estavam entretidos demais para nos verem sair.

Com passos rápidos e silenciosos, caminhamos sobre a grama molhada.

-Vão mesmo perder a melhor a parte? A brincadeira ainda nem começou. - olhei para trás e fiquei sem ação ao ver a quem pertencia aquela voz.

-Acharam mesmo que fugiriam assim?

-Acharam mesmo que fugiriam assim?

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