Eleanor fixou os olhos no pai que estava com o olhar fixo no céu enquanto dizia algo que ela não conseguiu compreender.
- Você está me ouvindo? - questionou Elena.
Ela piscou os olhos passando as mãos pelo rosto e em seguida encarou os irmãos.
- O que acha de irmos falar com ele? - sugeriu ela se levantando do banco.
Elena fixou os olhos esverdeados na direção que a irmã estava olhando.
- Você está maluca?
- Não, eu não estou maluca - ela cruzou os braços acima da barriga. - Ele está com câncer e acima disso ele é nosso pai. Não podemos deixar que ele morra sem que saiba da existência do amor de Deus. Não devemos ser tão egoístas assim.
- Nossa irmã tem razão, Elen - disse Benedict que até o momento estava em silêncio. - Mesmo se ele não fosse nosso pai é nosso dever como cristão perdoar se não fazemos isso então quando orarmos em oculto ao nosso pai que está nos céus dizendo: Pai perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Do que valerá essas palavras?
- Tudo bem então vamos - Elena levantou-se e entrelaçou o braço no da irmã.
- O que fazem aqui? - perguntou o pai de forma rude, assim que os filhos aproximou-se dele.
- Estou aqui para dizer que o perdoo pelas inúmeras vezes que o senhor machucou a mim e aos meus irmãos emocionalmente, pai - Elena foi a primeira que se pronunciou com os olhos marejados.
- Essa é uma decisão horrível uma pessoa como eu não merece perdão - ele os olhou friamente.
- Jesus Cristo diz em sua palavra que não importa quantas vezes o nosso próximo errar contra nós devemos sempre o perdoar até sessenta vezes sete se necessário - disse Benedict.
- É tão fácil assim para vocês perdoar as pessoas?
- Não, não é - negou com a voz calma. - Mas para que possamos ter um relacionamento com Deus é necessário.
- E como eu faço para me livrar da dor e me achegar a Ele? - questionou Jeremy de forma curiosa.
- Apenas ore. Deus ouve as nossas orações mesmo quando somos capazes de orar somente com nossas lágrimas.
- Antes de vocês irem eu quero lhes pedir perdão por tudo que os causei mesmo não sendo digno de tal gesto - fixou os olhos nos filhos.
- Eu já o perdoei desde que eu era um garotinho, pai.
Jeremy encarou a caçula com o semblante esperançoso esperando pela resposta dela.
A arte de perdoar, não envolve eu e quem me feriu. E sim o meu relacionamento com Deus. É por essa razão que o ato de perdoar tem que ser feito de coração.
- Eu te perdoo - disse ela com a voz firme.
- Obrigado - agradeceu. - Posso até não demostrar, mas eu amo vocês, meus filhos - ele levantou-se do banco e os puxou para um abraço apertado.
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Eleanor encostou a cabeça na janela do carro respirando fundo e colocou a mão sobre a barriga.
- Eu tenho medo de ter o mesmo destino da nossa mãe e acaba falecendo após o parto não podendo assim vê-las crescer - confessou ela quebrando o silêncio.
- Não fique, El - Benedict parou no sinal. - Isso não vai acontecer. Tudo ficará bem - ele a olhou atentamente. - Apenas tenha fé.
Ela sorriu.
- Eu amo você, Ben.
Ben sorriu de volta.
- Eu também amo você, irmãzinha.
Benedict estacionou o carro na frente da casa dela e a ajudou descer do veículo.
E antes que um deles tocasse a campainha Mary abriu a porta.
Ao entrar na sala eles observam em silêncio Henry colocando a sobrinha para dormir. Angel deitou a cabeça no ombro dele e fechou os olhinhos.
- Obrigado por cuidarem da minha ruivinha - agradeceu Benedict.
- Não precisa agradecer, Ben - disse Henry a entregando nos braços dele. - Sua filha é um amorzinho.
- Obrigado mesmo assim. Fiquem com Deus.
- Se cuidem, meus amores - Mary os abraçou, mas com certo cuidado para não apertar a barriga de Eleanor.
- Vão com Deus - ele beijou a testa da mãe.
- Bom, preciso de um banho - Eleanor ficou na ponta dos pés e depositou um beijo na bochecha do marido.
Em passos lentos ela subiu os degraus da escada até o banheiro e ao chegar lá tomou um banho colocando roupas confortáveis.
Eleanor entrou no quarto e ficou na frente do espelho com as mãos sobre a barriga a acariciando com o polegar.
Ela sorriu abertamente.
- Falta pouco para vocês nascerem, minhas garotinhas.
No reflexo do espelho Eleanor viu o marido encostado na porta com os olhos fixos nela.
Ela se sentou na cama e ele aproximou-se sentando ao seu lado.
- Como foi o seu dia? - ele tirou uma mecha de seu cabelo da frente do rosto dela.
Eleanor contou o que aconteceu enquanto o marido ouvia atentamente.
- Você estava certo, amor. Até mesmo o coração mais duro pode ser quebrantado por Deus - concluiu ela com um sorriso.
- O impossível é apenas uma das especialidades de Deus - ele sorriu de volta deitando ao lado dela.
Ela deixou um bocejo escapar de seus lábios e piscou algumas vezes tentando fica acordada.
- Você precisa descansar, baby.
- Não, eu não estou com sono - negou ela deitando a cabeça no seu peitoral.
Ele passou os braços ao redor da cintura dela e depositou um beijo demorado no topo de sua cabeça.
Eleanor ergueu o olhar para o rosto do marido e observou cada detalhe dele. Os cabelos loiros de um tom puxado a castanho, os olhos azuis, a barba por fazer e a forma fofa de quando ele sorri fazendo suas covinhas ficar visíveis.
- Eu amo você, amor.
- Eu também amo você, baby - ele beijou a ponta do nariz dela. - Eu também amo vocês - colocou a mão sobre a barriga dela a acariciando.
Um bocejo escapou novamente dos lábios dela e ela fechou os olhos deixando o cansaço a vencer.
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Questão de Tempo | R O M A N C E C R I S T Ã O |
SpiritualLIVRO ÚNICO As vezes Deus coloca situações difíceis em nossa vida para que possamos entender que nem tudo é no nosso tempo. Henry sempre foi um homem viciado em trabalho e com isso deixava de lado o que realmente importava, mas foi quando ele sofr...