Capítulo 4

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- E então a algo que eu precise saber antes de entrar? - perguntou Henry próximo a porta da lanchonete da mãe.

   Adam respirou fundo, passando as mãos pelos cabelos.

- Mamãe não sabe que você sofreu um acidente, nem que ficou em coma.

- E por que não contaram para ela? - ele ergueu a sobrancelha.

- Ela tem insuficiência cardíaca e eu não queria deixá-la preocupada.

   Henry apertou a maçaneta em suas mãos e a girou entrando no estabelecimento acompanhado pelo irmão.

   Ambos se sentaram em uma mesa reservada perto da janela.

- Olá, meus filhos - disse uma mulher de cabelos loiros com um sorriso gentil nos lábios.

- Oi, mamãe - Adam a puxou para um abraço.

  Mary beijou a testa do caçula e em seguida encarou o primogênito.

- É bom vê-lo novamente - ela colocou a mão sobre o ombro dele.

- Perdoe-me por não visitá-la, é que eu estive ocupado.

- Não se preocupe quanto a isso, filho. Eu sei que sua profissão é bastante cansativa - disse ela de forma gentil e beijou a testa dele. - E então o que vão pedi? Se eu não estiver enganada acredito que seja o pedido de sempre, estou certa?

- Sim, mamãe - concordou o caçula.

  Mary assentiu.

  Adam sorriu observando ela se afastar e depois encarou o irmão atentamente.

- Você não se lembra de quem você é, nem das pessoas que ama. Não se lembra das vezes que deu mais importância ao trabalho deixando de se preocupar com o que realmente importava. Acredite Deus foi tão misericordioso com você que não olhou as suas falhas te dando uma segunda chance.

- Eu acredito e mesmo que esteja difícil passar por essa tempestade tentarei ser forte nEle - Henry soltou um fraco sorriso.

   Adam sorriu levemente.

- Sim, você só precisa ter um pouco mais de fé, irmão.

🕐

   Henry entrou em sua casa acompanhado pelo irmão encontrando a esposa dormindo no sofá e a cunhada na poltrona á sua frente também dormindo.

   Adam caminhou silenciosamente até a esposa e a pegou nos braços com cuidado para não acordá-la. Ele se despediu do irmão com um aceno e saiu fechando a porta atrás de si.

   Eleanor se remexeu no sofá e deitou a cabeça no ombro dele. Henry aproximou-se dela envolvendo os braços em sua cintura e a pegou no colo.

   Ao chegar no quarto colocou a esposa na cama com cuidado para não acordá-la e se sentou na cama
observando atentamente ela dormir com os cabelos espalhados pelo travesseiro.

   Uma lágrima escorreu de seus olhos e ele respirou fundo passando as mãos no rosto.

Deus, eu não sei se consigo aguentar olhar nos olhos das pessoas que amo sem me lembrar delas, pensou com o coração apertado enquanto as lágrimas escorreram silenciosamente pelo seu rosto.

   Henry sentiu a mão de Eleanor sobre o seu ombro e fixou os olhos nela.

- Não se preocupe comigo, está bem? - a voz dele saiu embargada.

- Mas é claro que me preocupo eu amo você - um fraco sorriso se formou nos lábios dela. - Você não se lembra de como nos conhecemos, nem se lembra de como nos apaixonamos. De fato isso é horrível, mas fico feliz que não se esqueceu do amor incodicional de Deus.

- Sabe hoje eu vi a minha mãe, doeu muito a olhar nos olhos e nem se quer me lembrar dela. Embora não compreenda o que Deus quer de mim confio completamente na vontade dEle - ele respirou fundo antes de continuar. - Peço desculpas por ter sido tão idiota com você antes do acidente - pediu com a voz calma. - e pelas inúmeras vezes que dei mais importância ao trabalho.

- Não precisa me pedi desculpas. Eu já o perdoei antes de você me pedi - admitiu ela e depositou um beijo demorado na bochecha do marido.

   Ele sorriu e a envolveu em seus braços puxando ela para mais perto, cheirando os cabelos dela. Então ela respirou fundo fechando os olhos e deitou a cabeça em seu peitoral.

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