Capítulo 10

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  Em silêncio Henry observava a esposa dormindo ao seu lado e quando ouviu a campainha tocar ele levantou-se da cama com cuidado para não acordá-la. A cubriu com o lençol e depositou um beijo demorado em sua testa.

  Henry desceu as escadas em passos lentos e quando chegou na sala abriu a porta.

- Olá, Henry. Podemos conversar?

  Ele assentiu e saiu da passagem para que o sogro pudesse entrar na casa.

- O que deseja falar comigo, meu sogro? - questionou ele com a voz calma e se sentou na poltrona.

- Não se preocupe, Henry. Não sou mais o homem de antes. Eu mudei ou melhor a misericórdia de Deus me moldou - alertou Jeremy, assim que se sentou no sofá à sua frente.

  Henry viu a diferença nas palavras dele e no seu modo de agir, pois o homem que o sogro era antes de fazer o concerto com Cristo nunca teria vindo procurá-lo para conversar.

- Antes sentia uma imensa raiva da Eleanor, pois na minha percepção tinha sido por causa dela que a minha esposa faleceu. Passei anos a culpando até que ela e os irmãos decidiram me perdoar e foi nesse exato momento que eu percebi que se os meus filhos seres humanos tão frágeis quanto eu podiam me perdoar mesmo não sendo digno, imagina Deus - respirou fundo antes de continuar. - Peço desculpas por não ter o escutado.

- Tudo bem não há necessidade de pedi desculpas a mim. O senhor aceita um conselho?

  Jeremy assentiu sorrindo levemente.

- Todas as vezes que o senhor sentir a falta de sua esposa, lembre-se que cada ser humano tem um tempo determinado por Deus na terra e é doloroso quando eles se vão, mas a dor o lembrará do quanto você a amou.

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   Henry estacionou o carro e desceu do veículo. Então foi para o lado que a namorada estava e abriu a porta para ela descer.

- Feche os olhos, esta bem? Eu tenho uma surpresa para você.

- Ok.

  Ela fechou os olhos e ele segurou a mão dela a guiando pelo jardim.

- Pronto pode abrir os olhos agora, baby.

  Eleanor abriu os olhos observando cada detalhe e em seguida fixou o olhar em seu rosto.

- Busquei a confirmação de Deus, conversei com o seu irmão e cheguei a uma conclusão - ele quebrou o silêncio e acariciou a mão dela se ajoelhando em sua frente com apenas uma perna. - Eu vou cuidar de você. Quero limpar cada lágrima e te fazer sorrir. Vou tentar ser bom o suficiente para você. Eu prometo que vou te acalmar quando você estiver passando por um momento difícil. Prometo te cobrir sempre que sair da cama. Eu prometo amar cada defeito seu e valorizar cada qualidade sua. - tirou o anel do bolso de sua calça. - Quer casar comigo?

  As lágrimas escorreu pelo seu rosto e ela sorriu o olhando nos olhos.

- Sim, eu aceito me casar com você, pois sei que és a resposta de todas as minhas orações - a voz dela ficou embargada.

  Henry colocou o anel no dedo anelar dela e depositou um beijo terno em sua mão.

- Eu amo você, baby - ele levantou-se e acariciou o rosto dela com os polegares limpando as lágrimas.

- Eu também amo você, Henry.

  Ele passou os braços ao redor da cintura dela a puxando para um abraço caloroso e beijou seus cabelos.

  Henry abriu os olhos um pouco sonolento e sorriu abertamente.

  Ele se sentou ajeitando o corpo sobre a cama e fixou o olhar na esposa que sorriu.

- Eu já disse que você é lindo até dormindo? - ela manteve os olhos fixos nele.

- Não que eu lembre - brincou ele, arrancando uma risada dela. - Sabe, quando eu estava dormindo acabei sonhando com uma das minhas memórias.

- Isso é maravilhoso, amor - ela afagou os cabelos dele mantendo os olhos fixos nele. - É mais um dos vários motivos que temos para agradecer a Deus.

- Com certeza é.

  Ele segurou a mão dela e a beijou, em seguida depositou um beijo demorado na sua enorme barriga de oito meses.

  Nem os mais belos adjetivos eram capazes de definir o quanto o coração de Henry se encontrava grato a Deus por ter o feito recordar de uma das memórias que ele perdeu no acidente.

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