Ruggero
Senti uma claridade no meu rosto e rolei na cama esperando sentir o corpo da Karol alí mas encontrei um grande vazio. Sentei meio desesperado e procurei algum sinal de que ela estaria alí mas nada. Parece que foi somente eu que estive aqui a noite toda. Merda Karol! Você não pode ter feito isso comigo! Levantei revoltado e me arrumei. Fiquei me encarando no espelho por uns minutos e pensando "o que eu fiz pra merecer isso?" Terminei de me arrumar e peguei meu celular. Fiquei tentado em ligar para ela mas quer saber, cansei! Não vou correr atrás dela, Karol que se quiser venha atrás de mim.
[...]
Desde que cheguei na revista, eu não consigo parar de pensar na frustração de ter acordado sozinho.
Eu me sinto um adolescente e isso não é bom. Chega uma fase na nossa vida que nós temos que evoluir em tudo, não regredir.
-Ruggero? - a voz de Vale me despertou dos meus pensamentos. - Tá tudo bem?
-Não, mas vai ficar. - respirei fundo.
-Karol tem a ver com isso?
-Karol tem tudo a ver com isso.
-O que ela fez?
-Ela não faz nada Lis, ela só quer sexo e porra eu sou apaixonado por ela. Fico levando isso por ela, você sabe que eu sempre gostei de estabilidade. E ela não me dá isso.
-Conversa com ela.
-Não, com ela não tem conversa. É só sexo. Ontem por um milagre consegui conversar com ela enquanto jantávamos no meu apartamento. Foi diferente, até o nosso sexo foi diferente. Parecia ter sentimento Vale. Mas quando eu acordei, eu estava sozinho naquela merda de apartamento.
-Ela foi embora?
-Provavelmente deve ter saído de madrugada, não tinha um bilhete dela, uma mensagem no meu celular. Nada!
-O que você vai fazer agora?
-Me concentrar na organização da festa, ficar correndo atrás dela não vai me levar a lugar nenhum. - respirei fundo. - O que você veio falar comigo?
-Vim trazer a lista de convidados, tiro o nome da Karol?
-Não, quero que ela seja convidada. - peguei o papel da sua mão. - Tem que te entregar quando?
-Até o fim do dia.
-Ok. - observei Vale levantar e quando ela chegou na porta me olhou com certo carinho. - Desculpa ter te alugado?
-Estarei sempre aqui pra isso. - me deu sorriso e saiu.
Respirei fundo e comecei a ver a lista de convidados da festa. A semana seria difícil.
[...]
Uma semana tinha se passado e eu estava enlouquecendo de saudade da Karol mas não iria atrás dela. Ela não me procurou, sinal de que eu não fazia falta pra ela. Merda! Me sinto um idiota! Meu celular tocou e eu peguei sem ver quem era.
-Pasquarelli
. -Oi meu filho.
-Oi pai, tudo bem?
-Sim e com você?
-Estou bem. - respirei fundo.
-Sua voz não diz o mesmo filho mas vou acreditar. Liguei para avisar que vamos chegar para a festa somente filho.
-Pelo menos vão vir pai, isso que importa.
-Não perderíamos por nada.
-Minha mãe tá bem?
-Sim, está ótima. Cozinhando no momento.
-Saudades da comida dela.
-Quando estivermos aí, ela vai cozinhar especialmente para você.
-Que ótimo então. Meu irmão vai vir também?
-Ruggero não sei, seu irmão estava viajando. Disse que tentaria chegar a tempo pra festa.
-Entendi.
-Está ocupado?
-Não, por que?
-Quero te contar uma novidade.
-Qual?
-Seu irmão e a Ana vão se casar.
-Sério?
-Sim, e pelo que vejo, o casamento sairá em breve. Muito antes do que imagina.
-Bem a cara do Michael fazer isso. Espero que pelo menos me avisem a tempo para eu poder ir. E como vai a pequena Daniela?
-Está bem, falou de você esses dias.
-Deve estar enorme já.
-Ah você nem imagina. Preciso desligar agora meu filho, tenho que fazer umas coisas antes de ir para o hospital.
-Ok pai, a gente se vê no fim de semana.
-Com certeza. Te amo meu filho.
-Também te amo, beijos.
-Beijos. - encerrei a chamada e sorri.
Minha família sempre foi muito unida, e eu tinha orgulho disso. Quantas vezes eu e meu irmão Michael deixamos de ir para festas para ficar em casa com nossos pais. Sinto falta das noites em que ficávamos vendo filmes comendo as maravilhosas gostosuras que mamãe fazia. Dona Eliana era uma cozinheira reconhecida e Seu Tadeu um ótimo médico. Nossa família não veio de origem rica, os dois lutaram muito para conseguir dar uma boa vida para os filhos. Casaram cedo e construíram uma vida regada de muito amor. Era raro ver meus pais brigando. Sonho em ter um casamento assim. Quando eu resolvi morar sozinho e vir para cidade, meus pais ficaram sozinhos. Já que Michael já não morava conosco a muito tempo. Meu irmão se formou em Direito e é sócio de uma empresa reconhecida, nessa empresa ele conheceu Ana e desde então os dois estão juntos. Para não se sentirem muito sozinhos, meus pais adotaram uma criança. Na época eu fiquei meio assim mas quando vi a pequena Daniela eu me apaixonei. Ela tinha 1 mês quando chegou lá e era uma neném linda. Hoje ela tem 4 anos e eu não tenho dúvidas que nossa família foi feita pra ela. A menina se parece em tudo com a gente. E chega a ser engraçado quando falam que ela foi adotada, as pessoas não acreditam.
-RUGGERO? - ouvi a voz de Agus me despertando dos meus pensamentos.
-Tá gritando por que? - perguntei.
-Porque estou te chamando a um tempo já.
-Desculpa? Estava pensando na minha família. Meu pai me ligou agora pra falar que eles vem para festa.
-Que ótimo, estou com saudades da tia Eliana e do tio Tadeu.
-É, eu também.
-A Daniela vai vir?
-Provavelmente.
-Deve estar enorme, sou apaixonado pela aquela criança.
-Difícil alguém não ser. - dei um sorriso.
- Mas o que veio fazer aqui?
-Temos que ir no salão ver as coisas da festa.
-Cara, é verdade. Tinha esquecido totalmente. - levantei guardando as minhas coisas.
-Percebi. - balançou a cabeça e nós saímos para terminar de resolver as coisas da festa.
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O jogo da sedução
RomanceKarol tinha tudo que uma garota deseja: pais amorosos, um namorado perfeito e cursava a faculdade dos sonhos. Mas faltava uma única coisa: felicidade. Essa única coisinha a fez desistir de tudo e largar um noivo no altar. Decepcionando a família e a...