O jogo da sedução

Capítulo 14

Karol

Entrei no meu apartamento devagar e estranhei ao ver Lina pensativa.

-Aconteceu alguma coisa? - perguntei e ela me olhou assutada.

-Que susto Karol. - colocou a mão no peito me fazendo rir. - Aonde estava?

-Não foge do assunto Lina. - revirei os olhos e sentei ao seu lado.

-Agus, me pediu em namoro. - deu de ombros. - E eu aceitei.

-E por que está com essa cara de morte?

-Porque tenho medo de acontecer comigo o que aconteceu com você.

-Lina, já te disse que você não pode ficar vivendo a sua vida com medo das coisas que aconteceram na minha vida. O Sebastian me traiu mas isso não quer dizer que o Agus também vá fazer isso com você. Se caso acontecer, foi coisa do destino mesmo.

-Eu não quero que ele me machuque. - apoiou a cabeça no meu colo e eu acariciei seus cabelos.

-Se ele te machucar, eu ofereço as bolas dele em uma bandeja. - falei e ela riu. - Não fique com medo, se entregue e deixa rolar. Vocês estão juntos a algumas semanas e você anda tão feliz. Não desperdice isso. Ok? - ela levantou e me encarou.

-Você também anda bem feliz esses dias.

-Continuo a mesma pessoa. - dei de ombros e desviei o olhar do dela.

-Você está apaixonada? Ganhei a aposta?

-Não, você não ganhou a aposta. - afirmei e levantei. - Quer saber, eu vou tomar um banho.

-Que tal nós irmos a uma balada hoje? Só nós duas.

-Eu to cansada Lina, podemos fazer isso outro dia? -Claro. - dei um beijo na sua testa. - Boa noite.

-Boa noite Karol, te amo. - sorri para ela e segui para o quarto.

Tomei um banho bem demorado e fui dormir.

[...]

Cheguei na Sevilla's e não tinha nada para eu fazer. Não tava inspirada para nada. Sentei na minha mesa e comecei a olhar umas correspondências, até que Lina entrou na minha sala.

-Oi maravilhosa. - falou e eu ri.

-Oi gata. Dormiu bem?

-Sim. O que está fazendo?

-Nada, por que?

-Porque eu também não tenho nada pra fazer e pensei que podíamos conversar um pouco.

-O que quer conversar? - perguntei e ela riu indo sentar.

-Sobre como anda a nossa aposta. - respondeu e eu neguei com a cabeça. - Sente aqui comigo maravilhosa. - bateu com a mão ao seu lado e eu levantei.

-O que quer saber? Ele ainda não se declarou. - dei de ombros e ela riu.

-Você gosta de ficar com ele?

-Ele sabe bem o que faz.

-Queria tanto que você se apaixonasse.

-Só pra ganhar meus lindos sapatos exclusivos. - ela fez uma carinha de que estava escondendo alguma coisa e balançou a cabeça

. -Claro que é por isso. - deu de ombros.

-Mas eu já vejo aquele lindo par de brincos combinando com um vestido azul que eu tenho.

-Sonha Karol Sevilla. - dei uma gargalhada. E ela se juntou a mim. Até que meu celular tocou.

Levantei rápido e era Ruggero.

-Oi. - atendi e um sorriso se formou no meu rosto.

-Oi Kah.

-Sentindo saudades já?

-Convencida não é nem um pouco.- ele soltou sua gargalhada me fazendo rir também. -Só queria ouvir sua voz.

-Será que você está ficando dependente de Karol?

-Talvez. - respirou fundo.

-Quero fazer um jantar para você, queria saber se podemos marcar isso?

-Podemos sim, que dia?

-O jantar podia ser no começo da semana que vem mas podia receber uma visita antes.

-No fim de semana? - perguntei pensativa.

-Se você prometer dormir comigo...

-Não vou prometer isso.

-Karol, fala sério.

-Estou falando Ruggero, você sabe as regras.

-Transou, gozou, sumiu. -falou irritado.

-Aprendeu rápido baby.

-Nos falamos depois, tenho uma reunião importante agora.

-Você está chateado, né?

-Não, mas as vezes você dá a entender que usa o meu corpo e eu sei que você sente alguma coisa Karol. Por que não se entrega logo?

-Vou deixar você trabalhar Ruggero, a gente se fala depois. Beijos. - desliguei antes mesmo dele responder.

-Que foi Karol? - Lina perguntou me fazendo lembrar que ela estava na sala.

-Nada, será que eu posso ficar sozinha? - fui grossa demais e me arrependi no momento em que vi uma certa tristeza no olhar de Lina.

-Tudo bem. - saiu da sala e eu respirei fundo me jogando na cadeira.

Eu só afastava as pessoas.

-Merda! Queria saber lidar melhor com as pessoas.

Na verdade, desde que conheci Ruggero que eu penso em me tornar uma pessoa melhor. Ele me faz querer ser a Karol de antes mas sei que eu não posso. Não posso me machucar mais.