Capítulo 5

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Ruggero

Sai da entrevista meio irritado. Como ela tem coragem de me comparar com aqueles homens? Nunca, na minha vida inteira, eu usei as mulheres. Meu pai me ensinou a nunca ferir o sentimento de uma mulher. E sinceramente, eu não sou nem um moleque para fazer isso. Fui direto para o meu apartamento, ainda precisava editar essa entrevista de merda e manda lá para o pessoal colocar nessa edição da revista. Tomei um banho para relaxar e fui arrumar as coisas. Duas horas e pouca de gravação. Tinha sido produtiva, mas claro que não irei colocar todas as partes. Sei que teve coisas que ela me contou que eram pessoais e eu não quero problemas depois. Peguei meu celular e liguei para Valentina, uma das redatoras. Ela era linda, tinha um corpo perfeito e seus cabelos longos cacheados destacavam seu rosto.

-Oi Ruggero.

-Valentina, a entrevista tá pronta. O que mais preciso fazer?

-Escrever uma pequena introdução, dizendo como foi a entrevista e o que achou dela.

-Sério isso?

-Ruggero, você melhor que ninguém sabe que isso é preciso.

-Ok.

-Preciso disso pronto até às 10 da noite.

- olhei no relógio e eram 7 horas.

-Irei te mandar um e-mail daqui a alguns minutos.

-Ok, beijos. -encerrei a ligação e comecei a escrever a tal introdução que a Valentina pediu. Deveria escrever que ela é uma mulher fria, chata, linda, misteriosa, gostosa. Apaga esses pensamentos Ruggero. Bebi mais um gole do vinho que tinha pegado e escrevi uma coisa formal. Mandei para Valentina e ela me respondeu animada, adorando a entrevista. Espero que pelo menos, isso me traga lucros.

[...]

Cheguei na revista sem querer falar com ninguém. Estava em um péssimo dia.

-Bom dia Ruggero. - Valentina me cumprimentou e eu respirei fundo. Ninguém tem culpa dos meus problemas.

-Bom dia Vale. - tentei ser o mais simpático possível. Segui para minha sala e fiquei pensativo. Logo meus pensamentos foram para Karol, fiquei tão irritado quando acordei aquele dia e ela não estava mais no hotel. Me senti usado. Porra! Mas eu não iria desistir, levei três anos para encontrar essa mulher e agora que eu finalmente a encontrei não vou deixar passar a oportunidade. Ela vai ser minha ou eu não me chamo Ruggero Pasquarelli. Ouvi leves batidas na porta e sorri já sabendo quem era. Agus passava aqui todos os dias pela manhã.

-Entra. - falei e Agus entrou com um sorrisinho.

-Como foi a entrevista com a fera?

-Normal, como qualquer outra entrevista. - dei de ombros e fui ver meus e-mails. Senti ele me observar e o encarei de volta.

- Que foi?

-O que você está me escondendo? - perguntou e eu suspirei.

-Karol Sevilla é a tal garota que eu conheci em uma boate três anos atrás.

-Sério isso? - perguntou surpreso.

-Sim, muito sério.

-E agora? O que você vai fazer?

-Conquistar ela, ou pelo menos tentar. Ela vai ser minha.

-Espero que sim cara mas cuidado para você não acabar se machucando. Dizem que ela é meio fria em sentimentos.

-É, eu percebi. - dei um sorriso fraco. - Mas nada que não possa mudar.

-O que você quer dizer com isso?

-Que eu vou fazer ela se apaixonar por mim. - dei de ombros como se fosse óbvio.

-Ok, né? - deu um sorriso. - Eu vou para minha sala trabalhar.

-Qualquer coisa fale comigo. - ele concordou com a cabeça e saiu. Resolvi esquecer um pouco a Karol e começar a trabalhar.

[…]

Entrei no restaurante para almoçar e vi Karol sentada sozinha. Sorri e resolvi ir até lá.

-Esse lugar está ocupado? - perguntei e ela me olhou com indiferença.

-Por que a pergunta?

-Por que eu queria saber se posso desfrutar da sua presença no meu almoço hoje?

-Tão solitário que precisa ficar pedindo para sentar em mesas de outras pessoas? - perguntou com um olhar divertido. Sabia que ela tinha deixado eu sentar. Sentei na mesa balançando a cabeça.

-Geralmente eu prefiro almoçar sozinho, mas desfrutar da sua presença é mais interessante. - respondi e ela deu um sorriso de lado.

-Você sempre joga esse charme para suas conquistas?

-Não, elas que jogam charme para cima de mim. Como chegar em uma festa e fingir que é minha namorada, só para me levar para cama. - ergui uma sobrancelha e ela deu uma gargalhada tão gostosa.

-Essas mulheres não tem jeito, né? Vê se pode arrumar uma desculpa boba dessa. O pior de tudo é que ele caiu nessa. - balançou a cabeça dando um sorriso travesso.

-Talvez ele seja inocente demais.

-Meu bem, inocente ele não é mesmo. - falou e eu dei um sorriso de lado.

-Já escolheu o que deseja Sr.? -uma garçonete chegou e eu a respondi sem tirar os olhos de Karol.

-Eu quero o mesmo que a Srta. pediu.

-Sim Sr. - respondeu e saiu.

-Então Pasquarelli, diz logo o que deseja? Eu sei que sentou aqui com um propósito.

-Só queria conversar. - dei de ombros e ela concordou com a cabeça. - E queria te conhecer melhor.

-Isso é uma coisa que não vai acontecer.

-Por que?

-Você não iria gostar do que poderia descobrir.

-Por que acha isso?

-Ruggero, eu vou te explicar uma coisa: nós não vamos ser amigos. Transamos? Sim! Eu gostei? Também! Mas acabou, tá?

-Podíamos não ser amigos, mas podíamos ser apenas colegas de sexo. Já que amizade colorida você também não vai querer. - dei de ombros e ela caiu na gargalhada.

-Eu não repito as transas.

-Para tudo tem uma primeira vez. Eu não vou desistir até conseguir ter você de novo, nem que seja por mais uma vez.

-E depois vai continuar me perturbando. - acrescentou e eu ri.

-Karol, não tenho porque ficar te perturbando. Se você disser que não quer mais, eu vou entender.

-Não acredito.

-Mas deveria, não costumo mentir.

-Com licença. -a garçonete colocou nossos pratos e nós comemos em silêncio. Vez ou outra eu a observava. Eu iria conquistar essa mulher, custe o que custar.

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