O jogo da sedução

Capítulo 27

Karol

Duas semanas passaram e nenhuma notícia do Ruggero. Meu pai já tinha voltado para casa e eu só falava com ele por mensagem, opção minha. Não queria falar com a minha mãe ainda. Lina e Agus estão firmes no namoro. Chiara viajou a trabalho. Então eu estava sozinha. Ficava dentro do ateliê me matando em criar uma coleção de peças íntimas, queria fazer umas peças sensuais e não quero me gabar mas eu sabia como ser sensual. Estava me sentindo sozinha e com saudades do Ruggero. Não quis sair e nem ficar com ninguém, não teria essa coragem porque na minha cabeça eu ainda estava com ele.

-Gostosa? - Lina entrou no meu ateliê e eu respirei fundo indicando que eu não queria conversar. - Tenho uma coisa para te contar. - fiz um sinal com a mão e continuei ajustando um detalhe na roupa.

- Ruggero voltou. - quando eu ouvi isso eu paralisei. Fiquei sem reação. Não imaginei que ela me daria essa notícia. - Karol? - Lina me chamou e eu "acordei".

-Vou ver ele. - falei meio afobada arrumando minha roupa.

-Ele não quer te ver, o Agus disse que ele proibiu sua entrada na sala dele e que se você perguntasse por ele era pra dizer que ele morreu para você.

-Ele me odeia, né?

-Não acho que ele te odeie, só está magoado.

-Isso vai durar pra sempre?

-Não, uma hora ele vai esquecer isso. - falou e me deu um sorriso acolhedor. - Quer ir almoçar comigo? Eu desmarco com o Agus. - falou e eu neguei com a cabeça.

-Vou almoçar sozinha. - peguei minha bolsa.

-Promete que não vai na revista?

-Eu não quero ir lá e ser expulsa que nem uma qualquer. - respondi e saímos juntas do ateliê.

Dei um abraço nela e saí da Sevilla's.

[...]

Cheguei no restaurante de sempre e paralisei na porta ao ver Ruggero sentado olhando alguma coisa no celular. Tomei coragem e fui até ele.

-Posso sentar? - pedi e vi seu corpo ficar tenso.

Ele levantou o olhar na minha direção.

-Não. - respondeu mas eu sentei mesmo assim. - Não seja por isso, eu troco de lugar. - ele fez menção de levantar mas eu segurei sua mão e senti uma corrente passar por nossos corpos.

-Precisamos conversar.

-Qual é a aposta dessa vez Karol? - deu um sorriso arrogante. - Se eu conseguir reconquistar o Ruggero você me dá um vestido ou quem sabe uma saia? - eu fechei os olhos por um segundo.

Quando abri, vi um homem totalmente diferente do meu Ruggero.

-Rugg...

-Não me chame mais assim Karol.

-Eu quero você de volta.

-Essas duas semanas que eu me afastei, só me fez perceber o quão idiota eu fui. Você me fez de cachorrinho o tempo inteiro.

-Eu falei que você deveria se afastar.

-E sinceramente, me arrependo muito de não ter feito o que me disse. - ele passou a mão pelos cabelos. - Eu fui tão idiota! - falou com tristeza.

-Não, a idiota da história sou eu.

-Idiota é uma palavra pequena pelo o que fez. - ele me olhou com nojo.

-Você ainda me ama? - perguntei e ele ficou me encarando fixamente por alguns segundos.

-Infelizmente sim, mas nada que não passe.