Capítulo 2

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   Três anos depois

Karol Sevilla

Sempre gostei de bailes de máscara, era misterioso e libertador. Terminei de passar meu batom e arrumei meu vestido. Eu estava com um vestido feito por mim mesma, um vestido vermelho vinho rendado longo, modelo sereia de manga longa, com um decote em V no busto e com transparência nas costas, e justa na minha cintura fina. No meus pés uma sandália de salto preta delicada que prende no meu tornozelo. Meu cabelo estava com coque mais despojado, mais não deixa de ser chique, meu cabelo estava dividido de lado, na frente tinha uma trança que ia até a parte de trás se juntando ao coque. Minha maquiagem era, uma sombra marrom, com um esfumado preto no final e um delineador, e um batom vermelho, para combinar com a minha máscara preta.

-Você está pronta para atacar Karol Sevilla. - Carolina, minha sócia e melhor amiga falou.

-Espero que sim. - dei um sorriso de lado e olhei na sua direção. - Adorei o seu vestido. - falei e ela revirou os olhos. O vestido que Lina usava era na cor azul marinho tomara que caia com decote coração, com bordados que começavam no busto e iam até o quadril, no joelho tinha uma fenda que ia até o pé. Lina estava com uma sandália de salto prateada delicada que prendia no tornozelo. Seu cabelo estava dividido de lado solto preso ao lado esquerdo, com cachos nas pontas. Sua maquiagem era suave somente para realçar a sua beleza natural, nos lábios um batom vermelho, igual ao meu.

-Por que será que você gostou? Convencida. - caiu na gargalhada e eu dei de ombros. Eu era estilista e dona da marca Sevilla's, e apesar de sempre estar nos desfiles poucas pessoas sabiam quem eu realmente era. Eu dava entrevistas e tudo mais, porém era proibido fotos minha. Eu queria privacidade e isso não seria possível se eu me "revelasse" ao mundo.

-Podemos ir gostosa? - Lina falou e eu ri.

-Podemos gata. - fomos para o tal baile.

[...]

Estava dançando com Lina e Ana , uma amiga nossa, quando resolvi descansar.

-Vou lá fora um pouco. - avisei a elas e fui em direção ao bar que estava menos movimentado e a música estava baixa o suficiente. Sentei e pedi uma dose de qualquer bebida. Depois de virar, fiquei observando o movimento quando um ruivo sentou ao meu lado.

-Estava te observando de longe e pensei: como pode uma beleza dessa ficar escondida com uma máscara?

-Se você não percebeu estamos num baile de máscaras. - falei entediada.

-O que é uma pena, queria ver sua beleza. - olhei pra ele séria.

- Podíamos sair para tomar uma cerveja? - revirei os olhos e vi um moreno me observando. Vou aproveitar pra sair daqui. -Vou alí convidar meu namorado para ir com a gente. - levantei e fui na direção do moreno. - Oi amor. - falei e ele me olhou confuso. - Demorei muito querido? - perguntei e ele pareceu entender.

-Sim, senti sua falta querida. - ele colocou a mão na minha cintura e eu senti minha pele arrepiar. Isso era estranho. Desviei a atenção para o ruivo que saiu não muito satisfeito de perto de mim.

-Desculpa te alugar mas se eu só desse um fora naquele cara ele iria continuar me perturbando. - menti e ele me deu um sorriso. Eu conseguiria me livrar daquele ser em dois segundos mas eu precisava desse moreno.

-Sem problemas. - tirou a mão da minha cintura e deu um gole na sua bebida.

- Você está sozinha? - perguntou e eu dei um sorriso de lado.

-Depende.

-Depende? - ele não entendeu, o que me fez rir.

-Esquece baby. - observei o físico dele escondido por um terno. Estava saindo de perto quando ele segurou meu braço.

-Fique mais um pouco.

-Por que eu faria isso?

-Porque eu te ajudei e agora você vai me ajudar. Tem uma mulher atrás de mim e eu não consigo escapar dela. - falou revirando os olhos.

-Acho justo. - fiquei ao seu lado em silêncio.

-Qual é o seu nome? - perguntou e eu fiquei tentada a mentir mas resolvi ser sincera. -Karol Sevilla e o seu?

-Ruggero Pasquarelli.

-O dono da revista Luxury?

-Esse mesmo.

-Nunca tinha te visto pessoalmente.

-Nem eu Srta. Sevilla, e olha que você já deu entrevista para a minha revista. - me olhou divertido. - Não achei que iria te conhecer em um baile de máscaras onde eu não vou poder ver seu rosto por completo. - ele falou e eu ri.

-O mistério é a alma do negócio. - pisquei para ele.

-Pasquarelli? - uma mulher magrela apareceu e ele ficou visivelmente irritado. Abrasei ele e me senti bem quando seus grandes braços envolveram minha cintura.

-Quem é ela querido? - perguntei quando a magrela ficou em silêncio nos observando.

-Essa é Candelária Molfese, Candelária essa é a Kah. - fiquei feliz por ele não ter falado meu nome.

-Vocês estão juntos? - perguntou e eu revirei os olhos. A voz dessa mulher me irritava.

-O que parece florzinha? - perguntei. - Ah e a propósito, quero você longe dele. Adoro fazer estragos em magrelas.

-Que selvagem.

-Você ainda não viu nada. - puxei Ruggero para longe dela. Acabamos parando em um jardim.

-Obrigado Karol.

-Você me ajudou e sinceramente ter aquela voz gritando na sua cama deve ser horrível. - ele me olhou prendendo o riso. - Você já transou com ela?

-Não, apenas convidei ela para fazer um ensaio para a revista e ela acha que estamos juntos desde então. Toda festa tenho que fugir dela mas acredito que não irei precisar fazer mais isso. - ele falou sério e eu o olhei com uma certa intensidade. Percebi que seu rosto estava chegando perto do meu e aproximei um pouco o meu, apesar de não gostar muito beijar na boca de outras pessoas. Beijo era uma coisa íntima demais.

-Seus olhos me lembram de uma pessoa que me marcou muito Karol. - sussurrou pertinho do meu rosto. - Me deixa te ver sem máscara? - pediu segurando a minha máscara já.

-Não quero estragar o mistério. - me afastei um pouco e ele sentou em um banquinho que tinha perto da gente. -Quer ir embora? - perguntei colocando a Karol Predadora Sevilla na ativa.

-A festa mal começou.

-Acredito que podemos fazer uma festa bem mais interessante. - ele me olhou surpreso. As pessoas me consideram atirada, eu não diria isso. Só vou logo ao ponto, para que ficar enrolando? -Garanto que não vai se arrepender. - acrescentei e ele riu.

-Vamos então , mas quero te dar um aviso antes. - olhou nos meus olhos. - Não se apaixone por mim depois de hoje, ok? - falou e eu tive que rir. Ele ainda não sabia quem realmente era Karol Sevilla.

-Ah baby, esse risco eu não corro mas você corre.

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